Depois de se conhecer o percurso da Volta a França de 2023 têm-se multiplicado as opiniões de diversos corredores e dirigentes de equipas com interesse na montanhosa edição 110º da Grande Boucle… com muito pouco contrarrelógio.

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Um dos primeiros a fazer declarações foi Tadej Pogacar – e que discurso! O esloveno, vencedor das edições de 2021 e 2021 e segundo classificado em 2022, voltou a lançar um desafio à presença de Remco Evenepoel na edição do próximo ano da corrida francesa.

Tadej Pogacar (UAE Team Emirates):

“Gosto deste percurso. A primeira semana é logo difícil e a terceira semana é mesmo muito complicada, por isso será divertido. É bom que as etapas mais difíceis cheguem cedo no Tour, torna-o muito mais interessante. Estou ansioso por julho.”

“No próximo ano estarei muito motivado para vencer novamente”. Com ou sem Remco Evenepoel? Remco tem de escrever a sua própria história. Não posso dizer-lhe para vir ao Tour, a decisão é dele. Ele é campeão mundial e um dos melhores. Mas se eu fosse campeão mundial, faria o Tour!”

Patrick Lefevere (Diretor geral da Quick-Step Alpha Vinyl):

“Em relação ao Remco (Evenepoel), decidiremos juntos [qual Grande Volta escolher para 2023]. Analisaremos todos os fatores nas próximas semanas e tomaremos a decisão final em dezembro ou janeiro. A porta não está fechada ao Tour. Apenas 22 quilómetros de contrarrelógio? O Tour não depende dos corredores. Poucos quilómetros de contrarrelógio, admitamos, é um fator de decisão para Evenepoel, mas ele também sabe como vencer nas montanhas, provou-o na Vuelta. Um bom Remco ganha em qualquer corrida, em qualquer percurso.”

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“Se tivermos Julian Alaphilippe a 100%, as duas primeiras etapas são boas para ele. Este percurso recorda-me um pouco o de 2019, quando Julian andou de camisola amarela durante duas semanas. Vamos conversar sobre isso com ele, mas não hoje…”

Merijn Zeeman (Diretor desportivo da Jumbo-Visma):

“O ponto chave deste Tour será a última semana. Com os Vosges, os corredores enfrentarão um final de Tour exigente. Os Pirenéus são menos duros do que no ano passado, mas o atravessamento dos Alpes será mais longo […] Agora poderemos traçar um plano e definir a nossa estratégia. Com Roglic, Vingegaard e Van Aert teremos muitas oportunidades neste percurso para fazer a diferença.”

“Quero ter a opinião dos corredores. Quero saber o que eles pensam e quais são as suas motivações. O Giro também é atraente para Van Aert, que nunca fez a Vuelta igualmente. Todas as opções estão em cima da mesa. Podemos criar algo completamente novo, mas também pode ser um recortar e colar do ano passado.”

“Eu não sou Wout van Aert. Ele é uma pessoa muito sensata e sabe que é preciso um bom plano para ter sucesso. Mas ele também gosta de experimentar coisas novas. Uma coisa é certa: o Tour de Flandres e Paris-Roubaix são as prioridades.”

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“Creio que há quatro corredores que se destacam neste momento: Vingegaard, Pogacar, Roglic e Evenepoel. São os mais completos.”

Jonathan Vaughters (Diretor da EF Education-EasyPost):

“A nossa primeira reunião de equipa de desempenho será em Londres, a 10 de novembro e depois a primeira reunião com os corredores em dezembro, mas olhando para os percursos do Giro e do Tour, o que se encaixa melhor no perfil de Richard Carapaz é certamente o Tour, inclusive o próprio Richard se inclinará para a corrida francesa.”

“Por isso, teremos que considerar como ele quererá correr e o que os patrocinadores pensam. Tornei-me um pouco menos defensor de apostar apenas na classificação geral nas Grandes Voltas, só porque pode ser um pouco aborrecido… A decisão é complexa, mas é muito provável que Carapaz faça o Tour. A maneira como correu a Vuelta foi impressionante, se ele pudesse transferir essa capacidade para o Tour de France, seria incrível.”

Guillaume Martin (Cofidis):

“Gosto muito do que vejo. Parece-me ser um percurso para escaladores, tem pouco contrarrelógio e muitas subidas difíceis. No papel, gosto. Passa pelos cinco maciços montanhosos de França, incluindo Puy-de-Dôme, onde grandes duelos tiveram palco no passado do Tour. Será estimulante. Será a minha única Grande Volta no próximo ano e o meu principal objetivo na temporada, por isso quero fazer um bom lugar na boa classificação geral. Fiquei frustrado por abandonar a última edição, por isso mostrarei os dentes logo que possa na próxima edição.”

Mauro Gianetti (Diretor desportivo da UAE Team Emirates):

“Não há muitas etapas com 3 ou 4 contagens de montanha seguidas, com 5000 metros de desnível acumulado, mas haverá dificuldades todos os dias, vai ser muito interessante. Será propício a ataques, que possam amealhar alguns segundos a cada dia, e desde logo o primeiro dia em Bilbau.”

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“Sem dúvidas, Tadej [Pogacar] estará no Tour, e com a ambição de o reconquistar, esse é o principal objetivo para ele e para a equipa. Aliás, será o único. Poderá haver algumas mudanças na abordagem à corrida em relação à edição de 2022. Tadej também poderá melhorar a sua leitura de corrida, não atacar a 50 quilómetros do final. Mas ele é assim, também não queremos mudar a sua natureza.”

Mark Cavendish (ainda sem equipa):

“O percurso é muito difícil. A dinâmica será diferente de outros Tour, com um início muito difícil. A classificação geral deverá ditar a corrida desde o começo. Todos sonham com o Tour e haverá muitas oportunidades para velocistas em 2023.”

Vincent Lavenu (Diretor geral da AG2R Citroën):

“Este Tour apresenta um perfil bastante equilibrado com etapas para velocistas, mas também um ‘recreio’ muito bom para trepadores. Não haverá muitos quilómetros de contrarrelógio, o que sugere uma boa batalha nas montanhas. A passagem na nossa região, Auvergne-Rhône-Alpes, será importante e há algumas novidades como o regresso do Puy de Dôme. É simbólico.”

David Gaudu (Groupama-FDJ):

“É um Tour de França muito bom, um pouco à antiga, típico para trepadores puros. Provoca-me muito entusiasmo.”

Foto principal: UAE Team Emirates Facebook

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