É curioso pensarmos que em várias áreas da nossa vida há marcas que nos ficam na memória e ficam mesmo para a história… Exemplos? As marcas de automóveis que tornaram modelos dos anos 60, 70 ou 80 autênticos clássicos. E, claro, as marcas de bicicletas mais antigas da história!

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Neste caso, olhando para trás, ficamos com a sensação que o ciclismo esconde muito mais história do que qualquer marca de automobilismo, por mais bem-sucedida que esta seja. Talvez não seja bem assim, mas gostamos de pensar que sim…

Nesse sentido, não é difícil encontrarmos marcas que continuam a fabricar bicicletas e que o fazem há quase (ou há mais de) 100 anos. E aqui te deixamos um pouco do passado do ciclismo e contamos-te a evolução de algumas dessas marcas. Uma coisa é certa: todas elas contribuíram fortemente para a história deste emocionante mundo.

Bianchi (1885, Itália)

“A história da Bianchi é paralela à da Itália, que andou com as inconfundíveis bicicletas azul-celeste. Edoardo Bianchi começou a trabalhar muito jovem e em 1885, com apenas 20 anos, abriu a sua primeira oficina”.

“As instalações que alugou na Vila Nirone ficavam a poucos passos do centro de Milão. Vendia moedas de um centavo, mas também instrumentos cirúrgicos com uma placa a dizer ‘Oficina de reparos’. Isto porque as bicicletas eram apenas alguns dos objetos que incluídos nessa oferta”.

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“Ne século começaram as primeiras competições de velocípedes e Bianchi já era o protagonista. Em 1899, Bianchi alcançou a primeira vitória internacional, sobre a linha de chegada, no Grande Prémio de Paris, com Gian Fernando Tommaselli”.

“Depois tornou-se o primeiro CEO da marca Bianchi, já mostrando a estreita relação entre o mundo das corridas e a empresa”.

In  “Our Story”. Bianchi.

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Fotos: Bianchi // Site da marca: www.bianchi.com

Raleigh (1887, Inglaterra)

“A Raleigh foi fundada em 1887 por Sir Frank Bowden e é uma das marcas de bicicletas mais antigas e conhecidas do mundo. Foi fundada em 1887 em Nottingham, Inglaterra, onde ainda está localizada. Bowden descobriu o amor pelo ciclismo depois de experimentar os benefícios que o desporto trazia à sua saúde, e após um período de mal estar físico”.

“A década de 1920 viu a Raleigh converter-se numa marca líder mundial em bicicletas, capaz de produzir 100 mil bicicletas por ano, bem como 250 mil mudanças de eixo, 15 mil motociclos e 50 mil caixas de velocidade para motociclos”.

In “Raleigh History”.

Fotos: Media PON Bike // Site da marca: www.raleigh.co.uk

Olympia (1883, Itália)

“Em 1883, em Milão, perto da ‘Porta Romana’, Carlo Borghi fundava a Olympia. No início não eram apenas bicicletas, também produzia motas, embora mais tarde Borghi tenha dedicado apenas toda a sua paixão e energia ao ciclismo”.

“Com a camisola da Olympia, branca com listra preta, Enrico Mollo terminou em segundo o Giro d’Italia (1940) e Pietro Chiappini venceu um Milan-Torino (1941). Em 1960, a marca passou para as mãos da família Fontana, que transferiu a produção para a região do Veneto”.

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“Hoje, a Olympia tem mais de um século de paixão pelo ciclismo e sobre as suas rodas e coração. Já muitas coisas mudaram, começando pela moderna unidade de produção de 4.400 metros quadrados em Piove di Sacco (Pádua), mas o legado de Borghi continua: paixão, presença desportiva (especialmente no BTT com o multi-premiado Marzio Deho e a equipa de mesmo nome), tecnologia e detalhes valiosos”.

In “History of Olympia Cycles”.

Fotos: Olympia // Site da marca: www.olympia-cycles.com

Legano (1902, Itália)

“A Wolsit Officine Legnanesi Automobili foi fundada em Legnano, em 1902, para construção de automóveis e similares. O conselho incluia, entre outros, Franco Tosi (fundador da Franco Tosi Meccanica em 1881) e Siddeley de Wolsit (que em 1892 fez a travessia da Grã-Bretanha com uma bicicleta que ele próprio havia construído)”.

“A Wolsit Officine Legnanesi Automobili (W.O.L.A.) fabrica 25 mil bicicletas desde o primeiro ano: a Itália move-se, a rede rodoviária expande-se. As suas bicicletas participam em inúmeras provas e, sendo particularmente fortes, ganham muitas. Naquela época, Emilio Bozzi já vendia materiais e acessórios para carros e bicicletas há anos; e desde 1907 também produzia e comercializava bicicletas La perla”.

“Mais tarde, a marca expande-se e abre filiais em várias cidades do norte de Itália. Vende rodas, pneus, selins, correias, etc”.

In “La nostra storia Legnano bici”.

Fotos: Legnano // Site da marca: www.legnanobici.com

Willier (1906, Itália)

“No início do século XX, a tecnologia fazia milagres, prometia revoluções e aguçava mentes, principalmente as mais ousadas e atrevidas. Além disso, as bicicletas mudaram imenso. Em comparação com os protótipos franceses de cinquenta anos antes, grandes avanços foram feitos nos conceitos de direção, transmissão, travagem, uso de materiais, conforto e aparência (…)”.

“As marcas estrangeiras na sua maioria e as lojas que as vendiam e reparavam nem sempre estavam ao alcance. Em Bassano, as primeiras bicicletas apareceram nas montras da ‘Saggiotto e Zaramella’, onde era possível também alugá-las”.

“Alguns anos mais tarde, a bicicleta tornou-se o meio de transporte mais comum dos italianos graças à iniciativa de pioneiros como o comerciante e artesão ‘Pietro Dal Molin’ de Bassano, que era fascinado por bicicletas e velocidade (…) e que decidiu envolver-se nessa aventura, abrindo uma pequena oficina de bicicletas”.

“Comprou uma marca inglesa quase desconhecida, a Wilier, e estabeleceu a sua primeira oficina em ‘San Fortunato’, na margem esquerda do rio Brenta. (…) Aqui foi fundada, a poucos metros do rio, a fábrica de bicicletas Wilier, debaixo da taberna ‘Alla Colomba’. (…) Em Bassano, ter uma Wilier tornou-se moda, começaram a chegar pedidos de todo o lado e a modesta oficina foi ampliada e melhorada”.

“A produção em massa, viabilizada com uma instalação industrial, manteve os custos das bicicletas baixos e, por sua vez, incentivou a sua distribuição progressiva”.

In “The Story Wilier Triestina”.

Fotos: Wilier //Site da marca: wilier.com

 Kalkhoff (1919, Alemanha)

“De carteiro a especialista em bicicletas. Em 1919, o então carteiro rural de 16 anos, Heinrich Kalkhoff, fundou a empresa que conhecemos como Kalkhoff, na casa dos seus pais em Cloppenburg. A ideia dele era simples, mas brilhante”.

“Inspirado pelos vários problemas mecânicos com os quais tinha de lidar no dia a dia da sua profissão, rapidamente percebeu que havia uma grande procura por pneus e outras peças de bicicletas”.

“Os negócios iam tão bem que Kalhoff começou mesmo a produzir bicicletas completas a partir de 1927. Após uma pausa durante a Segunda Guerra Mundial, a produção de bicicletas é retomada na década de 1950. Como os carros eram mais raros nessa época, a procura de bicicletas era maior”.

“São os anos de ouro da empresa: 1.200 pessoas trabalhavam na fábrica, recebendo até 5.000 marcos por dia. As bicicletas eram distribuídas para 32 países diferentes e o trabalho de Kalkhoff, produzido na Alemanha, mostra-se competitivo até no Leste Asiático”.

In “Our Story, Kalkhoff Bikes”.

Fotos: Media PON Bike e Kalkhoff // Site da marca: www.kalkhoff-bikes.com

BH (1923, Espanha)

“Em 1909, a BH foi fundada pelos irmãos Cosme, Domingo e Juan Beistegui, em Eibar (BH vem de Beistegui Hermanos), como uma fábrica de armas. Mas é em 1923, após a Primeira Guerra Mundial, que começam a produzir bicicletas”.

“A nossa produção teve como foco proporcionar um meio de transporte rápido, confortável e económico aos moradores de Eibar. O resultado foram bicicletas muito leves, ágeis e fiáveis”.

“Da oficina familiar fundada no início do século, em 1926, deu-se o salto para umas novas instalações num edifício emblemático. É em 1929 que começa a expansão comercial nacional de bicicletas BH”.

In “Historia de NH”.

Fotos: BH // Site da marca: www.bhbikes.com/pt_PT

Orbea (1930, Espanha)

Embora a Orbea tenha sido fundada em 1840, foi só em 1930 que começaram a fabricar bicicletas. “A semente da Orbea foi plantada em Eibar, em 1840, pelos irmãos Juan Manuel, Mateo e Casimiro. O revólver era o seu produto principal, sendo o governo o seu maior cliente”.

“Pouco antes do final do século, a empresa passou a chamar-se ‘Orbea Hermanos y Cía’, tendo um notável aumento da procura devido à Primeira Guerra Mundial, procura essa que caiu após o fim da mesma. Isto, somado às limitações de exportação, levou a empresa a criar novos produtos”.

“Em 1930, o declínio nos pedidos de armas após o fim da Primeira Guerra levou à reflexão sobre para onde direcionar a manufatura. E a bicicleta surgiu como solução. Algo lógico, considerando que permitiu aproveitar o conhecimento de manuseio de tubos para armas na hora de elaborar os quadros”.

“Também faz sentido ver a grande paixão pelo ciclismo que existe em toda a área, um terreno fértil para o surgimento de ciclistas consagrados, jovens promissores e um bom número de corridas”.

In “Historia de Orbea” e “Orbea 175 Aniversario”.

Fotos: Orbea // Site da marca: www.orbea.com/pt

Vitus (1930, França)

“A Vitus é uma empresa icónica de bicicletas nascida em França como fabricante de tubos aço de alta qualidade na década de 1930. Ficou famosa por um dos mais procurados quadros de corrida de alta tecnologia quando nos estabelecemos como uma marca de quadros na década de 1970”.

“O nome Vitus nasceu como um conjunto de tubos de aço premium fabricado pelo fabricante de aço francês de renome Ateliers de la Rive, com sede em St Etienne, França. Com os conjuntos de tubos Rubis e Durifort, os construtores de quadros de qualidade começaram a usar o Vitus, um conjunto de ponta dupla mais leve, nos seus melhores quadros, juntamente com o Reynolds 531DB”.

“A empresa tornou-se rival direta da Reynolds, da Grã-Bretanha, e da Columbus, da Itália. Em 2008 fecha e em 2009 é comprada por uma empresa irlandesa que a relançou até hoje”.

In “History of Vitus Bike”.

Fotos: Vitus // Site da marca: vitusbikes.com

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