Mathieu van der Poel é a principal figura deste início bem aceso do Giro. O neerlandês chegou à Hungria, para a grande partida, com objetivos bem definidos e concretizou-os, para já, na plenitude e com nota máxima.

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Objetivo nº 1: vencer a primeira etapa que tinha um final ao seu jeito, para homens resistentes e explosivos, no topo de uma subida de 5 quilómetros com inclinação não muito agressiva. Se o fizesse, conquistaria automaticamente a camisola rosa. Objetivo cumprido.

 

Objetivo n.º 2: defender a liderança com unhas de dentes no segundo dia da prova, num contrarrelógio pequeno, mas com final também exigente em subida, para assim manter-se no topo da geral. Garantiu-o, este sábado, com um desempenho excecional que lhe valeu o segundo lugar da etapa, segurar a ‘rosa’. Objetivo cumprido.

Objetivo n.º 3: manter esta ‘maglia’ pelo menos, mais três dias. Objetivo a ver, mas com enormes probabilidades de o cumprir também. A etapa de domingo é plana, não se espera que a Alpecin-Fenix e as equipas dos sprinters permitam que uma fuga chegue ao fim; e o dia seguinte é de descanso antecipado devido ao ‘transfer’ da caravana da Hungria para terras italianas, para a Sicília, onde se disputará a jornada de terça-feira (4.ª etapa), com chegada ao Monte Etna.

Aqui, no topo do vulcão, estaria, enfim, previsto o termo do curto, mas honroso, reinado de Van der Poel neste Giro. No que diz respeito ao primeiro lugar da classificação geral, entenda-se, porque há muito mais para conquistar para o extraordinário corredor da Alpecin-Fenix.

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Sobre o contrarrelógio deste sábado, como se esperava não causou diferenças relevantes entre os principais candidatos apontados ao triunfo final no Giro. De qualquer modo, Simon Yates superou-se e superou, de facto, a concorrência direta, incluindo João Almeida, que, ao invés, esteve ligeiríssimo furo abaixo das expectativas. Por isso, perdeu uma oportunidade de ganhar mais alguns segundos a adversários como Richard Carapaz ou Romain Bardet.

De qualquer forma, o português sabia que não seria nestes 9,2 quilómetros que se ganharia o Giro e cumpriu a preceito. No entanto, esperemos que esteja ciente que, na terça-feira, na primeira abordagem montanhosa, no Etna, quem tiver um dia mau pode, desde logo, perdê-lo.

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