João Almeida esteve finalmente na discussão da corrida na Volta à Catalunha e apesar de ter perdido a luta com os dois dominadores da prova, Primoz Roglic e Remco Evenepoel, deixou indicações bastante positivas de capacidade para estar ao nível desses corredores, que serão, com certeza, dos seus adversários mais poderosos, senão mesmo os mais fortes, na Volta a Itália, em maio.

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O português da UAE Team Emirates voltou a perder o timing do ataque. Uma vez mais de Remco Evenepoel, uma vez que Primoz Roglic tem-se mantido apenas na expectativas, tentando responder ao belga, e depois aplicando a sua velocidade terminal para ganhar vantagem.

Foi o que aconteceu nesta quinta equipa, com final em Lo Port, subida de categoria especial com 8,4 km a 8,8% de inclinação média, verdadeiramente seletiva. A Soudal Quick-Step voltou a trabalhar arduamente para lançar o seu líder Evenepoel e este, menos de 5 quilómetros do alto, correspondeu.

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Roglic não vacilou e também Marc Soler (UAE Team Emirates) também conseguiu agarrar-se. Nada de João Almeida… Perdendo desde logo cerca de 200 metros, o corredor de A-dos-Francos iniciou, então, como é seu timbre, a recuperação, perante uma estranha movimentação do companheiro de equipa Soler, ao tentar forçar o andamento na frente. Ao não poder livrar-se de Evenepoel e Roglic, o espanhol, ‘ficou à espera’ do português.

E João Almeida chegou. E quando o fez deu imediatamente ‘ordem’ a Soler para puxar o quarteto. Este fez um bom quilómetro a endurecer o ritmo e Almeida atacou. Uma e outra vez, mas sem sucesso. Evenepoel e Roglic não cederiam. O português tem de continuar a trabalhar o desempenho na montanha, principalmente a capacidade de resposta, contudo o mais urgente seria repensar… a colocação.

Alemida acabou por ceder ao ataque decisivo de Roglic nos últimos 300 metros, que também deixou Evenepoel ‘vazio’ na reta da meta, após ter tentado contra-atacar o esloveno. Este, assim, ganhou improváveis 6 segundos nos últimos 50 metros, e com bonificações já tem 10 segundos de vantagem para o líder da Soudal.

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“Estou muito satisfeito. Disse a mim mesmo que tinha de segurar os ataques de Remco Evenepoel. Foi um esforço muitíssimo intenso, estou realmente super satisfeito por ter vencido”, afirmou Primoz Roglic, após a etapa. “Amanhã a etapa não é muito dura, devo poder ficar com a camisola de líder. Mas domingo será uma grande batalha novamente. Veremos”, acrescentou o esloveno.

“No final, Roglic foi muito forte, soube responder a todos os ataques”, começou por afirmar Evenepoel. “Ele só atacou a 500 metros da linha e depois abrandou, a seguir tentei contra-atacar, mas era muito cedo para o fazer. Foi o meu grande erro”, admitiu o belga.

“De resto, fizemos um trabalho muito bom, assumimos o controlo da corrida e fomos uma equipa melhor do que a Jumbo-Visma, mas eles venceram. É Primoz Roglic, o melhor corredor voltista dos últimos anos, na minha opinião. É o meu ídolo, é um prazer lutar contra ele, posso aprender muito com ele. Ainda não estou ao meu melhor nível, mas ainda falta um mês para a Volta a Itália”, concluiu o líder da juventude na Catalunha.

Classificações:

www.procyclingstats.com

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Fotografia: Twitter Volta a Catalunha

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