A Volta a Itália de 2024 foi apresentada oficialmente na última sexta-feira, desvendando-se um percurso carregado de montanha, principalmente na terceira e última semana, a acentuar a importância do endurance num grande voltista. Mas não são só os trepadores puros a ter motivo para estarem agradados.

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O traçado da ‘corsa rosa’ do próximo ano replica a fórmula da edição de 2023, com ampla extensão de contrarrelógio. Ainda que não três, apenas dois, mas longos, acima dos 30 kms, e o primeiro a terminar em subida – também no último Giro houve crono-escalada, na penúltima etapa, e foi decisivo!

Outra característica que se pode aferir da revelação do traçado da 107.ª edição da Volta a Itália é o facto de as etapas serem, em média, mais curtas do que é tradicional na corrida italiana.

As críticas têm-se multiplicado nas edições mais recentes, e a deste ano não foi exceção: etapas demasiado longas são tendencialmente aborrecidas e pouco coadunantes com o moderno ciclismo, mais intenso, competitivo e sempre em… modo ataque!

No Giro do próximo ano assistiremos a alguma atenuação das distâncias das etapas, com a extensão média a baixar para “apenas” 170 quilómetros.

Outros números: os corredores enfrentarão 42.900 metros de desnível positivo acumulado, distribuídos pelos 3.321,2 kms totais do percurso com 21 etapas, desde Turim (Venaria Real), no dia 4 de maio de 2024, a Roma, a 26 de maio.

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Avancemos para os contrarrelógios: dois, ambos individuais, acima dos 30 kms, o primeiro com 37.2 km e segundo com 31. Aquele chega-nos ainda na  semana inaugural da corrida, ligando Foglino e Perugia, e termina em subida. Entre candidatos à classificação geral conte-se com maior proveito para os melhores especialistas.

Etapa 7

O segundo exercício contra o tempo será na etapa 14, entre Castiglione delle Stiviere e Desenzano del Garda, com 31 kms praticamente totalmente planos ainda mais à medida de quem tem superior competência inata nesta disciplina.

Etapa 14

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Apresentados os contrarrelógios, recue-se no organigrama deste Giro 2024, e desde logo ao início, nada fácil, com montanha ao primeiro dia! Após este aquecimento intenso, a segunda etapa abrirá as hostilidades entre os favoritos à camisola rosa na ascensão final ao célebre Santuário di Oropa, subida com pendente média de 6.2% e rampas a 14% em 11.8 km.

Etapa 2

A etapa seis traz-nos 12 kms de troços em terra batida que fazem parte da clássica toscana Strade Bianche e um final em ligeira ascensão para Rapolano Terme… Um dia claramente dedicado aos especialistas no ‘sterrato’ e em que será elevado o índice de imprevisibilidade…

Etapa 6

As etapas 8 e 10 têm mais pontos quentes, a primeira, que terminará em Prati di Tivo (14.6 kms, 7% média) e a segunda, que levará os ciclistas ao topo da Bocca Della Selva (20.9 kms, 4.6% média).

Etapa 8

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Etapa 10

Após a décima etapa temos uma “pausa” das montanhas, que regressam em força a partir da etapa 15, quando os homens da geral vão decidir quem vestirá a camisola rosa na derradeira jornada, de consagração.

A etapa 15, entre Manberba del Garda e Livigno, impõe 2385 metros de desnível positivo acumulado. Esta é mais longa da 107.ª edição do Giro, com 220 km e uma das quatro da corrida acima das duas centenas.

O dia seguinte é de descanso, e os ciclistas regressam no dia 21 de maio para o magnifico Stelvio!

Etapa 15

A etapa 16 termina no Monte Pana (202 km) e de passagem (ou melhor, quase no início… aos 33 km) terá a ascensão ao lendário Passo dello Stelvio, o ponto mais alto desta Volta a Itália (2758 metros), a denominada Cima Coppi. Após este colosso do Trentino, seguem-se 120 kms praticamente sempre em “descida” até à subida final. Ou melhor, duas subidas, e qual a mais dura! 18+8 km, incluíndo pendentes de 15%…

Após este dia que se prevê de grande espetáculo, os corredores enfrentam a etapa 17, que começa e termina em exigentes subidas, com mais três de permeio, um autêntico carrossel! A saber: Sella Pass, Rolle, Gobbera e Brocon, sendo que esta última será percorrida por duas vezes na fase final de uma jornada com quase 160 km, sem um metro que seja em terreno plano!

Etapa 17

As oportunidades começam a escassear para os homens da geral. O dia seguinte é dedicado aos sprinters, o que deixa apenas a 19.ª e 20.ª etapas para a discussão da ‘maglia rosa’.

Na etapa 19, o percurso segue em crescendo de altitude até aos três derradeiros… “solavancos”: Passo Duron, Sella Valcalda e o final, a terminar em alto, Sappada.

Etapa 19

A 20.ª etapa é o ‘grande finalle’ em alta montanha, com duas ascensões ao Monte Grappa, no Veneto: 18.1 kms de extensão, ganho de elevação de 1475 metros e pendente média de 8.1%… vezes dois! Imperdível.

Etapa 20

Enfim, em Roma. Nesse dia (21.ª e última etapa) saberemos quem sucederá a Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o vencedor da edição de 2023.

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Imagens: Twitter Giro de Itália

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