Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step) impressionou na primeira chegada em alta montanha da Volta a Espanha, no final da terceira etapa em Arinsal, em Andorra, impondo-se em sprint ao dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma) e ao espanhol Juan Ayuso (UAE Emirates), segundo e terceiro.

PUB
Beeq

O belga, 23 anos, adiantou-se por um segundo na meta ao grupo dos principais candidatos aos primeiros lugares da classificação, em que se integrava João Almeida (UAE Emirates), que concluiu a etapa na nona posição, e o vencedor da edição de 2022 da Vuelta conquistou a camisola vermelha.

Numa chegada ao seu jeito, depois de se ter sentido sempre à vontade durante a subida pouco seletiva, Evenepoel acelerou irresistível para a vitória e após cortar a linha de chegada não conseguiu evitar a colisão com uma repórter e subsequente queda, de que resultou um ferimento num sobrolho.

PUB
Specialized Levo

«A pessoa estava a apenas 50 metros da meta… Já é o terceiro dia consecutivo que alguma coisa me acontece nesta Vuelta, estou que nem posso!», afirmou o jovem belga, depois de limpar o rosto ensanguentado. «Mas é a vida, o que importa é que está tudo bem e amanhã [hoje] estarei na corrida».

«Foi muito bom vencer esta etapa em Andorra, senti-me muito bem na última subida, o que é indicador de que a minha preparação foi correta», analisou Evenepoel.

De qualquer modo, depois da vitória autoritária do jovem belga da Soudal, como seria de esperar, a Jumbo-Visma foi a equipa que mais impressionou durante a etapa.

Com quatro corredores entre os 15 primeiros (Jonas Vingegaard, Primoz Roglic, Wilco Kelderman e Sepp Kuss), incluindo dois entre os quatro primeiros (os dois líderes), a formação neerlandesa mostrou a sua força habitual nas montanhas… Mas nem o dinamarquês, nem o esloveno, igualmente explosivos, foram capazes de travar Remco Evenepoel nos últimos 200 metros.

Roglic não apareceu na sua melhor forma e não conseguiu, efetivamente, entrar na luta pela vitória quando – insista-se – o final lhe convinha muito bem, mas Vingegaard esteve ao estilo da primeira semana do Tour, quando se limitava a responder a Tadej Pogacar.

No entanto, conforme explicou no final da etapa, o duplo vencedor da Grande Boucle não se sentiu na sua melhor forma nesta primeira abordagem montanhosa. “Não tive meu melhor dia, mas isso faz parte do jogo. Não podemos ter as melhores pernas todos os dias, por isso posso ficar satisfeito com o segundo lugar. Remco merece sua vitória e pela minha parte acho que consegui o melhor resultado possível”, declarou Jonas Vingegaard, que está 31 segundos atrás de Evenepoel.

A UAE Emirates esteve apenas um furinho abaixo da Jumbo. De resto, o primeiro a acender a pólvora na subida final foi Juan Ayuso, que conquistou o terceiro lugar no topo do Arinsal. O compatriota Mac Soler também tentou a sua sorte na fase derradeira e acabou em sexto; e João Almeida, apesar de se ter limitado a responder, ao seu estilo, não perdeu tempo.

PUB
Beeq

Ayuso refletiu sobre a sua prestação no final. “Queria tentar algo para ganhar tempo na classificação geral, mas esteve bastante vento na subida final e foi difícil sair do grupo. Quero agradecer aos meus companheiros, que fizeram um trabalho espetacular, principalmente Jay Vine. Soler tentou ajudar-me no sprint final, mas foi difícil vencer Remco numa chegada como a esta. Esse resultado dá-me confiança para as próximas etapas de montanha”, finaliza o companheiro português João Almeida.

Na classificação geral, Juan Ayuso é 11.º, a 38 segundos de Remco Evenepoel e João Almeida é 13.º a 42”.

Lê também:

Vuelta 2023 – etapa 3: Reemco Evenepoel mostra-se forte entre os favoritos… [com vídeo]

Imagens: Vuelta Twitter

Também vais gostar destes!