Tudo é importante no sistema de travagem: o líquido (de que falamos na primeira parte deste lote de artigos), os discos e o seu diâmetro, ter dois ou quatro pistões nas pinças (em especial no BTT, naturalmente)… O objetivo é… travar bem! Então e as pastilhas de travão?

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São igualmente importantes para o bom funcionamento do sistema. E também neste elemento em particular tudo conta: a composição das mesmas, se estão em bom estado de conservação, se são as mais adequadas aos outros elementos que estão a ser usados.

O que mais nos interessa nestas reflexões, contudo, é a composição das pastilhas, sejam estas destinadas as bicicletas de estrada ou de BTT. Dependendo desta composição está, inevitavelmente, o prevalecer da potência da travagem ou da durabilidade das pastilhas.

Isto porque ter ambas as características e mais-valias em simultâneo é praticamente impossível. Uma pastilha mais eficaz irá gastar-se mais depressa, à partida, enquanto uma mais “dura” fará a bike travar com menos eficácia e poderá durar mais. Mas atentemos nos seguintes quatro tipos de pastilhas de travão.

Tipos de pastilhas de travão

1. Sinterizadas ou metálicas

Mediante este processo (a sinterização, ou compactação a baixa temperatura) juntam-se pós metálicos (cobre e/ou bronze) com fibras de diferentes composições (de grafito, por exemplo), formando uma peça compacta e de grande resistência.

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Como vantagens temos o bom desempenho (sobretudo em piso molhado) a altas temperaturas e a maior duração. Como inconvenientes, por outro lado, temos o eventual ruído durante a utilização, a falta de “grip” ao início e o alto desgaste que podem produzir nos discos.

2. Semi-metálicas

Feitas à base de diferentes fibras orgânicas e inorgânicas, combinadas com fibras metálicas, utilizam resina fenólica como compactador composto.

São mais silenciosas e têm uma maior “mordida” inicial que as metálicas, além de mostrarem boa performance em todas as ocasiões. Mas sofrem maior desgaste que as metálicas em condições extremas (água, sujidade…).

3. Orgânicas

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Nas pastilhas de travão orgânicas, o material principal é uma resina proveniente de diferentes plantas (resina dos pinheiros, por exemplo) em vez de partículas metálicas, embora o fabrico seja também industrial, claro.

Apresentam um “grip” muito bom, são silenciosas e não aquecem com facilidade. É por isso que têm um bom rendimento nas descidas, por exemplo. O desgaste é mais rápido em comparação com os dois tipos anteriores e requerem uma pequena “rodagem” antes de chegarem ao seu ponto de uso ideal.

4. Cerâmicas

São basicamente pastilhas orgânicas que são reforçadas com a adição de fibras cerâmicas e partículas de cobre. Estas fibras fazem com que aumente a resistência a temperaturas mais elevadas e por isso se consigam travagens muito eficazes sem aquececimento do sistema de travagem.

O ruído da fricção é bastante reduzido, à partida, até porque trabalham sempre a temperaturas tendencialmente mais baixas. O elevado custo é a grande desvantagem deste tipo de pastilhas de travão.

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Artigo redigido por José Escotto e editado por Jorge Lopes. Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através deste formulário.

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