Enric Mas teve uma temporada de extremos. Ou perto. Primeiro desceu quase aos infernos na Volta a França e depois, quando fracassou rotundamente nessa competição seria o seu principal objetivo do ano. O espanhol desistiu à 19ª etapa quando seguia numa modesta 11ª posição da classificação geral, distante das pretensões, pessoais e da equipa Movistar, de que era líder incontestado.

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O desapontamento chegou ao diretor geral da formação da telefónica, Eusebio Unzué, que lhe dirigiu duríssimas críticas que passaram pelo desempenho desportivo e chegaram ao perfil para a liderança de uma grande equipa, colocada em causa.

Contudo, Enric Mas entrou motivação no discurso do seu chefe, reencontrou-se, física e mentalmente, e apresentou-se revigorado, transfigurado mesmo, no fase final da temporada. Desde logo, na Volta a Espanha, em que, mais do que a repetição do segundo lugar de 2021 – o terceiro, incluindo a edição de 2017 -, o corredor espanhol, de 27 anos, esteve mais combativo e descomplexado do que nunca – e só foi batido pelo inatingível Remco Evenepoel, autor de uma temporada… estratosférica.

 

A demonstração dessa reciclagem pessoal veio depois da Vuelta, primeiro com a vitória no Tour da Emília e ainda mais com o pódio (2.ª posição) no Giro da Lombardia (2º), em grande duelo com Tadej Pogacar. O trepador espanhol mostrou que pode competir com os melhores quando está na sua melhor versão. Resta agora conquistar uma grande vitória e, em especial, a ambicionada grande volta. Por si e pela Movistar.

“Preciso muito ganhar, agora! Já é a terceira vez que fico em segundo na Vuelta”, explica o maiorquino em entrevista concedida a Het Nieuwsblad. Enric reconhece tem alguns arrependimentos sobre algumas decisões na corrida espanhola. “Poderia ter ganho mais tempo a Evenepoel na Sierra de la Pandera e na Sierra Nevada […] Aprendi com isso lições para o futuro, tenho de correr de forma mais agressiva nos meus melhores dias”, declara.

Mas falou ainda sobre a próxima temporada, com as grandes voltas outra vez em mira, mas também algumas grandes corridas de um dia também. “O meu programa para 2023 ainda não está definido, mas provavelmente não será muito diferente dos anos anteriores, com o Tour e a Vuelta […] Gosto de Liège-Bastogne-Liège, da Clasica San Sebastian e do Giro da Lombardia”.

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“Na última temporada não me apresentava forte o suficiente no final de uma corrida de seis horas, mas agora acredito que um dia poderei vencer uma dessas clássicas. Já colocamos mais foco nisso durante os meus treinos”, conclui o corredor que terminou a temporada no top-20 do ranking da UCI (19º).

Foto: @EnricMasNicolau Twitter

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