Foram vários os elementos da nossa equipa que andaram com esta KTM Macina Gravelator SX Prime 20 de 2024 e as opiniões são unânimes: está aqui uma gravel elétrica que combina uma geometria bem conseguida e um sistema elétrico que, mesmo não sendo o mais potente, faz com que a bicicleta seja rápida, bastante rápida.

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E quem não gosta de andar depressa nos trilhos? É mesmo para isso que existem bicicletas de gravel elétricas, para que possamos percorrer mais kms em menos tempo e gastando menos energia.

Neste caso, contudo, acabamos por suar e bem. Não porque não haja assistência elétrica suficiente; não, é mais porque esta Gravelator elétrica da KTM está sempre a “pedir-nos” para andar mais depressa. E as sensações são muito boas… Vejamos mais em pormenor cada ponto desta bicicleta.

Boa surpresa!

Testar uma gravel é sempre interessante, pois somos fãs de andar depressa nos estradões e nos trilhos mais rápidos. Mas testar uma e-bike de gravel é ainda mais interessante.

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Por isso é que esta Gravelator da KTM nos surpreendeu… E por várias razões. A primeira delas? O quadro em carbono, que ajuda a bicicleta a rondar os 14 kg, o que nos parece muito bom para uma elétrica, mesmo ela sendo de gravel, o que à partida nunca faz a balança “esticar” tanto.

A geometria que faz-nos sentir confortáveis em cima da bicicleta mesmo ao fim de muitos kms.

Não vamos demasiado inclinados para a frente nem demasiado sentados, vamos na posição certa para estarmos bem e andarmos depressa ao mesmo tempo.

É de facto uma bicicleta bastante confortável tendo em conta que é uma gravel. Mas é simultaneamente capaz de transformar-se, por assim dizer, e adotar um estilo mais agressivo e competitivo…

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Olhemos para os interessantes pormenores do quadro, isto além do pequeno ecrã integrado no top tube (já lá vamos…): toda a estrutura é muito atrativa visualmente. A bateria está muito bem integrada, os detalhes visuais estão muito bem dispostos em cima deste verde “gasto”, as escoras e o triângulo traseiro estão bem conseguidos…

O cockpit, contudo, podia ser um pouco mais integrado, à semelhança do que já vimos noutros modelos de outras marcas. Mas este KTM Team II Gravel com flares a 20° até “casa” bem com a posição em que o quadro nos coloca.

Bosch SX, o motor ‘suave’

Parte da boa surpresa que é esta bicicleta está nas sensações transmitidas pelo sistema elétrico, o Bosch Performance Line SX que o fabricante alemão anunciou ao mundo no verão passado

Talvez tenha sido desenvolvido a pensar nas e-bikes de BTT leves, mas a verdade é que o propulsor com 5 Nm encaixa nesta e-gravel “que nem uma luva”.

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Relembramos o propósito principal deste motor: proporcionar um comportamento mais “suave” do que os habituais motores elétricos mais potentes da Bosch, com o objetivo de ser mais doseado e subtil na entrega de potência.

Por outro lado, também é mais pequeno e mais leve, com 2,05 kg, muito graças à sua estrutura exterior feita de magnésio. Mais: apesar da potência nominal andar pelos 250 W, segundo o fabricante pode atingir picos de até 600 W em força máxima, o que se traduz num apoio à pedalada de até 340%.

A marca fala ainda de menos ruído e num novo modo Sprint, que se junta aos já conhecidos modos Eco, Tour+ e Turbo, e numa resistência do movimento pedaleiro  reduzida em 50% em relação ao Performance Line CX.

Ora, e não é que podemos confirmar que, pelos nossos testes, sentimos que tudo isto acontece efetivamente?!

Nota-se que a distribuição de assistência é bastante suave, aparecendo ainda mais adaptada à força que vai sendo exercida nos cranques.

Nos modos Turbo e Sprint sentimos efetivamente a força do sistema, e no modo Eco conseguimos que a autonomia chegue aos 200 km, em média. A bateria é a unidade Bosch CompactTube Smart System de 400 Wh, que pode ser retirada do lugar no tubo diagonal e levada para casa para recarregar.

Carregar de 0 a 100% em cerca de quatro, e de facto a autonomia não terá de ser uma preocupação mesmo em voltas grandes, até porque as variações andam entre os 60 km (nos modos mais potentes) e os já referidos 200 km, em média, aproximadamente (no modo mais poupado).

O comando para alternar os modos é muito compacto e quase não ocupa espaço no guiador, e no top tube está a já referida unidade de controlo Bosch Mini, que mostra o modo de condução através de luzes LED. É aqui que se liga e desliga a bicicleta.

Grupo Sram eletrónico de 12x

Adequada a este modelo e uso, a transmissão. O grupo Sram Rival XPLR eTap AXS de 12x é também responsável por esta e-gravel nos meter a andar depressa sempre que possível. O prato no pedaleiro tem 46 dentes e a cassete é uma 10-44. Se esgota? Sim, até porque é uma elétrica. Mas dá para quase todos os momentos, especialmente a subir.

Também nos agradaram bastante as rodas. As Mavic Allroad SL 29 CL são em alumínio e são umas rodas de quase 900 euros que nem pesam muito: cerca de 1.700 gramas.

Parecem-nos resistentes o suficiente para umas boas voltas de gravel. Os mais exigentes, contudo, poderão querer ter um par em carbono para retirar peso e ter mais amortecimento…

Os aros 650b, mais largos, permitem o uso de pneus também mais largos.

Neste caso há um boa sincronia com os pneus Continental Terra Speed TL 40-622 ProTection que vêm de origem. Uma nota especial também para a eficácia e confiança na travagem com o sistema Sram Rival com discos de 160 mm.

A nossa avaliação

Esta KTM Gravelator mostrou ser bastante versátil. É uma bicicleta elétrica de gravel em toda a sua plenitude, mesmo não sendo perfeita. Alguma bicicleta o é?!

Tem uma pedalada suave, o que faz com que o seu uso em estrada e em terrenos mais planos e menos agressivos seja bastante agradável. Apesar da assistência à pedalada fornecida pelo motor suspender acima dos 25 km/hora, como é normal em todas as e-bikes, em velocidades mais alta conseguimos ainda assim rodar com muita facilidade. Porque a bicicleta é bastante ágil e nada pesada.

De facto este recente motor da Bosch faz um bom trabalho nos momentos de transição da assistência elétrica para a força de pernas apenas. Não há “esticões”, não há ruídos. E isto é bom em qualquer elétrica, pois tem sido das principais “queixas” de quem usa uma e-bike nos trilhos.

Depois, em terrenos mais agressivos, com pendentes mais acentuadas e até mesmo em superfícies com mais buracos, pedras e outros obstáculos, esta nova KTM se comporta a altura. Não tem suspensão, tal como quase todas as e-gravel.

A subir, não temos problema alguma em intitulá-la de ‘monstro’.

Com o motor a “puxar” é tudo muito fácil, mas, se por acaso decidirmos desligar a assistência elétrica, eis que a KTM Gravelator surpreende por ser leve para um e-gravel e ágil na sua geometria e conceção.

Pode ter um ou outro ponto a melhorar, mas é um facto que é capaz de proporcionar grandes momentos de diversão nos trilhos de gravel, especialmente em estradões mais abertos.

E é rápida, muito rápida! Para o que oferece esta Gravelator e para as boas sensações que provoca, nem nos parece alto o valor de 5.199 euros que é pedido por ela…

Ficha técnica da KTM Macina Gravelator SX Prime 20 2024:

Quadro: Macina Gravelator Premium Carbon UDH / Motor: Bosch Performance SX Smart System 55 Nm / Unidade de controlo: Bosch Mini Remote Dropbar / Bateria: Bosch CompactTube 400Wh / Transmissão: Sram Rival XPLR eTap AXS 12x / Pedaleiro: KTM E-Race Isis 170 mm Q2 com prato 46t / Travões: Sram Rival com discos Sram Paceline CL 160 mm / Pneus: Continental Terra Speed TL 40-622 ProTection / Avanço: KTM Team II Road -7° ICR / Espigão: KTM Team II 27.2/350 / Manípulos: Sram Rival eTap AXS HRD / Cassete: Sram Rival XPLR XG-1251 10-44t / Rodas: Mavic Allroad SL 29 CL 100 / Guiador: KTM Team II Gravel 20° / Selim: Fizik Terra Argo X3 Kium / Peso: 13,9 kg (sem pedais) / Preço: 5.199 euros

Galeria de fotos:

Galeria de promenores:

Mais info:

Neste teste:

  • Texto e teste: Filipe Gamado e Nuno Granadas
  • Fotos e vídeo: Jorge D. Lopes
  • Rider nas imagens: Nuno Granadas

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