Depois de uma segunda semana de rara intensidade, concluída por três exigentes etapas de montanha, os corredores doTour 2023 gozaram esta segunda-feira um segundo dia de merecido descanso em Saint-Gervais-Mont Blanc.

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Jonas Vingegaard enverga a camisola amarela, mas “presa por um fio”… São apenas dez segundos de vantagem para o grande rival Tadej Pogacar. E quando a análise prévia ao percurso desta edição da Volta a França desvalorizava a relevância do contrarrelógio, o único da prova, face às etapas de montanha – numa contraposição, por exemplo, ao Giro deste ano -, eis que o exercício individual pode “desatar o nó” entre os dois primeiros classificados e revelar-se decisivo. E não tanto os dois últimos dias de montanha que restam.

Porque se trata de um contrarrelógio suficientemente seletivo, mesmo para dois corredores que se equiparam, como Vingegaard e Pogacar. A distância nem sequer é elevada (22,4 km), mas a altimetria poderá fazer diferenças em desempenhos que serão individuais. O percurso termina em subida (Côte de Domancy, de 6,3 km a 6,6%), que inclui, na fase inicial, uma passagem de 1,3 km a 8,5%.

Jonas Vingegaard, em conferência de imprensa, reconheceu a importância do contrarrelógio. “É provável que seja decisivo, porque só estamos separados por dez segundos. Darei o meu melhor. Mas ainda haverá duas etapas de montanha, em que será sempre possível ocorrerem diferenças substanciais. Mas creio, de facto, que o contrarrelógio será decisivo”.

Mas a qual dos dois adversários o percurso deste contrarrelógio mais se adequa? O camisola amarela responde: “Creio que é um percurso que me convém. Gosto quando há mudanças de ritmo e será o caso. Antes do início do Tour, pensei que um contrarrelógio tarde na prova seria melhor para mim, enquanto se fosse mais cedo beneficiaria Pogacar. Mas, dadas as últimas etapas, estamos tão próximos que já não tenho a certeza. Não me surpreenderia se também amanhã [hoje, terça-feira] estivéssemos muito próximos”, afirma Vingegaard.

Tadej Pogacar não se queixa de estar atrás de Vingegaard e até se considera satisfeito por estar tão próximo do dinamarquês. “Se no início do Tour tivessem perguntado se me importaria de estar nesta posição atual, assinaria por baixo, sem dúvida”, declarou o esloveno também em conferência de imprensa no segundo dia de descanso.

“Talvez até a eventual maior frescura física, por não ter competido devido à minha lesão no pulso, seja benéfica para mim nesta terceira semana, veremos. As minhas pernas estão bem, isso é o mais importante”, referiu Pogacar.

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E como é que o vencedor das edições de 2020 e 2021 encara esta última semana? “Depois do contrarrelógio faremos um balanço. De qualquer forma, as duas etapas restantes de montanha serão duras, decisivas também. Reconheci o contrarrelógio e a etapa de Col de la Loze e também conheço a etapa de Markstein. Conheço a região, as estradas, sei perfeitamente o que me espera”.

O que aprendeu? “Que será super exigente. Do ponto de vista do perfil, a etapa de quarta-feira será a mais difícil, com o Col de la Loze. Devemos poupar as pernas para essa subida final. Na etapa dos Vosges, a última de montanha, é possível atacar de mais longe”, disse o líder da UAE Emirates.

Poderá a batalha psicológica que parece travar-se entre os dois corredores e as suas equipas ter impacto no final do Tour? “Não creio que isso vá ter grande importância. Todos estão focados em si próprios. Jonas dá uma ótima impressão, já não se movimenta nervosamente no pelotão. Está muito forte este ano. Veremos, não será fácil. São as pernas que vão determinar”, conclui Pogacar.

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Imagens: UAE Emirates e Jumbo-Visma Twitter

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