Se o contrarrelógio desta terça-feira não estabelecer as diferenças que a montanha da segunda semana também não fez, então é provável que este Tour se decida nas... bonificações. Nunca visto!

Igualdade perfeita entre os dois ‘”grandes” deste Tour 2023 na 15.ª etapa, este domingo, com final em Saint-Gervais Mont-Blanc (7,7 km a 7%). O camisola amarela Jonas Vingegaard resistiu ao ataque de Tadej Pogacar e mantém a liderança na classificação geral com a mesma vantagem de dez segundos sobre o camisola branca.

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E assim chega-se ao segundo e último dia de descanso da prova. Após o que se iniciará a terceira, derradeira e decisiva semana da corrida com uma jornada que pode ser crucial para o vencedor desta 110.ª edição do Tour. Um contrarrelógio de 22,4 km com final em subida (6,3 km a 6,6%) e rampas íngremes que poderá revelar-se mais significativo para o triunfo à geral do que se antevia no início da prova. É suficiente para criar diferenças conclusivas em caso de um dia menos bom de um dos corredores. As diferenças que as montanhas da segunda semana não fizeram…

Se Vingegaard vencer o contrarrelógio dará um passo gigante para a revalidação do seu “título”. Pode parecer exagerado assumir-se deste modo, mas bastará que a vantagem do dinamarquês seja meia dúzia de segundos para que fique automaticamente em posição vantajosa sobre o esloveno, uma vez que sobrarão apenas duas etapas de montanha, ambas sem final em alto, o que tornará mais difícil fazer diferenças – e estas, como se atenta pelas últimas etapas, estão muitíssimo caras para ambos.

Se, por outro lado, Pogacar ganhar e superar os dez segundos de desvantagem e conquistar a amarela, será Vingegaard que ficará em maus-lençóis, com a mesma missão espinhosa suprarreferida.

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E poderá ser, então, que entrem as bonificações. Imagine-se! Partindo do pressuposto que os dois lutarão pela vitória nas duas etapas de montanha que faltam e terminarão em posições seguidas (1.º e 2.º), quem vencer as duas  ganhará, no mínimo, 8 segundos (4+4 segundos) ao adversário.

Além disso, ainda se podem somar mais dois segundos do sprint bonificado no Col de la Loze (o único que resta até ao final da prova). Ao todo, poderão estar em jogo 10 segundos de ganhos em bonificações para o corredor que vença em todas essas metas. Mesmo que o rival fique sempre em segundo…

Pode parecer pouco, mas pode ser decisivo. Mas pode haver alternância de vencedores como sucedeu na etapa com final em Morzine, em que Vingegaard ganhou o sprint bonificado em Joux Plane e Pogacar bateu o nórdico na meta (na discussão pelo segundo lugar, atrás de Carlos Rodrigues). Se assim for, então tudo mais baralhado. Tal como se houver outros corredores (integrantes de fugas, como mais previsível) que roubem essas bonificações.

Contas à parte, os dois protagonistas maiores deste Tour falaram sobre a etapa de domingo, e à semelhança dos últimos dias foi Jonas Vingegaard a revelar-se o mais satisfeito com o desfecho da tirada. “Senti-me mais no controlo do que nos dias anteriores. A equipa trabalhou muito bem, apesar das quedas que sofremos no início da etapa”.

E sobre o contrarrelógio o camisola amarela assumiu que “será um dos dias decisivos para a classificação geral” e que terá de “dar o máximo para tentar fazer a diferença”.

Por seu turno, Tadej Pogacar reconheceu que nesta etapa foi mais difícil atacar o seu adversário. “Tentamos aumentar o ritmo no final da etapa, mas senti que Vingegaard estava muito forte e que não poderia livrar-me dele. A subida foi mais fácil do que deveria ter sido para ele… Às tantas, improvisei um pouco com Adam Yates, que conseguiu recuperar algum tempo na classificação geral”.

Perante isto, qual é o estado de espírito do esloveno para a última semana de corrida? “Tenho a confiança no auge. Todos estão em grande forma na nossa equipa. Vamos aproveitar o dia de descanso e dar mais um suplementar à rapaziada na terça-feira no contrarrelógio. Só Adam Yates e eu iremos a fundo, os outros economizarão forças para as últimas etapas. Faltarão, depois, apenas duas etapas para fazer a diferença, com o Col de la Loze na etapa rainha e a etapa 20, que promete ser explosiva”.

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Imagens: UAE Emirates e Jumbo-Visma Twitter

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