Desta vez não foi a ausência de uso de capacete (Andrei Kivilev, Fabio Casartelli), um cão a atravessar a rua (Joaquim Agostinho), o rebordo de um passeio (Bjorg Lambrecht), o desvio inusitado de uma moto (Antoine Demoitié) ou de um carro em contramão (Jean-Pierre Monseré). O caso de Gino Mader é diferente.

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Gino Mader faleceu ontem, sexta-feira, no hospital de Chur, depois de muitas horas a lutar pela vida, na sequência de uma aparatosa queda na descida final da 5.ª etapa da Volta à Suíça. O helvético, de 26 anos, despistou-se numa curva, a alta velocidade, e caiu numa ravina. O americano Magnus Sheffield (INEOS Granadiers), também envolvido no incidente, caiu na mesma ravina. Magnus levantou-se, Gino não.

Na ausência de imagens, as causas do acidente permanecem difíceis de determinar, mas algumas informações que foram, entretanto, divulgadas podem ajudar. A bicicleta de Magnus Sheffield não ficou muito danificada com o impacto e o ciclocomputador descarregou automaticamente os dados no Strava.

Ao quilómetro 207,1 (faltavam 4 para terminar a etapa), numa curva à direita, a bicicleta de Sheffield passou de 94,6 a 0 km/h em poucos segundos. Magnus e Gino foram projetados 30 metros ravina abaixo e, se por um lado o americano aterrou num prado, o suíço, infelizmente, provavelmente atingiu um muro de betão ou uma canalização de água e só parou num riacho, a três metros de distância.

Médicos e equipas de resgate correram para o local. Sheffield estava atordoado, mas praticamente ileso – considerando a violência do acidente; Mader, muito maltratado. O suíço teve de ser reanimado de uma parada cardíaca por massagem e desfibrilador. Durante a estabilização e antes de ser transportado de helicóptero para o hospital, os médicos perceberam que a vida do corredor estava em perigo, devido ao número e gravidade das fraturas internas, e aconselharam os familiares a prepararem-se para o pior.

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Entrevistado pela Blick TV, o médico da prova relata os fatos: “Chegamos ao local logo após o acidente. Dois corredores tinham caído, não sabemos como aconteceu. Os comissários e os espectadores mandaram-nos parar. Não conseguimos ver os ciclistas, mas por ser muito íngreme, imediatamente informamos o REGA (helicóptero de resgate)”.

“Encontramos dois feridos. Magnus Sheffield, que já estava sentado e a tremer por todo o corpo, e Gino, que estava caído num pequeno riacho, sobre uma pedra, imóvel e inconsciente, sem pulso, em paragem cardio-respiratória. Retirei-o da água com a ajuda de um fisioterapeuta da equipa Bahrain-Victorious e começámos as manobras de reanimação imediatamente.

“Os socorristas já tinham chegado, com todo o equipamento necessário para a reanimação, etc. Preparámo-lo para o transporte de helicóptero. Ele nunca esteve consciente”, explicou.

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Imagens: L’Equipe Twitter e Bahain Victorious

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