Mathieu van der Poel foi o mais forte no arranque musculado da 105ª edição da Volta a Itália, entre Budapeste e Visegrad, na Hungria, esta sexta-feira. O neerlandês da Alpecin-Fenix confirmou o favoritismo nesta primeira etapa da prova, que teve um final animado, numa subida de pouco mais de 5 quilómetros sem grande inclinação (4,2%) coincidindo com a meta, e impôs-se, ao sprint, a Biniam Girmay (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux). Na sua estreia no Giro, Van der Poel conquista a primeira camisola rosa da corrida.

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“Foi uma etapa muito fácil até os últimos 20 quilómetros e à subida final. Mas nesta última tornou-se muito complicado permanecer na frente, andei um pouco em vai-e-vem, o que me custou bastante energia. Felizmente, consegui uma vitória muito especial, mas fui aos limites e nem sequer tive de força para erguer os braços”, analisou Van der Poel,

“Espero manter a camisola rosa no contrarrelógio amanhã, pelo menos vou tentar… No Tour de França do ano passado consegui manter a camisola amarela, espero voltar a surpreender-me amanhã. Vi o percurso, parece bastante sinuoso. Vou aproveitar o tempo até lá e comemorar com a equipa esta noite”, referiu o corredor de 27 anos.

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Também envolvido na luta pelo triunfo, Caleb Ewan (Lotto Soudal) caiu a cerca de 30 metros da meta. Girmay ficou na 2.ª posição e Pello Bilbao (Bahrain-Victorious) no 3º lugar, foi o melhor dos corredores para a classificação geral, amealhando quatro segundos de bonificação por isso.

Biniam Birmay estava satisfeito com a sua classificação. “Foi difícil, foi realmente muito difícil, mas terminar em segundo é incrível! Não estou desapontado, estou feliz. Terminar em 2º na minha estreia e atrás de Mathieu van der Poel, que é um grande campeão, deixa-me bastante contente. Foi o nosso primeiro duelo”, declarou o eritreu, que continua a fazer história para o seu país. Sobre a queda de Caleb Ewan, contou: “Não sei o que aconteceu. Não vi nada, apenas senti alguém tocar a minha roda de trás”.

Por seu lado, Pello Bilbao foi o ganhador do dia entre os pretensos candidatos aos lugares cimeiros da classificação geral. Além de quatro segundos na meta, o espanhol amealhou outros tantos de bonificação pelo terceiro lugar. “Há sempre incerteza sobre as sensações quando se começa uma grande volta, especialmente com uma etapa que não era fácil. Não sabia como seria a subida final, fiquei atento e finalmente tive um bom dia. Estava bem colocado antes da última curva, no final perdi posições devido à queda do Caleb Ewan. É uma boa maneira de começar o Giro”, disse o corredor da Bahrain.

Ainda com o mesmo tempo do vencedor – mas sem direito a segundos extra -, Wilco Kelderman (5º/Bora-Hansgrohe), Richard Carapaz (6º/Ineos Grenadiers) e Bauke Mollema (7º/Trek-Segafredo) terminaram nas posições seguintes.

Por outro lado, os demais favoritos, incluindo João Almeida (14º/UAE Emirates), Romain Bardet (22º/Team DSM), Simon Yates (24º/BikeExchange-Jayco), Tom Dumoulin (25º/Jumbo-Visma) ou Alejandro Valverde (26º/Movistar), cederam quatro segundos para o grupo da frente (sem contar com as bonificações).

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A história da primeira etapa do Giro 2022 é restringe-se a dois momentos: a fuga do dia que teve a invulgaridade de ser constituído por dois elementos da mesma equipa, Mattia Bais e Filippo Tagliani, da Drone Hopper – Androni Giocattoli; e a subida final, já depois desta dupla italiana, que chegou a ter 9 minutos de vantagem, ter sido alcançada pelo pelotão a 13 quilómetros da meta.

O ritmo aumentou na frente do grande grupo na aproximação à subida para o castelo de Visegrad com a habitual luta pelo posicionamento. Nas primeiras inclinações, Lawrence Naesen (AG2R Citroën) antecipou-se e tentou a sorte sozinho, mas ainda a três quilómetros da meta não resistiu à perseguição, principalmente porque Lennard Kämna (Bora-Hansgrohe), corredor mais ameaçador, também atacou para fazer a ponte e com isso espoletou uma reação mais enérgica das equipas interessadas na vitória.

Todavia, também o alemão não foi longe, sucumbindo à ritmo da Intermarché-Wanty-Groupe Matériaux, em trabalho para o seu velocista e maior estrela, o eritreu Biniam Girmay. Este correspondeu otimamente ao serviço dos seus companheiros, mas Mathieu van der Poel foi mais potente, e venceu a etapa bem à sua frente. Caleb Ewan foi o único dos demais que mostrou capacidades para discutir o triunfo, mas cometeu um erro, tocou a roda de Girmay, caindo aparatosamente.

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