Sepp Kuss resistiu ao contrarrelógio de vermelho. Não que tivesse sido surpreendente, pois já se previa que a vantagem do trepador norte-americano da Jumbo-Visma na classificação geral da Vuelta 2023 fosse suficiente para manter aquele símbolo de liderança, somando-se o efeito de superação que aquele provoca a quem o enverga, mas o que Kuss conseguiu após a 10.ª etapa da Vuelta é algo destacável…

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Como este resultado, o corredor de Durango efetiva definitivamente a candidatura à vitória. Ou melhor, a partir deste contrarrelógio individual de 25,8 km em Valladolid, tem todas as condições para lutar por essa improvável conquista.

Porque, uma vez ultrapassado este exercício individual que não aprecia, deparam-se como obstáculos na cruzada de Sepp Kuss por conservar a camisola vermelha até Madrid nada mais do que montanhas… o seu terreno predileto. Os únicos óbices às ambições de glória do americano serão um dia mau e os interesses da sua própria equipa, que tem Primoz Roglic cada vez mais líder do que Jonas Vingegaard.

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O americano de 28 anos teve um desempenho muito bom (esperado…) no contrarrelógio, alcançando o 13.º lugar, a impensáveis 1.29 minutos do vencedor Filippo Ganna (Ineos Grenadiers), mas principalmente a apenas 17 segundos para Marc Soler (UAE Emirates), 1.13 minutos para Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step) e ainda mais espantosos 11 segundos de desvantagem para o seu companheiro de equipa Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma).

Na classificação geral, Kuss distancia-se de Marc Soler por 26 segundos, e razoável margem de segurança para as grandes “trutas” da prova, Evenepoel (+1.09 m), Primoz Roglic (1.36 m), João Almeida (2.16 m), Vingeggard (2.22), Juan Ayuso (2.25) e Enric Mas (2.50). Lenny Martinez (Groupama-FDJ), outro trepador, mas que mostrou debilidades na última chegada em alto (Xorret de Catí), está a 2.02 m.

No final do contrarrelógio, Sepp Kuss, no seu jeito direto e descomplexado, não deixou nada por declarar. «É claro que foi diferente fazer um contrarrelógio com a camisola de líder para defender», começou por afirmar.

“Senti-me surpreendentemente relaxado. Foi apenas a etapa 10 e sabia que ainda há muito a fazer. É a primeira vez que arranco em último lugar para um contrarrelógio, por isso é a primeira vez que ninguém me ultrapassa…”, gracejou o norte-americano.

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“Tentei manter as coisas simples, aproveitar o dia e carregar nos pedais o máximo que pude! Cada vez que passava um ponto intermédio de tomada de tempo, Addy Engels, o meu diretor-desportivo no carro, disse-me apenas: ‘bom trabalho’. Por isso pensei que talvez não estivesse a ir tão bem, porque não me dava uma referência… Estou satisfeito. É sempre uma boa vantagem na classificação geral, mas com o que ainda resta por correr pode-se perder um minuto numa etapa ou até numa subida. E há tantas e tão grandes pela frente», concluiu Kuss.

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Imagens: La Vuelta Twitter e Jumbo-Visma Twitter

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