Entre uma queda e problemas mecânicos, Wout van Aert não pôde lutar pela vitória no Campeonato do Mundo de Gravel, no último domingo. Anunciado como um dos grandes favoritos, o belga sofreu reveses desde o início da prova: um primeiro problema mecânico não o impediu de voltar à frente, mas uma queda seguida de um furo acabou, definitivamente, com as possibilidades de chegar ao título na disciplina.

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Van Aert perdeu cerca de 100 posições e ainda conseguiu subir à oitava final, a mais de 8 minutos do vencedor, Matej Mohoric, ainda que, comparando os tempos de movimento de ambos, o tricampeão mundial de ciclocrosse tivesse feito os 116, 7 km do percurso em menos 2.22 minutos do que o esloveno (4:53.57 horas foi o tempo efetuado por Mohoric contra 4:51.35 que o ciclocomputador de Van Aert regista – ver imagem em baixo).

 

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No final, Van Aert admitiu a responsabilidade pela queda e o consequente furo. “Aconteceram por minha, fui um pouco descuidado. Não consegui reparar o pneu rapidamente e perdi muito tempo. A partir daí percebi que já não conseguiria recuperar para o grupo da frente, mas não queria desistir. Por isso, fiz o resto da corrida ao meu próprio ritmo. Passei de grupo em grupo e ainda pude terminar entre os 10 primeiros. Apesar de tudo, foi uma ótima experiência”.

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As desventuras não desanimaram o corredor da Jumbo-Visma. “Gostaria muito de voltar. Gostei de participar, foi pena os percalços”, acrescentou Van Aert, que a partir de agora vai concentrar-se na temporada de ciclocrosse.

 

Ainda no âmbito das declarações sobre o Mundial de Gravel, Van Aert fez balanço da sua temporada? “Esta não é obviamente a minha melhor temporada de sempre, mas também está longe de ser má. É apenas medíocre”, disse ao Het Laatste Nieuws.

O corredor, de 29 anos, conquistou a E3 Saxo Classic, o campeonato belga de contrarrelógio, a Volta à Grã-Bretanha (mais uma etapa) e a Coppa Bernocchi. Pouco para quem está habituado a muito mais e mais valioso.

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“Houve alguns segundos lugares que aceito, mas também houve momentos que poderiam ter sido diferentes”, refere Van Aert, que realça a segunda etapa do Tour de França (onde a Jumbo-Visma foi surpreendido com o ataque tardio de Victor Lafay) e o Campeonato Europeu em Drenthe (onde por pouco não ultrapassou Christophe Laporte no Col du VAM).

“A Paris-Roubaix também poderia ter sido diferente sem o furo no final. Poderia ter tido um ano completamente diferente e agora estar com um sentimento completamente diferente.”

Na mesma entrevista, o belga também falou sobre a sua célebre rivalidade com Mathieu van der Poel. “Odeio perder para Mathieu, mas não o odeio… Tornámo-nos melhores com esta rivalidade. Entendemos que temos de aceitar a presença um do outro nas corridas e que isso é bom para o desporto e para nós próprios”, descreve, que terminou com uma confidência

Tenho o número de telefone de Van der Poel, mas nunca ligamos um para o outro. É uma rivalidade onde não comunicamos como amigos. Para nós, o objetivo é vencer e ser melhor que o outro. Para isso cada um de nós precisa desse espírito de competição”, conclui.


Imagem UCI World Gravel Twitter

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