O sprinter da Israel Start-Up Nation, Davide Cimolai, fala sobre distúrbios alimentares e a obsessão dos ciclistas profissionais na perda de peso, reconhecendo que desperdiçou vários anos do início de sua carreira devido à doença.

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Cimolai revela que alguns técnicos e especialistas em diversas áreas desportivas com quem trabalhou tinham uma “mentalidade antiga” sobre nutrição e controlo de peso, principalmente no ciclismo italiano e que gostaria de ter tido alguém que o guiasse quando era jovem corredor.

“Muitos corredores, especialmente os jovens, sofrem com problemas alimentares”, disse Cimolai em entrevista ao Bici.pro. “Infelizmente, a velha geração ainda ensina metodologias que, na minha opinião, estão erradas”, reforça o corredor italiano.

“Sofri de distúrbios alimentares há 12 anos, quando me tornei profissional. Nessa altura, se as pessoas que orientam os jovens têm uma mentalidade desajustada – e se depois de cinco horas de treino dão-lhes uma peça fruta – percebe-se que algo está errado. Depois, quando se tornam profissional consideram que ser leve é ​​a única coisa que importa. Mas quiçá, aquele peso extra que queremos perder a todo o custo represente a diferença entre fazer carreira ou parar de correr precocemente. Aprendi isso da maneira mais difícil”, assume Cimolai.

O corredor de 31 anos revela que teria abandonado a competição se não tivesse descoberto o equilíbrio em si próprio e propôs que os responsáveis das equipas deveriam aconselhar os ciclistas jovens sobre o assunto, e depois até de se tornarem profissionais. “Eu teria preferido encontrar alguém que pudesse ter-me ensinado a comer bem”, diz Cimolai. “Se eu não tivesse descoberto por mim mesmo, certamente teria deixado de competir. As equipas precisam de alguém que explique isso aos neoprofissionais”, acrescenta.

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Cimolai disse que conhece corredores que desistiram da profissão devido a distúrbios alimentares e outros que levaram anos para superar o problema. “Um estava comigo, era um talento e levou seis anos para recuperar o juízo. A questão é: quem lhe dá tanto tempo?”, afirma.

“Atirei fora dois ou três anos da minha carreira, os primeiros como profissional, depois comecei a mudar”, admite o ciclista da formação israelita.

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