Era difícil não se pensar na Senhora da Graça, que este domingo espera para desafiar os que lutam pela camisola amarela. Porém, foi na disputa pela verde que o ponto de interesse ainda se centrou nesta oitava etapa da Volta a Portugal. Mais uma vez não desiludiu. E ainda houve espaço para uma surpresa. Um monegasco venceu a tirada em Fafe: Victor Langellotti.

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Para a Burgos-BH é um respirar de alívio. Todas as equipas espanholas ProTeam que estão na Volta a Portugal não vieram com as suas principais figuras.

Lutar pela geral nunca foi objetivo da Burgos-BH, Euskaltel-Euskadi (ambas vão estar na Volta a Espanha) e Caja Rural-Seguros RGA. Já tentar ganhar uma etapa fez com que constantemente entrassem em fugas, ou espreitassem disputar sprints.

Sem sucesso, com exceção da Caja Rural-Seguros RGA, que tem Jokin Murguialday como líder da juventude. Portanto, em jogo uma possível ida ao pódio final, em Gaia.

Com um ataque dentro dos cinco quilómetros finais, Victor Langellotti ultrapassou o companheiro de equipa Óscar Pelegrí, último resistente da fuga de 11 ciclistas, e só parou na meta.

Mauricio Moreira ainda tentou estragar a festa da Burgos-BH. Porém, não conseguiu vencer a etapa que parece que tanto queria ganhar, apesar de este domingo ter uma tirada difícil e muito importante na luta pela geral.

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Para Langellotti, 27 anos, foi a sua primeira vitória como profissional, no empedrado de Fafe. Tal como Scott McGill (Wildlife Generation), outro estreante na Volta a Portugal, não vai esquecer Portugal.

Inverteu-se a tática na luta pela camisola verde

Era o principal foco de interesse nesta oitava etapa. Nos 182,4 quilómetros havia três metas volantes. McGill manteve-se calmo no pelotão enquanto João Matias foi para a fuga, que só se formou aos 90 quilómetros.

Venceu duas metas volantes, foi líder virtual, mas McGill fez a Matias o que o português da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados lhe havia feito no dia anterior: na meta fez melhor resultado, terceiro contra 76º. Ou seja, 22 pontos a separar os dois ciclistas.

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Matias deu os parabéns ao adversário, naquela que foi uma luta muito interessante e intensa nesta Volta a Portugal. Ganhar duas etapas já vai ser motivo para muita celebração quando a corrida terminar.

Já McGill, também vencedor de duas etapas, ainda não quer dar como garantida a verde. Afirmou que primeiro tem de chegar à Senhora da Graça dentro do tempo limite.

Alta velocidade

Antes de um dia tão importante para as decisões finais, o pelotão andou a alta velocidade. A média horária foi de 43,5 quilómetros. A melhor previsão da organização era de 39!

O camisola amarela, Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor), disse que a este ritmo era impossível ter um dia descansado e pensar mais na Senhora da Graça.

Não é a etapa rainha… Ou será?

A subida à Torre, na Serra da Estrela, tem tendência a ser classificada como a etapa rainha da Volta a Portugal. Mas quando se olha para a tirada deste domingo… É discutível.

Rainha ou não, lá que vai ser difícil, vai. Paredes marcará o ponto de partida para 174,5 quilómetros. Nos últimos 100 temos três primeiras categorias: Serra do Marvão (96,7), Barreiro (133,4) – pelo meio uma quarta categoria no Velão (112,1) – e, para fechar, a mítica Senhora da Graça.

As metas volantes serão em Paredes (31,2), Amarante (66,8) e Mondim de Basto (162,8).

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Maurico Moreira parte com sete segundos de desvantagem para o companheiro da Glassdrive-Q8-Anicolor, Frederico Figueiredo. O uruguaio venceu na Torre, mas fraquejou na subida ao Observatório de Vila Nova, em Miranda do Corvo. António Carvalho salvou Moreira de males maiores naquela quinta etapa.

Mauricio Moreira venceu na Senhora da Graça na Volta a Portugal de 2021.

Ainda assim, quis dar uma demonstração de força em Fafe. Agora veremos como se comporta na Senhora da Graça, onde venceu em 2021. Moreira sabe que é o mais forte no contrarrelógio dos ciclistas que estão neste momento em lugar de pódio. Contudo, numa etapa como esta, ganha-se ou perde-se tempo com facilidade.

Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) está a 38 segundos, atento à possibilidade de se intrometer nos planos da Glassdrive-Q8-Anicolor.

A partir do quarto lugar, todos estão a mais de dois minutos do camisola amarela. António Carvalho, mais um dos homens da Glassdrive-Q8-Anicolor, ocupa essa posição a 2:21 minutos, com o top cinco a ser fechado por André Cardoso, a 3:39. O ciclista de 37 anos da ABTF Betão-Feirense não esconde o desejo de vencer na Senhora da Graça.

Classificações completas:

  • https://www.procyclingstats.com/race/volta-a-portugal/2022/stage-8

Fotografias: Agnelo Quelhas/Podium Events

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