Começa uma nova era na Movistar. Alejandro Valverde passa agora para os bastidores, pelo que, definitivamente, a equipa espanhola olhará para potenciais novos líderes, além de Enric Mas. Candidatos não faltam… Mas falta saber se conseguirão confirmar as expectativas.

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Apesar da quebra no número de vitória e, aos poucos, também a nível exibicional de Alejandro Valverde, principalmente nas últimas duas temporadas, o espanhol manteve sempre um lugar de destaque na equipa. Sem discussão, naturalmente, para quem tanto alcançou numa estrutura que representa desde 2005. Mas chegou o momento de se retirar, pelo menos como ciclista.

A Movistar tem tentado preparar esta nova era. Se Enric Mas demonstrou em 2022 que recuperou a confiança e os níveis físicos que lhe permitem sonhar lutar com os grandes nomes do ciclismo atual, sendo agora definitivamente visto como um bom líder na equipa, a questão é, quem mais assumirá um papel principal.

Não se está a falar de lideranças partilhadas. A equipa espanhola acaba com essa situação que não deu resultado no passado, com o famoso tridente Nairo Quintana/Mikel Landa/Alejandro Valverde. Enric Mas é o líder-mor, mas é preciso quem esteja preparado para lutar por vitórias quando Mas não está presente.

Candidatos não falta, muitos deles jovens. A Movistar tem vindo a preparar alguns ciclistas para agora, definitivamente, terem de mostrar que podem alcançar o nível esperado.

Sendo a única equipa espanhola do World Tour há muita tendência a olhar para os ciclistas… espanhóis. Porém, um dos que em 2023 poderá ver o seu estatuto subir é um americano: Matteo Jorgenson. Realizou boas exibições na última Volta a França (e não só), ambição não lhe falta para melhorar ainda mais e, aos 23 anos, quer começar a medir forças com os outros jovens de uma geração de ouro do ciclismo mundial.

A Movistar conta ainda com um colombiano de muito talento, já mais conhecido do pelotão, até porque passou pela INEOS Grenadiers, mas que demora em afirmar-se de uma vez por todas. Iván Ramiro Sosa tanto é visto com um potencial para estar a disputar grandes corridas, como desilude, passando praticamente despercebido.

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A expectativa é que possa agora agarrar um lugar de líder que está vago, mas, para isso, terá de ser mais regular nas suas exibições, se não quiser ficar relegado a um papel secundário.

A Movistar conta com vários ciclistas com capacidade para dar bons resultados à equipa e evitar que volte a ter de passar por calafrios de descida de escalão daqui a três anos, como aconteceu em 2022.

Se entre os corredores já da casa, outro nome que se espera que comece a mostrar mais resultados é o espanhol Iván Cortina, mais cotado para as clássicas, chegam três novos ciclistas para tentar elevar novamente a Movistar a lugares que não foi assim há tanto tempo que ocupou.

Chegou a ser das mais ganhadores, sempre nos primeiros lugares do ranking, mas em 2022 ficou apenas na 11ª posição, somando 19 vitórias. Até nem seria mau, se não fosse o facto de somente uma ter sido numa corrida World Tour: Carlos Verona venceu uma etapa no Critérium du Dauphiné.

Enric Mas fechou a temporada com um segundo posto na Vuelta e outro na Lombardia, o que parece servir de mote para tentar mais e melhor em 2023. Não só Mas, mas toda a equipa.

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Mas vamos então aos reforços. O português Rúben Guerreiro é um ciclista que quer estar na linha da frente nas opções de liderança. Tour e Vuelta são desde logo desejos que tem neste início de época.

Já se sabe que motivação e ambição tem de sobra, é um lutador e a Movistar contratou um corredor que não se justifica “prendê-lo” em demasia a trabalhar para outro companheiro. Irá certamente acontecer, mas Guerreiro chegou para lutar por bons resultados.

Junta-se a outro português, que faz parte da espinha dorsal da equipa: Nelson Oliveira, um dos melhores gregários do pelotão.

A contratação de Fernando Gaviria surpreendeu um pouco. A Movistar não tem sido equipa de apostar nos sprints e o colombiano também está há muito afastado dos seus melhores dias.

É notório que a equipa espera que Gaviria possa dar algumas vitórias, falta saber como encaixará (e se encaixará) nas escolhas para as principais corridas. Só assinou por um ano, pelo que a formação espanhola quererá também ela confirmar se se justifica ter Gaviria no plantel.

Com apenas 19 anos, Iván Romeo é um jovem que já deixa os espanhóis entusiasmados, numa altura em que se respira de alívio por aparecerem sucessores de nomes como Alberto Contador, Joaquim Rodríguez e, claro, Alejandro Valverde, casos de Juan Ayuso (UAE Team Emirates) e Carlos Rodríguez (INEOS Grenadiers), além de Mas.

Para já destaca-se o seu bom contrarrelógio, mas, com um contrato até 2025, a Movistar quer ver a evolução de Romeo –  um campeão nacional de fundo e contrarrelógio em juniores – para o tentar colocar como mais um espanhol de destaque no World Tour.

Reforços: Fernando Gaviria (Col, 28 anos, UAE Team Emirates), Iván Romeo (Esp, 19, Hagens Berman Axeon) e Rúben Guerreiro (Por, 28, EF Education-EasyPost).

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Permanências: Abner González (PR, 22), Albert Torres (Esp, 32), Alex Aranburu (Esp, 27), Antonio Pedrero (Esp, 31), Carlos Verona (Esp, 30), Einer Augusto Rubio (Col, 24), Enric Mas (Esp, 28), Gonzalo Serrano (Esp, 28), Gorka Izagirre (Esp, 35), Gregor Mühlberger (Aut, 28), Imanol Erviti (Esp, 39), Iván Cortina (Esp, 27), Iván Ramiro Sosa (Col, 25), Johan Jacobs (Sui, 25), Jorge Arcas (Esp, 30), José Joaquín Rojas (Esp, 37), Juri Hollmann (Ale, 23), Lluís Mas (Esp, 33), Mathias Norsgaard (Din, 25), Matteo Jorgenson (EUA, 23), Max Kanter (Ale, 25), Nelson Oliveira (Por, 33), Oier Lazkano (Esp, 23), Óscar Rodríguez (Esp, 27), Sergio Samitier (Esp, 27), Vinicius Rangel Costa (Bra, 21) e Will Barta (EUA, 27).

Saídas: Alejandro Valverde (Esp, 42, retirou-se) e Iñigo Elosegui (Esp, 24, Kern Pharma).

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Fotografia: Photo Gomez Sport/Facebook Movistar

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