Com o ciclismo nacional previsto regressar a 5 de julho, é, inevitavelmente, na Volta a Portugal que as equipas estão mais do que nunca concentradas, ansiosas por dar algum retorno financeiro aos patrocinadores que nelas apostaram. Porém, dois dias depois da luz verde da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a realização da Volta, a autarquia de Viana do Castelo anunciou que não irá receber a corrida, porque, justifica, “não pode dar sinais contraditórios”.

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A Federação Portuguesa de Ciclismo publicou entretanto as medidas que foram aprovadas pela DGS, de forma a deixar garantias que tudo será feito para tornar a Volta a Portugal um evento seguro. Entre essas medidas destacam-se desde logo os testes que ciclistas, equipas técnicas e staff vão ter de fazer não só 24 horas antes do arranque da corrida – a Volta está prevista entre 29 de julho a 9 de agosto –, como “na véspera do confinamento em coorte de 14 dias”.

Isto significa que os membros das equipas que estarão na Volta terão de estar juntos 14 dias antes da corrida, criando assim uma das “bolhas sanitárias” que está a ser recomendada e que mantenha algum nível de isolamento. As equipas “deverão ter no staff um médico, responsável pela aplicação das normas sanitárias” e “pela ligação ao médico coordenador do evento”.

Quanto às formações estrangeiras, terão de cumprir estas mesmas medidas, mas terão ainda “de comprovar a realização de testes à SARS-Cov-2 a todos os elementos da equipa (ciclistas e staff) com resultado negativo no máximo até cinco dias antes de entrarem em Portugal”, lê-se no comunicado da FPC.

Regras nas partidas e chegadas

Nestas zonas serão instalados postos de avaliação médico-sanitária. O objetivo passa por “promover a verificação do estado de saúde em questão de sinais/sintomas associados à COVID-19, e a prevenir transmissão e conter casos suspeitos antes de iniciar a competição desportiva”.

Nas partidas e chegadas de cada etapa vão existir duas áreas de acesso restrito a pessoas credenciadas. Mais uma vez a ideia é criar as “bolhas sanitárias”. “À Zona 0 apenas poderão aceder corredores, um número de limitado de elementos de staff técnico das equipas, forças de segurança, jornalistas e elementos com funções indispensáveis à realização do evento. O acesso à Zona 1 está limitado a pessoas credenciadas como patrocinadores, convidados, comunicação social e logística.” Em ambas as zonas será obrigatório o uso de máscara.

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Acesso do público

Haverá limitação do acesso do público para evitar ajuntamentos, tanto na partida, como na chegada das tiradas. Neste ponto, de recordar que a DGS afirma que “a concentração de pessoas no espaço previsto para a distribuição de brindes deve ser evitada”.

“Os pontos de interesse durante as etapas (metas intermédias) serão colocados em locais de menor concentração populacional, contribuindo para menores ajuntamentos populares”, explica a FPC. Acrescenta que a distância das etapas e o número máximo de ciclistas irão sofrer “cortes face aos limites máximos regulamentares”.

Outras medidas

A Volta a Portugal terá um médico-coordenador, que será responsável pelo cumprimento do plano médico-desportivo e sanitário. Vai ainda estar em articulação com os restantes elementos médicos, de socorro e sanitários da corrida.

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Relativamente aos hotéis, a organização será responsável pela distribuição das equipas. Neste caso irá basear-se “na Orientação 008/2020 da DGS, limitando o número de equipas na mesma unidade de alojamento e criando corredores de circulação que permitam afastar os membros das equipas dos restantes hóspedes”.

Viana do Castelo diz não à Volta a Portugal

Seja numa chegada – a subida ao Santuário de Santa Luzia testa sempre os mais resistentes – ou numa partida, Viana do Castelo tem sido uma passagem tradicional da Volta a Portugal. Porém, 2020 o pelotão não passará pela capital do Alto Minho.

“Neste tempo de incerteza e de imprevisibilidade face ao desconhecimento da evolução da Covid-19 e de uma eventual segunda vaga, o município de Viana do Castelo num sentido de prudência, responsabilidade e respeito pela vida não vai permitir a realização da Volta A Portugal em Viana do Castelo no início de agosto”, anunciou a autarquia, num comunicado.

A Câmara referiu ainda que está “tem procurado cumprir escrupulosamente as orientações da Organização Mundial de Saúde e da DGS, bem como as decisões do governo de Portugal”, considerando que “não pode dar sinais contraditórios”.

“Acima de tudo temos de proteger e aliviar a pressão, com prevenção do Serviço Nacional de Saúde que tem estado sobre um elevado stress nestes últimos meses”, explicou a autarquia.

A Volta a Portugal tinha previsto terminar em Lisboa, algo que não acontece desde 2016, quando Rui Vinhas (W52-FC Porto) conquistou a camisola amarela. Ainda se aguarda por conhecer o percurso da 82ª edição, agora que a DGS permitiu que a prova se possa realizar.

Lê aqui o plano sanitário completo apresentado pela FPC.

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E neste link podes ler o parecer técnico da DGS sobre a realização da Volta a Portugal.

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