A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) apelou esta quinta-feira aos cidadãos para que, no próximo sábado, dia 3 de julho, pelas 11h30, cumpram três minutos de silêncio em memória das vítimas da sinistralidade rodoviária e usem uma peça de roupa branca.

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A iniciativa surge após a morte de uma mulher que circulava na Avenida da Índia, em Lisboa, quando um condutor embateu na parte traseira da sua bicicleta.

 

“Não podemos manter estes níveis de sinistralidade. Não devemos continuar a corrigir o mal que foi feito, mas sim prevenir que aconteça. Esta é uma infraestrutura como tantas outras no país: com um perfil que convida a velocidades elevadas, ainda que semaforizada, sem ciclovia dedicada aos utilizadores de bicicleta, pelo que deveria ter fiscalização permanente, assim como radares de controlo de velocidade”, refere a FPCUB em comunicado.

 

Neste contexto pandémico em que as condições foram favoráveis à escolha da bicicleta como forma de deslocação em ambiente urbano, a FPCUB “vem manifestar, mais uma vez, a sua preocupação com as condições de segurança em que os utilizadores de bicicleta se deslocam diariamente”, pode ler-se no mesmo documento.

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A FPCUB defende a preparação e aprovação, no Parlamento, de uma Lei da “Velocidade Regulada dos 30 km/h”, aplicável a eixos da rede viária local e secundária acompanhada de uma política de “tolerância zero” em relação a comportamentos manifestamente perigosos ou agressivos, enquanto não se atingir o objetivo de zero atropelamentos e zero mortes.

A FPCUB propõe ao Governo que crie um Fundo de Segurança Rodoviária Municipal ou Intermunicipal/Metropolitano, cujo orçamento corresponda ao valor do custo económico e social da sinistralidade em Portugal (3.714 milhões de euros em 2019), libertando assim os recursos necessários para intervir, em definitivo, nos “pontos negros” recorrentes, nas áreas metropolitanas e nos municípios prioritários, para vermos eficácia na redução da sinistralidade.

 

A FPCUB adianta, ainda, que continuará a solicitar audiências ao Governo, ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes, à Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária e à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes para “agir e fazer um apelo cívico a medidas concretas”.

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Também no âmbito do recente acidente mortal em Lisboa, e em memória de todas as vítimas da sinistralidade rodoviária, também no sábado, às 11h00, as organizações MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, a ACA-M – Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, a Bicicultura, a Braga Ciclável, a Ciclaveiro, a CICLODA – Associação Oficina da Ciclomobilidade e a Faro a Pedalar promovem vigílias em várias cidades. A saber: Lisboa (Av. Da Índia, junto ao local do sinistro); Porto (Av. dos Aliados, Câmara Municipal); Leiria (Largo do Papa); Torres Vedras (Câmara Municipal); Faro (Jardim Manuel Bivar) e Braga (Praça da República: 22h00).

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