Tadej Pogacar (UAE Emirates-XRG) e Chris Froome (Israel Premier-Tech) dividem agora um feito especial: quatro vitórias no Tour de França. Mas, se para muitos o número é sinónimo de glória, para o esloveno também começa a ser sinal de cansaço. Há poucas semanas, na sua visita à Eslovénia natal, Pogacar admitiu sem rodeios: “Não vou esconder que já estou a contar os anos para a reforma”.

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A frase não passou despercebida a Chris Froome, que conhece bem as exigências de viver constantemente sob holofotes. “Não prestei muita atenção à aparência de Pogacar”, começou por dizer o “Queniano Branco” à Bici.Pro. “Mas acho perfeitamente normal que pareça cansado. Há muito que compete ao mais alto nível e, a cada ano, espera-se mais dele.”

Froome vê até um reflexo do seu passado na trajetória de Pogacar: “De certa forma, vejo um pouco de mim nele. Quando ganhei o Tour, a Vuelta e o Giro consecutivamente, entre 2017 e 2018, estava em boa forma física para o Tour desse ano, mas mentalmente estava exausto”. Ainda assim, recorda, “ainda terminei em terceiro (em 2018), mas os sinais estavam lá”.

E é aqui que entra o conselho de veterano: “A dada altura, percebes que precisas de começar a dizer ‘não’ a certas coisas, ou pelo menos planear a tua época de forma diferente. A única forma de te manteres competitivo depois de tantos anos de treino estruturado é a motivação. Precisas de novos objetivos para te manteres focado, mas também precisas de ter cuidado. Exigir demasiado de ti mentalmente é exaustivo e torna tudo mais difícil”.

Para Froome, o segredo não está só nas pernas: “A motivação é essencial. Mas precisas de te dar espaço para respirar. Caso contrário, eventualmente, toda a estrutura começará a ruir”.

O recado está dado: Pogacar pode estar no auge, mas até os maiores precisam, às vezes, de trocar a meta pela linha de descanso.

Créditos da imagem: https://x.com/chrisfroome/status/1929981939894583755/photo/1

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