Foram mais de 700 quilómetros, divididos por cinco dias que Maria Martins e Raquel Queirós não vão esquecer. Com as competições paradas, as duas jovens ciclistas portuguesas fizeram de uma icónica estrada portuguesa o seu desafio, a que chamaram “Pela Estrada Nacional 2 Rumo a Tóquio”.

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Maria Martins (21 anos) já tem o bilhete garantido para os Jogos Olímpicos, adiados para 2021. Ficará na história do olimpismo português como a primeira ciclista a representar Portugal na pista, tendo presença marcada para a prova de omnium.

Raquel Queirós (20 anos) também não está longe de fazer a sua história, pois já não falta muito para garantir a primeira participação feminina portuguesa no cross country olímpico (XCO). “Só falta” as provas de apuramento serem retomadas.

Duas jovens atletas de enorme talento que vão assim seguindo as pedaladas e tentando ir mais além da referência Daniela Reis, a primeira a chegar ao mais alto nível do ciclismo mundial. Tanto Maria Martins, como Raquel Queirós são também fortes na estrada, com a primeira a também já estar numa boa equipa estrangeira, a britânica Drops.

Componente solidária

Este desafio pela Nacional 2 tinha também como objetivo incentivar a utilização de bicicleta, seja para fazer desporto, lazer, turismo e como uma forma de mobilidade diária. Mas a viagem terminou com uma componente solidária, pois ofereceram seis bicicletas e um conjunto de capacetes para serem usados pelas crianças do Refúgio Aboim Ascensão.

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“Foi uma forma muito emotiva de acabarmos esta viagem. É uma maneira de ajudarmos quem mais precisa e de o fazermos tentando desenvolver nas crianças a paixão pelo ciclismo”, admitiu Raquel Queirós.

Um desafio para todos

De Chaves a Faro, a dupla teve assim a oportunidade de conhecer o país de bicicleta, mostrando igualmente como a bicicleta permite que se faça turismo de forma saudável e com uma grande proximidade ao território e às suas gentes. E Maria Martins assegurou que não é assim tão difícil.

“Em termos físicos é algo que se faz muito bem, desde que haja uma boa gestão/organização e um ritmo controlado. Vimos paisagens incríveis. Foi aquilo de que mais gostei nesta aventura”, afirmou, citada pela Federação Portuguesa de Ciclismo.

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Chaves – Castro Daire (134,4 km), Castro Daire – Góis (133,7), Góis – Ponte de Sor (148,5), Ponte de Sor – Aljustrel (182,1) e Aljustrel – Faro, (117,2) foram as cinco etapas, cumpridas de quarta-feira a domingo.

A iniciativa foi muito bem recebida desde os clubes de ciclismo às associações regionais da modalidade, passando pelas autarquias e pelo Comité Olímpico de Portugal. A prova esteve nas muitas pessoas que foram marcando presença tanto nas partidas, como nas chegadas. Algumas até acompanharam as duas ciclistas durante alguns quilómetros na estrada.

“Estes dias superaram todas as expectativas, nunca pensei que tanta gente aderisse e nos apoiasse durante este desafio. Para além disso, as paisagens foram incríveis e aproveitámos para conhecer também um pouco do nosso país, que é tão bonito! Foi muito bom partilhar isto tudo com a Tata, que para mim é um grande exemplo de garra e determinação e uma grande figura do ciclismo feminino”, afirmou Raquel Queirós.

E determinação é mesmo algo que não falta a Maria Martins, que até já tem outro desafio em mente: “Fazer a nossa costa, que é fantástica.”

Vê mais fotografias desta aventura pela Nacional 2 no Facebook da Federação Portuguesa de Ciclismo.

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