Dois jovens ciclistas, dois jovens especialistas de contrarrelógio. Ivo Oliveira e Guilherme Mota confirmaram em Paredes a aptidão que têm para o esforço individual, conquistando vitórias que já haviam alcançado em escalões inferiores. Depois de quase mês e meio sem corridas em Portugal, até domingo serão decididos ainda os campeões nas provas de fundo, sendo que esta sexta-feira ainda decorreu o contrarrelógio de paraciclismo.

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Ivo Oliveira foi campeão de sub-23, mas em Paredes conquistou a sua primeira grande vitória como atleta de elite. O ciclista da UAE Team Emirates, de 23 anos, completou os 18,1 quilómetros em 23:45 minutos, deixando o seu colega de equipa, Rui Costa, na segunda posição. O poveiro havia ganho o contrarrelógio da Prova de Reabertura em Anadia, no início de Julho, mas desta feita ficou a nove segundos da vitória. Tiago Machado (Efapel) fechou o pódio, a 13 segundos.

© João Fonseca Photographer

O campeão de 2019, José Gonçalves (Nippo Delko Provence), ficou desta feita longe da luta, precisando de mais 41 segundos do que Ivo Oliveira para fazer os 18,1 quilómetros.

“O contrarrelógio é algo que me fascina. Como não nos qualificámos para os Jogos Olímpicos, na vertente de pista, o meu foco para este ano é cem por cento a estrada. Tenho vindo a trabalhar o contrarrelógio, desde o confinamento. Na Volta à Polónia tive um problema num tendão. Fiquei desmotivado, pensando que não iria render o que queria. A verdade é que hoje rendi ainda mais do que esperava. Tive um daqueles dias que acontecem poucas vezes no ano, quando se vai em cima da bicicleta e sente-se que está tudo a correr bem. Percebi que se não ganhasse seria por muito pouco. Estou muito feliz por poder usar as cores nacionais”, afirmou Ivo Oliveira.

Classificação completa, via FirstCycling.

Perfil do contrarrelógio

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Mota confirma credenciais

Depois dos títulos em juniores e de há um ano ter sido terceiro como sub-23 nos Nacionais de Melgaço, Guilherme Mota foi desta vez o campeão, dando à Kelly-InOutBuild-UD Oliveirense a segunda vitória num ano com tão poucas corridas. Luís Gomes ganhou a Clássica da Primavera, pouco antes do confinamento começar e todas as corridas terem sido canceladas.

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“Após um confinamento muito duro, por causa da faculdade, não estive ao nível que queria, na Prova de Reabertura. A partir daí tentei centrar-me ao máximo nos Campeonatos Nacionais. Todo esse trabalho deu resultado. Estou muito orgulhoso com esta conquista, ainda mais por ter acontecido num percurso tão duro, perante tantos adversários que poderiam discutir a corrida”, referiu Guilherme Mota.

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O ciclista de 20 anos sucede a João Almeida (Deceuninck-QuickStep) e precisou de 24:58 minutos para completar os 18,1 quilómetros, com Daniel Dias (Sicasal-CM Torres Vedras) a ficar a 15 segundos, depois de ter sido o vencedor da Prova de Reabertura. Pedro Andrade (Hagens Berman Axeon) ficou a 23 segundos, subindo ao terceiro lugar do pódio.

Classificação completa, via FirstCycling.

Paraciclismo

Os Nacionais de Paredes recebera ainda as diferentes categorias de paraciclismo. Telmo Pinão venceu em C2 e foi o representante na conferência de imprensa.

“Já cá ando há alguns anos, nesta família que é o paraciclismo. A vitória de hoje tem outro sabor, não apenas o sabor da vitória em si, mas pelo ano atípico por que temos passado. Tem sido muito duro treinar sem competir. Agora temos de ver se há mais provas em 2020 e começar já a pensar em 2021, um ano de Jogos Paralímpicos, para os quais o apuramento ainda está em aberto, mas também o ano em que teremos o Campeonato do Mundo em Portugal e em que, pela primeira vez, haverá Campeonato da Europa de Paraciclismo”, afirmou.

© João Fonseca Photographer

Os campeões foram:

  • C1: Bernardo Vieira
  • C2: Telmo Pinão (Casa do Sport Lisboa e Benfica de Montemor-o-Velho)
  • C3: Paulo Teixeira (Associação Ciclismo Rodabike Gondomar)
  • C4: João Monteiro (Associação Mozinho Aventura)
  • C5: Manuel Ferreira (ADRAP)
  • D: João Marques (ACD Milharado)
  • H3: João Pinto (CC Portimão)
  • H4: Flávio Pacheco (Associação SCAV – Sport Ciclismo Almodôvar)
  • H4 Feminina: Filomena Oliveira
  • H5: Luís Costa (CC Portimão)

Sub-23 em ação

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Perfil do percurso da prova de fundo

Este sábado realiza-se a prova de fundo dos sub-23, com o pelotão a partir às 14h30. Os ciclistas terão pela frente 138,2 quilómetros, os primeiros 42,3 num percurso mais largo, antes da entrada no circuito final. O campeão será decidido na oitava passagem pela meta, com cada volta a ter 12,9 quilómetros. O acumulado será de 2860 metros.

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