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Partilha!Tweet Já experimentámos a novíssima 'máquina' de XC da Specialized e na companhia de Guilherme Mota, o atual campeão nacional de XCO sub-23. As primeiras sensações e todos os pormenores no vídeo e neste artigo exclusivo. Criar uma “bicicleta de XC 2.0 que foi pensada para ser uma ‘máquina’ de XC vencedora” não é fácil, acreditamos nós. Mas é precisamente esta expressão que a marca norte-americana usa para apresentar a nova Specialized Epic World Cup 2023.PUB Uma bicicleta que enquanto ainda estava no “segredo dos deuses” lá foi aparecendo aqui e ali, tendo mesmo vencido provas de XCO durante esse período, e que desde logo gerou alguma polémica devido às parecenças com um modelo de outra marca no que diz respeito à nova tecnologia e disposição do amortecedor traseiro. Sobre este assunto falamos no artigo do lançamento da bicicleta, que podes ler também aqui no GoRide.pt. Neste hands-on o que mais interessa é contar-te e mostrar-te o que vimos e sentimos ao experimentarmos esta Epic World Cup em primeira mão e em exclusivo para Portugal, isto ainda antes da chegada oficial da bicicleta, que acontece hoje. Lado a lado, a nova Specialized Epic World Cup 2023 e a Specialized Epic de Guilherme Mota. E tivemos o privilégio de a podermos testar juntamente com uma importante figura da competição de XCO em Portugal. Guilherme Mota, o atual campeão nacional de XCO sub-23, esteve connosco no primeiro momento em que foi possível deitar as mãos à nova Epic World Cup no nosso país.PUB E, inevitavelmente, todos gostámos muito do que esta nova e desejada “máquina” traz consigo, até porque experimentámos a versão S-Works, topo de gama. Novo sistema de suspensão traseira Chama-se SID World Cup Integrated Design (SWCID) e é a nova tecnologia desenvolvida pela Specialized (em colaboração direta com a RockShox) para dar origem a este novo sistema de amortecedor traseiro semi-integrado no quadro, na zona de junção entre o espigão de selim, os tirantes traseiros e o tubo superior do quadro em carbono. E é algo diferente, pelo que diz o fabricante, mas é também algo diferente nas sensações. Os pormenores técnicos estão no artigo de apresentação que publicámos, aqui o que importa é referir como se comporta este sistema no terreno.PUB É estranho, confessamos. Pela positiva, atenção. Isto porque o amortecedor parece não estar ativo no normal andar da bicicleta em estradões ou pisos planos e “normais”, por assim dizer. Nessas alturas, a bicicleta parece uma hardtail: a força que metemos nos pedais vai toda para a roda, nota-se bem. E a bicicleta anda para a frente com grande fluidez. Contudo, há conforto, sentimos-nos bem e com as sensações típicas de uma boa suspensão total. Quando chega a hora de subir, num terreno técnico ou não, esta performance mantém-se em bom nível. Boa “trepadora”, sem dúvida. Depois, quando os “cenários” se tornam mais atribulados, aí sim notamos o amortecimento. Sempre na dose certa, parece-nos, esta “rigidez” constante dá lugar a uma ação eficaz do amortecedor em função da força que é exercida no nosso eixo traseiro, sendo essa força o mix entre o nosso peso a empurrar para baixo e os obstáculos do terreno a “empurrar” no sentido contrário. Ou seja, sempre que o terreno assim ordena, o sistema de suspensão traseiro entra em ação em toda a sua plenitude, com o curso de 75 mm disponível totalmente. PUB Andámos maioritariamente no modo intermédio de amortecimento, sendo que a afinação entre os três disponíveis é feita através da bomba de ar para suspensões. Nota para o facto de não existir qualquer forma de bloquear o amortecimento frontal ou traseiro, nem tão pouco de mudar o modo ou o curso disponível em andamento. A marca diz que não é necessário, isto porque tudo é gerido automaticamente pelos sistemas de amortecimento da bicicleta, incluindo o Brain que encontramos nesta versão da suspensão frontal. Os mais exigentes poderão achar que é algo que faz realmente falta, para já não conseguimos perceber como é de facto, vamos ter de andar mais com a bicicleta… No vídeo abaixo Christopher Blevins, atleta de XCO da Specialized Factory Racing e campeão da Taça do Mundo de XCC em 2021, mostra como se faz para configurar este novo amortecedor da Specialized Epic de 2023: How to Set-Up the New Specialized Epic World Cup ShockWatch this video on YouTube Quanto à suspensão da frente, não há muito a dizer. A topo de gama Rockshox SID SL Ultimate que está nesta S-Works tem sistema Brain e 110 mm em vez dos 100 mm convencionais. É uma evolução da versão anterior e nota-se bastante progressiva e suave. Sem surpresas, lê bem o terreno. Leveza e minimalismo Não pesámos a bicicleta, mas sabemos que o quadro tem 1.765 gramas e foi desenvolvido através das mesmas tecnologias que deram origem ao quadro da Aethos, que é a bicicleta mais leve de sempre da Specialized. No terreno, a bicicleta sente-se efetivamente leve. Mas a “culpa” disso não é só do quadro, pois são muitos os elementos (leia-se periféricos e componentes…) que estão instalados nesta Epic World Cup e que são feitos de carbono, em especial nesta versão S-Works. As rodas Rodas Control SL, o espigão de selim e o guiador também da família Control, fornecidos pela sub-marca Roval… Tudo é muito leve e ajuda a tornar o peso total baixo. E a manter o preço lá em cima, claro, pois a leveza paga-se. Depois há a transmissão eletrónica da Sram, que é neste caso o novo conjunto XX, bem como os travões, também novos. Aproveitamos estes tópicos para falarmos de minimalismo em todas as partes da bicicleta, especialmente na parte da frente. Os travões Sram Level Ultimate, o novo conjunto, usam o mínimo de cabos possível e arrumam-nos de forma a deixarem o cockpit o mais “limpo” possível. A transmissão é wireless, por isso também não tem cabos a “incomodar”. E não há bloqueio de suspensão. O minimalismo é ‘rei’ nesta Epic World Cup, seguindo as novas tendências das bicicletas de XC. O próprio cockpit Roval Control SL é um dos expoentes máximo disto mesmo. Em carbono, pesa 250 gramas, não é elevado e tem -12 graus de “inversão”. E 780 mm. Tudo junto, este é o elemento responsável por a direção nos dar grande controlo e ajudar a tornar a posição de condução bastante confortável. Por sua vez, o espigão de selim Control SL é outra “maravilha” que está de origem em ambos os modelos da Specialized Epic World Cup. Em carbono, também é muito leve, com 180 gramas. Mas são as rodas que acabam por impressionar mais, mesmo não sendo uma novidade neste momento. Tal como vários outros modelos de outras marcas que já tivemos oportunidade de experimentar, estas Roval Control SL da Specialized são fantásticas. Pesam apenas 1.240 gramas o par, e isso é desde logo uma grande vantagem, como sabemos. O perfil dos aros é assimétrico e a largura de 30 mm “transpira” estabilidade. Ainda assim, tendo em conta o que é normal vermos nas Epic topo de gama, talvez termos aqui rodas com este nível de performance não é surpresa. Uma bicicleta acima de 10.000 euros terá sempre de trazer de origem rodas fora de série, certo? Quanto a pneus, podemos contar com “borracha” da Specialized, modelo Fast trak à frente, Renegade atrás, medidas 2.35”. Por fim, uma nota especial para a já referida transmissão Sram montada nesta Epic World Cup. Melhor do que ter um kit de travões da nova gama Sram Level Ultimate (muito eficazes, até ver, cumprem bem a sua missão) é ter um conjunto AXS novinho em folha e que ainda poucas bicicletas apresentam neste momento. Falaremos em breve ao pormenor deste grupo Sram XX SL de 12x em jeito de review (a apresentação do conjunto está neste artigo que publicámos recentemente), mas deixamos já aqui dois pontos em que sentimos que esta transmissão é uma evolução face à geração anterior. Um deles é o facto de o desviador parecer efetivamente mais robusto e menos propenso a problemas, desde a tecnologia Magic Wheel ao dropout integrado. O outro está relacionado com a cassete, cujas relações foram revistas e já não apresentam aquele “salto” de dez dentes entre as mudanças mais leves. Pontos menos positivos? Basicamente, tudo é bom nesta nova Specialized Epic World Cup de 2023, ainda para mais nesta versão S-Works, que é a topo de gama das topos de gama da marca para BTT na vertente XC… Onde encontrar pontos menos positivos numa bicicleta a este nível e que custa 11.000 euros? Não é fácil, mas eles existem, apesar de serem pontos perfeitamente ultrapassáveis quando temos em conta a performance que a bicicleta consegue garantir. Ausência de espigão de selim telescópico (o tubo de selim é compatível com eles, contudo), ausência de bloqueio das suspensões no guiador (mesmo sabendo que, provavelmente, este não é de todo necessário), impossibilidade de personalizar a direção substituindo o avanço, visto que o cockpit é integrado… Estes são alguns pontos que alguns utilizadores certamente apontarão como aspetos que deixam “dúvidas”. A nossa avaliação Ressalvamos que este é apenas um primeiro contacto com esta nova “bomba” da Specialized, dado que o tempo que tivemos com a nova Epic foi de apenas um dia. Mas já estamos a começar os testes mais completos! Ainda assim são precisos apenas meia-dúzia de kms para percebermos que estamos num “foguete”. Uma bicicleta de XC puro, eficiente, rápida e intuitiva. Andámos maioritariamente no circuito onde costumamos testar todas as bicicletas de XC que nos emprestam, para podermos ter sempre forma de comparar modelos. O que notamos nesta Epic? Rapidez, sempre propensa a andar para a frente. Mas não pensemos que é pelo peso que a Epic de 2023 “despacha mais serviço”. Não, até porque o peso deverá ser semelhante ao da geração anterior. É sim a geometria deste novo quadro, que imprime aqui um comportamento de autêntica hardtail. Por outro lado, e admitindo que não “morremos de amores” pelo sistema Brain, nota-se que aquele pequeno delay que se nota noutras gerações da Epic com Brain nas suspensões parece estar completamente ultrapassado… Comportamento eficiente, agilidade, curvas feitas sem surpresas tanto a subir com oa descer, obstáculos ultrapassados e sempre com o convite para fazer tudo depressa. Por último, o preço, que é elevado. De facto, não é para todas as carteiras, e esse acaba sempre por ser o “mal” destes autênticos objetos de desejo entre as bicicletas, sejam elas desta ou de outras marcas. Se és um dos sortudos que vai poder ter uma destas na garagem, parabéns! Terás simplesmente a melhor bicicleta de XC que a Specialized alguma vez construiu, achamos nós. Resta-nos agora aguardar pela oportunidade de testar a bicicleta durante mais tempo para confirmarmos todos estes atributos. Especificações da Specialized Epic World Cup S-Works 2023: Quadro: Specialized Epic 2023 carbono // Suspensão frontal: Rockshox SID SL Ultimate Brain 110 mm // Amortecedor: RockShox SID World Cup Integrated Design (SWCID) 75 mm // Manípulo transmissão: Sram AXS POD Controller Ultimate // Transmissão: Sram XX SL AXS 12x 2023 // Pedaleiro: Sram XX-SLP 32t // Cassete: Sram XG1299 10-52t // Travões: Sram Level Ultimate Stealth 2023 (discos de 180 e 160 mm) // Rodas: Roval Control SL // Pneus: ddddd // Cockpit: Roval Control SL Cockpit // Espigão: Control SL // Selim: dddddddd // Preço: 11.000 euros Site oficial: www.specialized.com/pt Todas as fotos (clica/toca para aumentar): Pormenores (clica/toca para aumentar): Neste hands-on: Texto: Nuno Margaça e Jorge D. Lopes Vídeos e fotos: Rodrigo Vicente Riders nas imagens: Nuno Margaça e Guilherme Mota Lê também: Novos sapatos Specialized SW Recon e Recon ADV para gravel (e BTT)! Nova Specialized Turbo Tero X 2023: a mais versátil das e-bikes? Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através deste formulário.
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