Tadej Pogacar voltou a provar que é um fenómeno sem limites. Uma semana depois de se sagrar bicampeão mundial em Kigali, o esloveno de 27 anos escreveu uma nova página dourada na sua carreira ao vencer isolado a prova de fundo de elite dos Campeonatos da Europa de estrada, em França.

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O líder da UAE Team Emirates lançou um ataque demolidor a 75 quilómetros da meta e nunca mais olhou para trás. Com o seu estilo inconfundível — agressivo, determinado, quase poético na dor — Pogacar cruzou a linha de chegada em Guilherand-Granges após 4 horas, 59 minutos e 29 segundos de esforço puro, concluindo os 202,5 quilómetros iniciados em Privas com 31 segundos de vantagem sobre Remco Evenepoel e 3.41 minutos sobre o jovem francês Paul Seixas, uma das revelações do dia.

Com esta vitória, Pogacar torna-se o primeiro esloveno campeão europeu e apenas o segundo ciclista da história a conquistar no mesmo ano o título mundial e o europeu, juntando-se ao lendário Peter Sagan, que o fizera em 2016.

Uma repetição do domínio mundial

Tal como nos Mundiais de Kigali, onde percorreu sozinho mais de 60 quilómetros rumo ao arco-íris, o esloveno voltou a deixar a concorrência sem resposta. Evenepoel, o seu grande rival e atual campeão olímpico e europeu de contrarrelógio, tentou persegui-lo até ao fim, mas acabou novamente resignado com a prata.

A prova, marcada por um percurso exigente com 3.400 metros de desnível acumulado, terminou com apenas 17 ciclistas dos 101 inscritos. Entre os desistentes estiveram nomes sonantes como Jonas Vingegaard, que fraquejou a 100 quilómetros da meta, e também os portugueses João Almeida, Rui Costa e Tiago Antunes.

Portugal sem brilho

O ciclismo português saiu de Drôme-Ardèche sem medalhas. João Almeida, vice-campeão da última Volta a Espanha e esperança nacional, não resistiu às dificuldades físicas, depois de já ter falhado o contrarrelógio devido a indisposição. António Morgado nem sequer chegou a alinhar, afetado por problemas gastrointestinais.

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Tiago Antunes ainda tentou animar a corrida ao integrar uma fuga intermédia, mas acabou também por abandonar. Foi a despedida amarga de uma seleção que, poucos meses antes, tinha surpreendido com prestações de alto nível nos Mundiais.

Um novo nome e uma lenda viva

No pódio, o jovem francês Paul Seixas, de apenas 19 anos, foi a nota de frescura num dia dominado pelos gigantes. Depois de ter sido o melhor representante gaulês nos Mundiais, terminando em 13.º, confirmou o seu talento com uma improvável medalha de bronze, atrás de dois monstros sagrados do ciclismo moderno.

Quanto a Pogacar, a vitória tem sabor especial: soma agora 106 triunfos na carreira, 18 só em 2025, incluindo quatro conquistas na Volta a França (2020, 2021, 2024 e 2025). Paradoxalmente, este será um título que não poderá ostentar na estrada — a camisola arco-íris de campeão do mundo terá prioridade sobre a europeia.

Mas isso pouco importa. O sorriso de Pogacar no pódio dizia tudo: o esloveno está a viver o auge da sua carreira — e parece imparável.

Crédito da imagem: UEC_Cycling/X + UAE Emirates/X – https://x.com/TeamEmiratesUAE/status/1974864013055180935/photo/1

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