Elia Viviani não está muito animado quanto ao futuro dos chamados “puros sprinters”. Como ele. O italiano não augura nada de bom para este tipo de ciclista dado os percursos que têm sido escolhidos para as corridas, que incluem normalmente algum tipo de subida. “Os puros sprinters vão desaparecer”, afirma.

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O corredor da INEOS Grenadiers justifica esta sua afirmação, em declarações à Gazzetta dello Sport: “Hoje em dia tem de se ser um ciclista completo. Os percursos estão cada vez mais difíceis. Um final para um sprinter pode chegar após dois mil metros de acumulado. Já não se pode ficar ali à espera de uma etapa [para os puros sprinters].”

Viviani considera que a lógica de outros tempos na forma de se preparar sprints, de se ter praticamente toda uma equipa a trabalhar para um ciclista com estas características, já não se coloca no ciclismo atual.

“Um quilómetro de subida é o suficiente para a corrida explodir. Uma equipa já pode não controlar para tornar mais fácil para o sprinter. Num sprint pode-se contar com dois ou três corredores para apoiar. Numa grande volta, nem isso”, referiu.

E acrescentou: “Numa equipa de oito, três ciclistas estarão a ajudar o líder nas montanhas, dois a apoiá-lo para passar a primeira semana e sobram dois lugares. Um irá para o sprinter. O interesse de ganhar a classificação geral é maior do que o número de vitórias.”

Aos 33 anos, Viviani está há muito afastado dos grandes triunfos na estrada. É na pista que tem vivido alguns dos seus melhores momentos em tempos recentes. Desde que saiu da então denominada Deceuninck-Quick Step, em 2019, que as vitórias escasseiam e surgem normalmente em corridas de escalão inferior. A sua última conquista no World Tour foi em agosto de 2019.

O italiano até chegou a ser conhecido por não precisar de um “comboio” para ganhar corridas, mas foi quando teve um na equipa belga que viveu a melhor fase da sua carreira.

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Este ano regressou à INEOS Grenadiers, depois de duas temporadas para esquecer na Cofidis. Na estrutura britânica acaba por estar num plano secundário numa formação muito concentrada em vencer classificações gerais, ainda que também já aposte em clássicas. Viviani não fez qualquer grande volta esta temporada.

A sua análise surge numa altura em que uma das equipas que sempre teve sprinters como uma das principais apostas, poderá estar a mudar um pouco o seu ADN. A agora Soudal-Quick Step vai-se adaptando a uma realidade de sucesso chamada Remco Evenepoel, um homem que ganhou a Vuelta e só pensa em conquistar mais grandes voltas.

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Fotografia: Facebook INEOS Grenadiers

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