Corrida perfeita para a Massi Tactic. A equipa espanhola veio até à Volta Portugal dominar por completo a prova, ganhando todas as etapas por intermédio de Nathalie Eklund e conquistou todas as classificações em disputa. Mas houve uma portuguesa em destaque: Vera Vilaça subiu à terceira posição e foi a única das atletas “da casa” a conseguir seguir o alucinante ritmo da derradeira tirada.

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“É incrível ganhar quatro etapas em quatro dias. Na verdade, senti-me um pouco doente antes da corrida e estive quase para não vir a Portugal. Fui-me sentindo melhor dia a dia. Hoje a minha equipa voltou a fazer um excelente trabalho, na etapa que, para mim, foi a mais fácil, dado que o percurso se adaptava melhor às minhas caraterísticas”, referiu a campeã da segunda edição da Volta a Portugal feminina, sucedendo a Raquel Queirós.

Porém, parece que a festa da vitória não será longa, pois Eklund (31 anos) já está a pensar nos próximos desafios: “Agora vou tentar ser campeã nacional da Suécia, tentarei revalidar o título de contrarrelógio e recuperar o título de fundo, que já venci em 2020.”

Em Anadia celebrou-se uma exibição que a Massi Tactic não esquecerá. Eklund vestiu a amarela, Mireia Pellicer ficou com a azul da montanha e a vermelha dos pontos e Mireia Jordan ficou com a branca da juventude. Sem surpresa – perante tal domínio – a Massi Tactic triunfou coletivamente.

A etapa

Era a tirada mais longa da prova (104,7 quilómetros entre Aveiro e Anadia) e vista como a etapa rainha, dadas as subidas que foram ultrapassadas duas vezes: alto de Algeriz (segunda categoria) e o Monte Crasto (terceira). Ambas ficavam no circuito final, que será aquele que espera aos sub-23 e juniores que no próximo mês vieram a Portugal competir nos Europeus de estrada.

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A etapa foi feita a ritmo muito elevado – média de 38,770 km/hora -, pelo que aos poucos várias ciclistas iam perdendo contacto com o pelotão. Já no concelho de Anadia, as principais movimentações partiram de vez a resistência de várias corredoras e logo na primeira volta ficou um reduzido grupo na frente: 15 atletas.

Com os ataques na segunda e última volta, ficaram para discutir a etapa apenas Nathalie Eklund e Mireia Pellicer (Massi Tactic), Ruth Shier (Team LDN/Brother UK) e Vera Vilaça (Velo Performance/JS Campinense). A meta estava numa rampa e o vento dificultou um pouco mais o sprint ganho por Eklund, que deixou Shier e Vilaça a um segundo e Pellicer a quatro. O primeiro grupo perseguidor chegou 39 segundos depois.

Para Vera Vilaça foi mais um bom resultado. Demonstrou ser a portuguesa mais competitiva na corrida, terminando num merecido pódio, no ano em que se dedicou exclusivamente ao ciclismo, deixando o triatlo. 32 segundos separaram-na de Eklund na geral, com Ana Caramelo (Kiwi Atlantico Louriña) a ser a outra presença lusa no top dez, fechando na 10ª posição, a 2:07 minutos.

“Esta Volta foi muito mais dura do que estava à espera. Tinha a intenção de ganhar a camisola amarela, mas saio muito satisfeita com a minha prestação. Foram quatro dias muito duros, principalmente os últimos dois. A prova disputou-se fora da minha zona de conforto, mas estava bem preparada para responder ao poderio da Massi Tactic. Quando decidi dedicar-me a 100% ao ciclismo tinha este como o objetivo da época e acho que esta corrida será uma excelente plataforma para poder vir a ser ciclista profissional no futuro”, explicou Vera Vilaça.

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Terminou assim a segunda edição da Volta a Portugal feminina, com o domínio de uma sueca e de uma formação espanhola, mas que cumpriu o objetivo de oferecer uma competição de outro nível para as ciclistas portuguesas, algo essencial para a evolução da modalidade por cá.

Para a semana, homens e mulheres (sub-23 e elite) vão até ao Mogadouro para disputar os títulos nacionais de contrarrelógio e de fundo.

Mais info e classificação: www.fpciclismo.pt


Imagens: Federação Portuguesa de Ciclismo

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