Rafael Reis e Luís Mendonça têm formado uma dupla de sucesso. Imbatível mesmo. Quando se juntam e decidem partir juntos para ganhar, os adversários têm dificuldades em encontrar o tónico para contrariar os efeitos do ataque. Em Paredes, neste domingo, assistiu-se, mais uma vez, como estes dois ciclistas trabalham bem e a Glassdrive/Q8/Anicolor garantiu assim a conquista do Grande Prémio O Jogo, além de mais uma etapa. Ganhou três das quatro disputadas.

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Na última Volta a Portugal, esta dupla mostrou-se e de que maneira. Em Bragança foram autores de um ataque que os levou para a frente de corrida. Rafael Reis conquistaria mais uma etapa, que não escondeu que até seria para Luís Mendonça, não tivesse este claudicado pouco antes da meta.

No Grande Prémio O Jogo, Mendonça foi mais feliz, ele que já venceu esta competição em 2019. Foi segundo classificado nas duas primeiras etapas, ambas disputadas no domingo (contrarrelógio e tirada em linha). Depois venceu a terceira e foi fechar a prova com mais um triunfo.

Na chegada a Paredes, a dupla estava a solo na frente, depois de ter atacado, com Rafael Reis a ficar assim com a camisola amarela e Mendonça com a etapa, além do segundo lugar na geral, a 19 segundos do companheiro, e a camisola dos pontos.

Esta dupla foi eficaz durante toda a corrida, não estando só, pois a Glassdrive/Q8/Anicolor tinha outras armas para um dia de muita montanha e que, à partida, poderia não beneficiar muito Rafael Reis. Não sendo um trepador, é um ciclista que, estando em posição de vencer, não desiste.

A prova esteve em como não se entregou quando na última subida do dia – Monte Azevido (segunda categoria) – chegou a ceder. Conseguiu recuperar a posição no pelotão e depois… Depois foi o espetáculo Reis/Mendonça.

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“É muito bom combinarmos aquilo que combinámos na reunião e depois cumprir [na estrada]. Tudo o que o Mendonça fez por mim… Acho que ele é que merecia ganhar a corrida. Era claramente o homem mais forte. Deram-me a oportunidade e defenderam a minha liderança até ao fim”, afirmou Rafael Reis.

E acrescentou sobre o ataque que resultou em vitória: “O Mendonça ganha em casa. Castigou-me no final. Só lhe pedi para abrandar, mas ele está motivado”.

Os seis primeiros ciclistas que cortaram a meta após a dupla, só o fizeram passados 59 segundos, entre eles o terceiro na etapa e na geral. Henrique Casimiro ficou a 1:35 minutos da amarela, num resultado que demonstra uma Efapel a crescer na temporada. Recorde-se que Tiago Antunes venceu a segunda etapa no Grande Prémio O Jogo.

No final, o contrarrelógio logo a abrir a corrida, revelou ser decisivo. As vantagens que Rafael Reis alcançou no sábado sobre os rivais foram importantes e permitiram ao ciclista de 29 anos regressar aos triunfos em gerais em provas por etapas. Em 2016 venceu o Grande Prémio Jornal de Notícias.

Quanto à Glassdrive/Q8/Anicolor começa a engrenar e em pouco tempo vence novamente, depois de Federico Figueiredo ter ganho a Clássica Aldeias do Xisto.

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A etapa

Foram 143,2 quilómetros entre Celorico de Basto e Paredes, com quatro contagens de montanha, duas das quais nos derradeiros 22 quilómetros: Viso (primeira categoria aos 25,1 quilómetros), Senhora da Assunção (segunda categoria aos 88,5), Cruzeiro (segunda aos 120,9) e Monte Azevido (segunda aos 129,7). Ou seja, a etapa rainha.

Onze ciclistas começaram por animar a tirada: Márcio Barbosa (ABTF Betão-Feirense), David Livramento (Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel), António Ferreira e Hélder Gonçalves (Kelly-Simoldes-UDO), João Benta (Efapel Cycling), Nuno Meireles (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Luís Fernandes, Daniel Freitas e Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e Gonçalo Amado (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados).

À medida que as subidas foram passando, o grupo foi perdendo elementos. Quem aproveitou da melhor forma o estar na frente da corrida foi Hugo Nunes, que assim fechou a seu favor as contas na classificação da montanha. Já foi o rei na Volta a Portugal, em 2020, e volta a mostrar as suas qualidades de trepador. Nunes levou ainda a camisola das autarquias.

O pelotão controlou, nunca deixando a vantagem chegar aos dois minutos. Na subida do Cruzeiro, os últimos resistentes foram apanhados e a ideia de que não haveria sucesso da fuga confirmou-se. O resto, já se sabe. Rafael Reis e Luís Mendonça – venceu também a camisola dos pontos – escreveram a história da corrida, com a Glassdrive/Q8/Anicolor a ser a melhor equipa.

Nas outras classificações em disputa,  Pedro Pinto (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) foi o melhor jovem, Viktor Manakov (ABTF-Feirense) ganhou a camisola dos sprints e Chris Jacobus Jooste (JV Perfis/Windmob) foi venceu entre os ciclistas das equipas de clube (estatuto de amador).

O calendário de elite é retomado a 15 de maio, com a Volta a Albergaria e depois, entre 23 e 29 do mesmo mês, disputa-se o Grande Prémio Douro Internacional.

O Memorial Bruno Neves, previsto para dia 14, não se irá para a estrada nessa data, não estando afastada a hipótese de se realizar mais tarde.

Mais info e classificações:


Imagens: João Fonseca Photographer

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