Perante a ausência na Vuelta 2023 dos melhores velocistas do mundo – não se percebe muito bem porquê, não sendo estes nem de perto uma “espécie” em vias de extinção, é natural que o australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) não tenha rivais nas chegadas em pelotão compacto e que possa vir a somar por vitórias as oportunidades para os sprinters (não serão muitas) nesta edição da corrida espanhola.

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A superioridade (até agora…) do australiano bastou para vencer as últimas duas etapas e na desta quarta-feira, a quinta da prova, à falta de melhor concorrência, tenha sido o italiano Filippo Ganna (Ineos Grenadiers) a dar-lhe maior luta.

Não é que Ganna, especialista em contrarrelógio e quiçá o melhor da sua geração, não tenha a potência e a capacidade de explosão para se intrometer num sprint, tendo vencido assim uma etapa na Volta à Valónia no final de julho. De resto, o italiano obrigou Groves a esforçar-se para garantir o triunfo sobre a meta e não se assumiu candidato de ocasião.

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“Nós tentámos! A 30 quilómetros do final, Geraint Thomas perguntou-me se me sentia bem. Disse-lhe que sim. E ele: ‘Ok, leva-me até aos últimos 3 km [à zona de proteção] e faz o que quiseres depois’. Hoje tentei, mas perdi muitos lugares numa rotunda. Gastei muita energia para voltar à frente. É assim. Kaden Groves é um dos melhores velocistas aqui. Ainda temos muitas etapas pela frente, iremos tentar de novo”, prometeu o contrarrelogista sprinter.

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Um dia aparentemente mais tranquilo foi o de Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step), interrompido apenas pela conquista de seis segundos (!) numa bonificação a meio da etapa, e bem debaixo do nariz de todos os favoritos (e dos velocistas!).

Com esse tempo amealhado, o belga agora tem uma vantagem de 11 segundos sobre Enric Mas (Movistar) e, mais importante, 37″ e 43″ sobre Jonas Vingegaard e Primoz Roglic (Jumbo-Visma).

“Ganhar a bonificação não fazia necessariamente parte do plano, mas estávamos na frente e vi uma abertura, foi por isso. Foi uma coisa boa. Achei que eram apenas três segundos, mas no final disseram-me que eram seis. É muito bom!”, reconheceu o camisola vermelha na véspera da segunda etapa de montanha, com final no Observatório de Javalambre.

Aí veremos se estará ao nível da primeira, em Andorra, que venceu.

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Imagens: Vuelta Twitter

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