Daniela Isidoro prepara-se para dar um importante passo no sonho de um dia chegar ao mais alto nível do ciclismo profissional. Com apenas 16 anos assinou pela equipa belga Bingoal-WB Ladies, na formação de juniores. Uma porta que se abre, pois poderá no futuro ascender à equipa principal.

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A jovem ciclista completa 17 anos de idade em janeiro de 2023 onde será atleta júnior (a primeira categoria oficial de competição UCI), um escalão que se atinge de forma natural após o término de formação no escalão de cadete ou também denominado por U17.

No entanto, a Daniela rompe uma barreira para o ciclismo de estrada feminino em Portugal na medida em que acaba de assinar um contrato (Não Profissional para o escalão U19 Development) de dois anos dentro de uma estrutura feminina Continental Profissional belga.

Será então na Bingoal-WB Ladies (juniores) onde a atleta portuguesa irá desenvolver um trabalho com vista à integração direta, aquando U23 na equipa Profissional Continental Bingoal-WB Ladies.

Numa altura em que os valores lusos começam a impor-se no panorama internacional feminino, a Daniela também não foi exceção, e já nos escalões de formação venceu uma edição da montanha na Volta a Flandres bem como uma prova clássica no Luxemburgo tendo sido ainda terceira no mini Paris-Roubaix.

É sempre bom sermos escolhidas entre tantas atletas que ambicionam competir numa equipa como a Bingoal que irá disputar em 2023 provas como a Gent-Wevelgem ou a Ronde de Vlaanderen de juniores

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É uma atleta conhecida a nível nacional, muito competitiva e detentora de uma enorme disciplina de treino. O palmarés fala por si e hoje e queremos saber um pouco mais do que vamos ver desta jovem e promissora atleta no ano de 2023:

Como te sentes ao iniciar esta nova experiência que é pertencer a uma equipa de juniores de uma equipa tão conceituada no panorama internacional?

Sinto-me naturalmente muito feliz, na realidade radiante. É sempre bom sermos escolhidas entre tantas atletas que ambicionam competir numa equipa como a Bingoal que irá disputar em 2023 provas como a Gent-Wevelgem ou a Ronde de Vlaanderen de juniores, poder integrar este grupo de trabalho num “training camp” já é de si fantástico,  mas ser selecionada para fazer parte da equipa é algo de inexplicável.

Quais são as tuas expetativas pessoais para a época que se avizinha?

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O foco será o mesmo de sempre, prosseguir a busca da técnica perfeita em cima da bicicleta, em termos da dinâmica de treino será feito o mesmo, isto é, o objetivo de poder continuar a evoluir pois acredito que com a progressão de um trabalho bem feito os resultados acabam por aparecer.

Enquanto júnior o tipo de trabalho feito é totalmente diferente do trabalho feito em cadete porque vai obrigar-me a volumes e cargas maiores. Na realidade tudo será muito diferente desde o Macro Ciclo à sessão de treino.

Respondendo de forma mais direta, pretendo treinar para estar à altura de conseguir integrar-me bem no pelotão internacional e tentar discutir algo nos momentos próprios.

Sou uma jovem estudante que reside em Portugal e pretendo competir todas as provas que cá conseguir fazer. A competição em Portugal neste momento não é de segunda linha, antes pelo contrário

Já conheceste as tuas colegas de equipa?

Ainda não conheci todas as atletas que serão minhas colegas. Sei apenas que somos 9 corredoras entre belgas, francesas, luxemburguesas e portuguesa. A equipa é maioritariamente composta por juniores de segundo ano e ainda só conheço as que sobem de cadete para júnior pois já competi com elas este ano nas Ardenas.

Vais continuar também a competir em Portugal?

Sim, sou uma jovem estudante que reside em Portugal e pretendo competir todas as provas que cá conseguir fazer. A competição em Portugal neste momento não é de segunda linha, antes pelo contrário. As adversárias têm todas enorme qualidade e não é fácil vencer uma prova seja para quem for, não querer competir aqui é um erro claro.

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Neste ano, no caso do pelotão de cadetes assistiu-se a resultados que mostraram a qualidade da categoria em Portugal, temos a exemplo a Volta a Portugal U19 (juniores) onde maioritariamente tivemos atletas cadetes a terminar no top 10.

Venceste recentemente a 1ª Taça de Estrada da AC Algarve (de quatro provas pontuáveis), que peso têm este tipo de vitórias na tua nova equipa?

Não penso muito nisso, qualquer atleta fica contente quando sobe ao posto mais alto, na realidade estou feliz pelo pequeno título alcançado mas ao mesmo tempo ciente que estiveram lá atletas bem mais fortes.

Também não venci por sorte, pois as corridas têm de ser pensadas e preparadas. É bom respeitarmos o adversário e em particular admirar as atletas que são mais fortes do que nós pois isso dá-nos ânimo para nos levantarmos todos os dias e irmos treinar com mais vontade ainda.

Se houver algum peso para a nova equipa, será agora tratada pelo seu departamento de marketing pois enquanto atleta o meu foco será outro.

E o teu clube de formação, o que sentes em relação ao Clube de Ciclismo D`Helvetia no qual competiste 10 anos?

O Clube de Ciclismo D`Helvetia vai continuar a ser parte da minha base de trabalho na medida em que é um clube com muito rigor na disciplina de estrada, isto é, tem também o valor de ter despertado a nível internacional, o interesse de equipas femininas continentais e será certamente no futuro um trampolim em termos aparecimento de técnica e talento de jovens ciclistas portuguesas.

É para além de tudo isso um clube familiar onde os meus pais desenvolvem um trabalho sério e consistente. Mesmo pequeno, é uma escola de ciclismo que todos conhecem bem pelo país inteiro e que se Deus quiser estará cá por muitos mais anos.

Fotografias: João Fonseca Photographer

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