A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou a intenção de regulamentar a limitação dos salários dos corredores, em resposta ao inflacionamento galopante dos valores, que ano após ano batem recordes, de que é exemplo os mais de 5 milhões de euros por ano que aufere Tadej Pogacar na UAE Emirates.

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“É verdade que estamos neste momento a discutir o assunto com a AIGCP, para obter um melhor equilíbrio entre as equipas do World Tour”, confidenciou o presidente da UCI, David Lappartient, em declarações noticiadas pela VeloNews. “Um teto para salários ou para os orçamentos das equipas, é algo de que estamos a debater ainda”, acrescentou o responsável.

Desde chegada da equipa Sky, a equipa britânica renomeada de Ineos Grenadiers em 2019, o ciclismo entrou numa nova era de remunerações, em que algumas formações do WorldTour, recorrendo a avultados orçamentos (entre 30 e 60 milhões de euros por ano, contra 10 a 20 milhões das Tour team), conseguem garantir a aquisição dos melhores corredores.

A UAE Emirates, cujos responsável assumem a ambição de a tornar a melhor equipa do Mundo, construída à volta da grande estrela da atualidade, Tadej Pogacar, é a mais recente equipa a entrar nesta lógica: este ano, recrutou Pascal Ackermann, João Almeida, Georges Bennett e Marc Soler, entre outros.

Essa hegemonia coloca um problema de competitividade, afirma Jonathan Vaughters, diretor da EF Education-EasyPost. “As equipes menos ricas serão sempre capazes de identificar os melhores talentos, mas não de retê-los. Na UAE Emirates sabem que não há risco de outra equipa pagar a Tadej Pogacar mais do que eles…”, refere o chefe de Rúben Guerreiro.

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Em resposta a estas críticas, segundo as quais o equilíbrio e a equidade do ciclismo estão ameaçados, a UCI levantou pela primeira vez a ideia de limitar os investimentos das equipas.

“Estamos agora a estabelecer um plano para combater esses problemas nos próximos anos, em consulta com os atores envolvidos. Está definitivamente na agenda, porque não queremos um punhado de equipas a concentrarem todos os bons corredores. A batalha deve ser equilibrada”, defende David Lappartient, que no entanto reconhece que “a UCI ainda não está pronta para entrar em detalhes”.

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