A Gelu Carbon Creations é um fabricante português de componentes de carbono para ciclismo fundado por Anghel Ivanof em 2013. Ou seja, em pouco mais de oito anos, esta empresa sediada em Alhandra, às portas de Lisboa, conseguiu criar uma oferta de guiadores, espigões e selins considerável (todos feitos de puro carbono). Mas é a estes últimos que a marca mais dá “atenções”, com modelos originais na forma e funcionais no uso, entre os quais encontramos o selim Gelu A-1.

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De facto, a especialidade deste construtor está mesmo nos selins com um posicionamento superior de nicho, como tivemos oportunidade de ficar a saber na reportagem especial que fizemos nas instalações da marca. Está tudo na GoRide Magazine #01, dos tempos em que o projeto GoRide.pt contava também com uma revista digital gratuita. Vale a pena ler.

Mas o mais curioso é que há algo que se confirma relativamente às conversas que tivemos na altura com Anghel : a Gelu é cada vez mais a escolha de ciclistas aficionados e também de competidores, de todos os cantos do mundo e de várias vertentes. Estrada, BTT, gravel, triatlo…

E é aos praticantes desta modalidade, aliás, que a Gelu aponta este selim Gelu A-1 que tivemos oportunidade de testar, apesar de termos descoberto que, naturalmente, este modelo acaba por suprir as necessidades de qualquer praticante de ciclismo.

Antes de mais, mesmo antes de o montarmos na bicicleta de estrada, notamos que se trata de um selim ultraleve, por ser construído integralmente em fibra de carbono, como referimos. Pesa 60 gramas, mas não transmite fragilidade, pelo contrário.

Parece robusto e “moldável” ao corpo, e é isso mesmo que acabamos por confirmar que ele é.

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Apesar do look diferente do habitual, e ao contrário do que possa parecer à primeira vista, o A-1 não nos penaliza em conforto, ergonomia e comodidade após várias horas. Sim, é escandalosamente leve, original no modo como está desenhado, mas porta-se tão bem (ou melhor) que os mais ergonómicos selins em carbono em que já nos sentámos para treinar diariamente.

Fizemos mais de 2.000 kms em cima deste selim em estrada e sentimos que o o “nariz” (mais curto) é algo a que nos habituamos com rapidez e sem problemas. Esta é uma das características que torna este modelo especialista em triatlo, tal como o é a secção traseira, que apresenta um largo orifício redondo projetado para um melhor encaixe nos suportes para bicicleta da zona de transições desta modalidade desportiva.

O Gelu A-1 é desde logo impressionante à vista. Trata-se de uma “peça” de carbono “despida” – deixa ver a malha entrelaçada de que é produzido este material compósito – e apenas apresenta as inscrições da marca e do modelo a branco.

O acabamento da carcaça pode ser fosco (na unidade em teste) ou brilhante (envernizada), ambas as versões conferindo-lhe um look ao mesmo tempo desportivo e elegante. No entanto, estes atributos podem tornar o componente suscetível a riscos e arranhões, por isso impõe-se especial cuidado ao encostarmos a bicicleta a uma parede ou a outra estrutura (incluindo as pintadas) que possa marcar (não forçosamente danificar) o revestimento do selim.

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A construção do A-1, com calhas ovais ininterruptas de 6,5 x 8,5 mm que funcionam como uma moldura no perímetro do selim, contribui para uma resistência e rigidez em bom plano, enquanto o formato anatómico e a abertura central anti compressão garantem conforto.

Não é um selim perfeito, se é que eles existem, e a carcaça finíssima, extremamente rígida, pode levar a pensar na ausência de conforto… Mas a verdade é que em treinos de mais de quatro ou cinco horas, a (indiscutível) rigidez não afetou gravemente a comodidade, nem a ausência de revestimento comum (couro acolchoado) reduz o atrito mínimo indispensável ao tecido do calção (para não ocorrerem aquelas escorregadelas que afetam o desempenho do ciclista).

Todavia, é sem dúvida no peso pluma que o A-1 mais se destaca, como acontece com todos os selins da Gelu. Minimalista em todos os aspetos (mede 250 mm de comprimento e 124 mm de largura), mas permitindo ampla regulação e peso máximo autorizado até 115 kg.

Com tão-só 60 gramas (a nossa balança de precisão acusou mais dois irrelevantes gramas), reduz de forma significativa a massa na zona intermédia da bicicleta (no fundamental eixo vertical do selim ao pedaleiro), o que é mais notório e sensível precisamente quando nos erguemos do selim.

Depois, há a questão do preço. Como qualquer produto tão “exótico” e feito integralmente à mão, será sempre mais caro do que os produzidos em maior escala e volume. São 359 euros, um valor elevado considerando algumas propostas concorrentes das marcas generalistas deste segmento.

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A nossa avaliação…

Não querendo cair em “lugares comuns”, é certo que este selim Gelu A-1 primeiro estranha-se, depois “entranha-se”; é esta a expressão que melhor definirá este modelo, que é mais dedicado ao triatlo, mas altamente versátil e merecedor de presença noutras vertentes, dependendo do gosto e objetivo do utilizador.

Uma opção que harmoniza o peso acima do resto, com apenas 60 gramas, o que é incrível. E transmitindo um (im)provável e satisfatório conforto, mesmo após várias horas, algo que à primeira vista parece quase impossível de assim ser. Grande construção!

Pontos mais positivos

  • O look exclusivo e diferente do habitual, bem como a aptidão para qualquer bicicleta, especialmente para competir.
  • O peso fantástico de 60 gramas.
  • A construção por métodos artesanais.

Pontos a melhorar

  • Sabemos que a Gelu tem selins para todos os tipos de vertente no universo das bicicletas, mas gostaríamos de ver um modelo a este nível que não estivesse menos dirigido à competição de triatlo. Será que iria buscar (ainda) mais conforto e versatilidade?
  • O preço é sempre um dos pontos que referimos como sendo “melhorável”, apesar de entendermos o posicionamento da maior parte das marcas premium.

Site oficial:

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