Marca portuguesa, neste caso em exclusivo de bicicletas elétricas, quadros e rodas também made in Portugal. Montagem e tudo o resto feito a 100% no nosso país, como já tivemos oportunidade de ver ao vivo e a cores nas fábricas da Beeq. E a Beeq M700 Wild é uma das “jóias da coroa” no catálogo da marca.

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Esta bicicleta é uma elétrica de montanha, não tenhamos dúvidas: quadro hardtail robusto em alumínio, suspensão de 120 mm à frente, rodas e pneus a postos para os caminhos mais complicados. Pronta para o BTT assistido por motor elétrico!

Beeq M700 Wild

Beeq M700 Wild ATB

Mas depois a Beeq apresenta a sua M700 Wild com o mesmo lote de componentes, mas num quadro sem top tube e “carregado” de acessórios que a tornam adequada a movimentações nos meios urbanos ou mesmo numa viagem de bicicleta de dia inteiro, pois é na categoria de touring que a versão ATB se encaixa. Vamos ver ambos os modelos mais em pormenor!

Acima está a vídeo review a esta e-bike da Beeq, que tanto nos pode levar para a montanha como para a cidade (e em biketrip!) e já a seguir está o artigo de teste completo (com muitas fotos). Esperamos que te seja útil!

A nossa avaliação…

A M700 não é a bicicleta perfeita, mas “vence” pela boa relação entre versatilidade e preço, se pensarmos que existe em dois “sabores”, um mais “selvagem” e outro bastante útil quando a ideia é deslocações na cidade ou um momento de viagem ao estilo touring.

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Na transmissão, nos travões e nas rodas não supera alguns modelos concorrentes de outras marcas (que, contudo, são mais caros…), é certo. E o peso pode ser um entrave nalguns usos citadinos. Mas as e-bikes neste segmento são mesmo assim e é preciso depois pensar no quão funcionais podem ser…

Olhando para ambas as versões, destaque-se o quadro robusto e a aparência “todo o terreno”, com a vantagem de termos suspensão de 120 mm à frente. Muito importante! E o motor é efetivamente potente e à altura de qualquer trilho, estradão ou rua movimentada.

Focando na versão ATB, é bastante bom podermos contar com os habituais itens que dão jeito na cidade e em viagem, desde as fixações no quadro aos guarda-lamas, por exemplo, passando pela grade de carga traseira.

Para quem estiver à procura de uma elétrica de BTT hardtail que não seja cara, vale a pena olhar para a M700 Wild “normal”; da mesma forma, quem equaciona uma e-bike de quadro aberto propícia a vários tipos distintos de utilização, deve visitar um ponto de experiência Beeq e dar umas voltinhas nestas opções da marca portuguesa.

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O que mais nos agrada…
  • No caso da versão ATB, os muitos extras que estão incluídos pensando numa utilização na cidade ou em bikepacking.
  • A suspensão frontal de 120 mm.
  • O comportamento em geral da bicicleta, e muito por culpa da desenvoltura do motor Brose instalado em ambos os modelos.
O que menos nos agrada…
  • O peso ligeiramente acima dos 26 kg dificulta alguns momentos em que possamos ter de carregar a bicicleta. Paciência, as e-bikes urbanas com quadro em alumínio são assim…
  • Para o preço não subir, estão instalados alguns componentes de entrada de gama ou gama média, no máximo, o que pode não agradar a quem procura mais performance e fiabilidade. Exemplo: a transmissão Sram NX.
Especificações (https://pt.beeq-bicycles.com)
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  • Motor: Brose Drive S Mag 90 Nm
  • Bateria: 522 Wh 36 v, removível
  • Autonomia anunciada: 40 a 100 km
  • Ecrã: Brose Allround
  • Guiador: FSA V-Drive 740 mm / 31.8 mm (reto)
  • Avanço: FSA V-Drive 60 mm/ 31.8 mm / ±6°
  • Quadro: alumínio hardtail BTT
  • Rodas: alumínio 29” (é 27,5” no tamanho S)
  • Pneus: Maxxis Rekon S
  • Travões: Shimano MT400 discos 203/180 mm
  • Desviador: Shimano Sram NX 11x
  • Cassete: Sram Power Glid 1130 11-42t
  • Manípulo: Sram NX 11x
  • Pedaleiro: Miranda ChainFlow 3D BCD104 38t
  • Corrente: KMC E11 Turbo e-bike series
  • Luz frontal (só no modelo ATB): Spanninga Axendo 40 com refletor
  • Luz traseira (só no modelo ATB): Piccadily com refletor
  • Selim: Selle San Marco X3 e-bike preto
  • ‘Descanso’ (só no modelo ATB): Atranvelo Dux
  • Peso: 26 kg
  • Preço modelo M700 Wild: 2.549 euros
  • Preço modelo M700 Wild ATB: 2.599 euros
Review completa

É fácil gostar do aspeto robusto que estas bicicletas apresentam. Tanto a Beeq M700 Wild “normal” como a versão ATB têm um quadro em alumínio que marca forte presença, diga-se assim, ainda para mais integrando o motor Brose Drive S Mag de 90 Nm que sabemos não ser o mais leve do segmento.

Ora, juntando a isso o que existe normalmente numa elétrica de BTT com quadro hardtail e temos uma e-bike tão pesada (26 kg) quanto divertida de utilizar. E falamos do sistema elétrico.

Dá-nos o poder elétrico que precisamos nos trilhos, pois é para isto que serve uma e-bike de montanha, sendo preferível selecionar o modo de assistência normal para conseguirmos manter os índices de autonomia dentro do que a marca indica, que é entre 40 e 10 km de percurso.

Andar com o modo Turbo ligado muito tempo vai fazer com que este range de energia seja reduzido. É uma bateria de 522 Wh, ainda assim, mais do que suficiente para as deslocações diárias na cidade, em média, isto no caso da M700 Wild ATB. Pode ser retirada do quadro para recarregar.

Ora, regressemos ao aspeto robusto desta bicicleta falando de algo que a transforma num verdadeiro “tanque” offroad: as rodas e os pneus. As rodas são em alumínio, com 29”, fabricadas pela própria Beeq, com largura de 30 mm.

Já os pneus são uns Maxxis Rekon S de 2.4”, e esta combinação traz força, capacidade para aguentar qualquer tipo de embate e bastante tração em todos os terrenos. Também traz mais peso, naturalmente.

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Depois, e ainda a contribuir para o capítulo da robustez, olhemos com atenção para o guiador FSA V-Drive de 740 mm, claramente uma opção que tende a resultar nos dois tipos de uso, e, claro, para a suspensão frontal, uma Rockshox 35S de 120 mm.

Este item é essencial numa BTT elétrica, como seria de esperar, e nessa área não desilude, pois dá bem conta do recado, e ainda sobra desempenho. Já numa utilização urbana com a versão ATB está claramente a mais, pois, regra-geral, nesses ambientes pouco será preciso a ação da suspensão.

Já numa viagem de bikepacking de um dia completo ou de vários dias, em que os braços saem castigados ao fim de cada tirada, ter uma suspensão deste género é sempre positivo. Esta suspensão é um dos pontos mais positivos na Beeq M700 Wild.

BEEQ E-BIKES | M700 | MOUNTAIN E-BIKES

Quanto aos travões Shimano M400 e à transmissão aqui presentes, não nos vamos alongar muito… A travagem faz o seu trabalho de forma competente, mesmo não sendo uma opção topo de gama, com algo muito positivo: disco de 203 mm à frente (180 mm atrás).

Já a transmissão Sram NX com 11 velocidades encaixará sempre melhor na versão ATB, menos “radical”, enquanto que o ciclista mais entendido em componentes de BTT perceberá que não se trata do sistema mais fiável e eficaz nos trilhos.

Mas também aqui estão cumpridos os requisitos mínimos, no fundo, e isto ajuda a que esta e-bike não seja demasiado cara.

Por fim, queremos falar essencialmente no facto desta M700 Wild existir efetivamente numa versão para touring, para a cidade, para um uso mais descontraído. Porta-se muito bem nestas funções!

Há pontos de fixação no quadro mais do que suficientes, uma grade de carga traseira bem robusta e com compatibilidade com alforges, luzes LED à frente e atrás para quando é preciso deslocarmo-nos já de noite e os clássicos guarda-lamas.

BEEQ E-BIKES | Bikepacking no Guincho

Tudo isto é muito útil e importante numa viagem de bicicleta pela costa portuguesa, mas também dá muito jeito na “confusão” da vida na cidade. Nestes momentos, aliás, há aqui mais coisas: um cadeado de roda com chave, o típico “descanso” e até uma campainha!

BEEQ E-BIKES | Unboxing M700 Wild ATB

É caso para dizer que, mesmo não sendo uma bicicleta topo de gama, a  700 Wild cumpre a missão a que se propõe, talvez até melhor no caso da versão ATB, de quadro aberto, na cidade e no bikepacking, do que no BTT puro e duro. Aí há opções mais equilibradas, mesmo que não sejam tão acessíveis.


Mais info:


Equipa GoRide responsável pelo teste:
» Texto e teste: Jorge Lopes e Nuno Margaça
Riders nas imagens: Nuno Margaça e Rafael Prazeres
Fotos e captação de vídeo: Jorge Lopes

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