Em Dendermonde, na Bélgica, o ciclocrosse voltou a provar que não precisa de subidas íngremes para ser épico. Basta lama, técnica e um sino a anunciar que já não há tempo para cálculos. Na 8.ª etapa da Taça do Mundo, seis ciclistas entraram juntos na última volta, todos com razões para acreditar — e todos conscientes de que, ali, um erro paga-se com o esquecimento.

PUB
KTM Macina Kapoho Master

Sem o domínio habitual de Mathieu Van Der Poel, o favoritismo caiu naturalmente sobre Wout Van Aert. Em casa, perante um público que sabe distinguir coragem de sofrimento, o belga da Visma-Lease a Bike nunca conseguiu, porém, assumir a corrida. Sempre mal colocado, sempre a remar contra a corrente, acabou por cruzar a meta num modesto sexto lugar — resultado pesado para quem costuma mandar no caos.

Na frente, o espetáculo foi outro. Laurens Sweeck parecia ter feito tudo certo: posicionamento, leitura de corrida, paciência. Mas o ciclocrosse raramente recompensa apenas a lógica. Nos metros finais, surgiu um Thibau Nys feroz, solto, quase a flutuar nos troços técnicos do circuito. Mais rápido onde outros apenas sobreviviam, o jovem belga da Baloise Glowi Lions saiu em primeiro da última curva — e, ali, Dendermonde percebeu que a vitória já tinha dono.

O sprint foi curto, mas definitivo. Braços no ar para Nys, confirmação de talento em estado puro. Atrás, o campeão neerlandês Tibor Del Grosso, da Alpecin – Deceuninck, teve de se contentar com o segundo lugar, enquanto Sweeck, representante da Crelan – Corendon, fechou o pódio de uma corrida verdadeiramente emocionante.

Classificações

Crédito da imagem: UCI_CX/X

PUB
KTM Macina Kapoho Master

Também vais gostar destes!