Olhando para o catálogo de cada fabricante, encontramos ainda muitas bicicletas de perfil bastante aerodinâmico e que são tão versáteis que “dão para tudo”. E bem

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Assim, onde é que ficam as bicicletas com caracteristicas “trepadoras” puras, ou também as bicicletas ‘performance’? Nas provas de longa duração, normalmente as equipas contam com toda a “artilharia” que cada marca oferece: usam o modelo que mais se adequa a cada situação.

Mas essa “dinâmica” não está ao alcance do utilizador norm, que tem de se contentar com uma só bicicleta. Tem de escolher aquela que melhor se adapta ao seu estilo e que lhe entrega o melhor rendimento nos diferentes cenários.

Com isto em mente, vejamos melhor três modelos (a Cervélo S5, a Scott Foil RC e a Trek Madone SLR), todas elas nas versões que existem atualmente, para as compararmos com as suas “meias-irmãs trepadoras”. Objetivo: ver em que é que se diferencam estas aero face ao que já existe.

Cervélo S5 vs R5

As novas campeãs do Tour de France 2022 têm uma geometria que não difere tanto como pode parecer à primeira vista… É que o design agressivo da nova S5 mostra as suas “cartas” claramente, e isto por contraponto ao R5.

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Cervélo S5 (Tamanho 54)

Cervélo S5 Red eTap AXS

Distância entre eixos: 975 mm // Ângulo de direção: 73º // Ângulo do tubo de selim: 73º // Longitude do tubo de direção: 109 mm // Reach: 384 mm // Escoras: 405 mm 

Cervélo R5 (Tamanho 54)

Cervélo R5 Red eTap AXS

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Prototype

Distância entre eixos: 977 mm // Ângulo de direção: 73º // Ângulo do tubo de selim: 73º // Longitude do tubo de direção: 137 mm // Reach: 384 mm // Escoras: 410 mm 

Podemos ver que a S5 tenta combinar o melhor dos dois mundos, com uma distância entre eixos ainda menor que a R5, assim como escoras curtas.

A Cervélo S5 em ação…

Isto implicaria um comportamento mais nervoso e instável, mas a estudada aerodinâmica e a direção tão curta faz com que aprume mais a roda frontal (aplica-se mais peso nela). Por outro lado, a S5 tem uma postura mais “forçada” (e aerodinâmica, logicamente).

Mais info: Cervélo Bikes

Scott Foil RC vs Addict RC

A Scott Foil RC em ação…

A Scott Foil foi apresentada no início do Tour como a “arma” principal da DSM Team, com a vista posta numa utilização em todos os cenários possíveis. Como a própria marca referiu na apresentação, “esta é uma bicicleta para tudo”.

Scott Foil RC (Tamanho 54/M)

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Scott Foil RC Ultimate

Distância entre eixos: 992,6 mm // Ângulo de direção: 72,5º // Ângulo do tudo de selim: 73,6º // Longitude do tubo de direção: 141 mm // Reach: 389 mm // Escoras: 412 mm

Scott Addict RC (Tamanho 54/M)

Scott Addict RC Ultimate

Distância entre eixos: 992 mm // Ângulo de direção: 72,5º // Ângulo do tubo de selim: 73,6º // Longitude do tubo de direção: 135 mm // Reach: 390 mm // Escoras: 410 mm

Analisando as geometrias de ambas, damos conta de que são praticamente cópias, o que nos dá uma ideia da vocação principal da Foil RC: quer satisfazer também os utilizadores da Addict RC, que procuram um comportamento reativo e trepador.

A Scott Addict RC em ação…

No entanto, a velocidade da Foil é sem dúvida o aspeto que mais foi enfatizado na nova edição 2023… Qual é que pode ser o argumento da Addict frente à Foil? A leveza… A Foil RC Ultimate pesa 7,22 kg e a Addict RC Ultimate 6,70 kg…

Mais info: Scott Bikes

Trek Madone SLR vs Émonda SLR

A Trek Madone SLR em ação…

A Trek Madone foi uma surpresa nas mãos da equipa Trek Segafredo no Critérium du Daphiné e rapidamente foi revelada de forma oficial pela própria Trek: é que a tecnologia IsoFlow aplicada à união entre o espigão do selim e os tirantes não passa despercebida.

Trek Madone SLR (Tamanho 54)

Trek Madone SLR 9 eTap

Distância entre eixos: 981 mm // Ângulo de direção: 73º // Ângulo do tudo de selim: 73,6º // Longitude do tubo de direção: 131 mm // Reach: 386 mm // Escoras: 410 mm

Trek Émonda SLR (Tamanho 54) 6,75

Trek Émonda SLR 9 eTap

Distância entre eixos: 981 mm // Ângulo de direção: 73º // Ângulo do tubo de selim: 73,7º // Longitude do tubo de direção: 131 mm // Reach: 386 mm // Escoras: 410 mm

Não é que as geometrias sejam idênticas, pois a Trek copiou as dimensões da Émonda e aplicou-as tal e qual na nova Madone. Bem, melhor dizendo, copiou também as dimensões da anterior Madone porque também eram as mesmas.

A Trek Émonda em ação…

Na Madone SLR também se procurou dar uma certa “filtração” face ao que vem do terreno com o seu sistema IsoFlow. Além de melhorar a aerodinâmica, está prometido mais conforto. A arma da Émonda? É claro que é a leveza, já que, nas versões mais caras da gama, a Madone SLR pesa 7,36 kg e a Émonda 6,75 kg.

Mais info: Trek Bikes

Conclusão

Vejamos em que medidas as bicicletas “trepadoras” vão desaparecendo a favor das novas “fornadas” aero, mais versáteis.  trepador. Parece que estas têm mais argumentos, mas ver os prós a fazerem as subidas mais famosas de qualquer corrida com as bicicletas “trepadoras” não tem preço… Isso e um peso sempre inferior.

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Fotos: Cervélo // Scott // Trek // Tour de France


Artigo redigido por José Escotto e editado por Jorge Lopes. Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através deste formulário.

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