Tadej Pogacar, amplamente considerado o melhor ciclista da atualidade e uma referência da sua geração, voltou a abrir a janela para os bastidores da sua preparação. O campeão do mundo explicou, em entrevistas recentes, quais os treinos que considera mais desafiantes e o que o continua a motivar numa carreira já marcada por conquistas históricas.

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Em declarações ao podcast Fuglsang i Feltet, do meio dinamarquês Feltet, Pogacar admitiu que não aprecia sessões de treino com múltimos sprints curtos. “Não gosto de fazer muita coisa explosiva. Quando o treinador coloca apenas rolar e dez sprints no início e dez no final, esse é o pior treino”, confessou o esloveno, sublinhando, no entanto, que cumpre tudo o que é necessário para manter o rendimento no máximo.

Apesar do currículo impressionante, Pogacar afirmou que a sua principal motivação não são os resultados, mas a constante procura de evolução. Em entrevista a um veículo italiano, reforçou essa ideia: “Há uma coisa que me motiva mais do que qualquer outra: ver até onde me consigo superar para melhorar. Treinos, corridas, tudo. Encontrar novas formas de avançar e manter-me no topo. Em resumo, ser a melhor versão de mim próprio.”

Os treinos de inverno também já não são sinónimo de menor intensidade no ciclismo de elite. O companheiro de equipa Nils Politt revelou, no podcast Ulle and Rick, que as sessões da UAE Emirates podem atingir valores idênticos aos registados em clássicas como a Volta a Flandres. “Lembro-me de um treino no ano passado em que os números eram exatamente os mesmos da Flandres, onde terminei em terceiro. E isso foi apenas treino”, afirmou o alemão.

Ainda assim, Pogacar prefere um estilo mais contínuo e menos agressivo quando treina no inverno. “Adoro estar na zona 2 durante 5 a 6 horas, sobretudo quando estou sozinho. Fazer um circuito longo, manter a potência alta, chegar a casa cansado, mas satisfeito. Passa-se o dia a pedalar rápido e sente-se muito bem por isso”, explicou.

Para as clássicas faz o seguinte: “Zona 2 durante 2-3 horas, 1-1.5 atrás da moto, seguido de um esforço violento na hora final”.

Este tipo de sessões prolongadas é essencial para preparar monumentos com mais de seis horas de duração e, sobretudo, para edificar a capacidade de recuperação exigida nas grandes Voltas. Para ciclistas focados na classificação geral, como Pogacar, estes treinos de resistência são fundamentais para suportar o ritmo elevado das etapas consecutivas.

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Crédito da imagem: UAE Team Emirates/X

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