A temporada de estrada está a terminar – ainda que restem alguns eventos, incluindo a Volta a Guangxi, na China – é altura de fazer balanços. E um dos protagonistas da modalidade ao nível do WolrdTour que não passam sem elaborar uma completa resenha da época é Patrick Lefevere, o carismático e assertivo, muitas vezes polémico, diretor geral da Soudal Quick-Step.

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Com 33 vitórias e o 3º lugar no ranking de equipas da UCI, o ano de 2025 continuará a ser um sucesso para a equipa belga, apesar de um novo fracasso nas clássicas da primavera, outrora o principal foco da formação, compensado pela senda vitoriosa de Tim Merlier (16 triunfos) e principalmente pelas prestações da superestrela Remco Evenepoel. O líder indiscutível da Alcateia, assim se autodenomina a Soudal Quick-Step, concluiu a sua extraordinária temporada no passado domingo com o segundo lugar na Volta à Lombardia.

“Saímos de um inverno difícil e depois Remco Evenepoel caiu e partiu a clavícula, o que ainda causou mais danos do que pensávamos. Teve de se apressar-se para estar em forma para o Dauphiné, onde se saiu muito bem. Passou esse tempo a fazer o que era preciso para chegar no auge da forma ao Tour de França, onde durante três semanas não teve um dia mau. Venceu o contrarrelógio, terminou em terceiro da geral, conquistou a camisola branca [melhor jovem], foram 20 dias a subir ao pódio”, começou por descrever Lefevere.

“E depois sagra-se bicampeão olímpico e campeão mundial de contrarrelógio. Portanto, é bom”, resumiu o chefe da Soudal, com satisfação.

Agora, com Remco previsivelmente garantido para 2025, a vontade dos responsáveis da equipa belga e do próprio jovem corredor é fazer com que este atinge patamares ainda mais elevados, com isso mais vitórias, e que continue a progredir, nomeadamente na montanha, para poder competir na Volta a França com Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard.

Mesmo que não esteja a ser exercida pressão desnecessária sobre Evenepoel, segundo Lefevere. “Se bem nos lembramos, eu disse que o objetivo com Remco era fazer o seu primeiro Tour em 2025. Já o fez em 2024 e só fará 25 anos em janeiro, por isso não se entre em pânico.

Venceu a Vuelta, teve de abandonar o Giro devido a covid… O seu objetivo são as três grandes voltas, mas entretanto ainda está a ganhar outras corridas, por isso não há problema”.

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Apesar dos rumores, é com a Soudal Quick-Step que Remco Evenepoel continuará a correr no próximo ano. “O problema é que as pessoas nunca me perguntaram. Ninguém me fez a pergunta. E penso que a Remco entendeu que esta era a casa da confiança. E sim, podemos progredir, mas temos de nos dar tempo.”

‘Se não me engano, Pogacar foi derrota por Vingegaard em 2023’

O dirigente belga recordou ainda a época extraordinária de Tadej Pogacar, que será, sem dúvida, ainda o homem a bater no próximo ano, “mesmo que não devamos fixar-nos no esloveno”, segundo Lefevere.

“Se não me engano, o Tadej foi derrotado no ano passado pelo Vingegaard. Ele é supertalentoso… e também simpático”, referiu Lefevere.

Do ponto de vista coletivo, Patrick Lefevere ficou encantado com o desempenho global da sua equipa. “Estamos em 3º ou 4º no ranking da UCI com um orçamento de 6º ou 7º”, destacou.

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Com quase 70 anos, Lefevere continua a ser uma das figuras emblemáticas do ciclismo mundial e ainda não se vê a retirar-se, ainda que já tenha dado a entender que não terá muitos mais anos no cargo na equipa do WorldTour. “É algo que criei. É o meu filho que tem agora 21 anos. E não vou deitá-lo no lixo. Quando eu já não estiver no ativo quero que este projeto continue. Para um projeto iniciado há 21 anos, ainda existir daqui a 20 anos, seria o maior elogio, mais do que as vitórias”, concluiu.


Créditos da imagem: LeTour Twitter – https://x.com/LeTour/status/1812775857015902355/photo/1

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