Três kms finais de etapa percorridos num circuito de grande prémio, em linhas de asfalto largos, curvas amplas e sem grandes desníveis de relevo. Tudo condições favoráveis para uma chegada ao sprint em pelotão compacto… Não propriamente! Pelo menos, nesta 4ª etapa do Tour 2023.

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Quedas, várias, em curva e em reta, desvios inusitados, um nervosismo generalizado. Caos que entrou pelos olhos de quem assistiu, certamente arrepiado!

Foi assim após um longo passeio de 182 km, a uma média horária relativamente baixa para o habitual num percurso quase todo plano, que o pelotão chegou ao circuito de Nogaro, onde se esperava que as condições fossem propícias para os velocistas espraiarem as suas capacidades, darem espetáculo. Sem incidentes.

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Mas rapidamente se viu que as condições vantajosas elevaram o nível de risco e a perigosidade da aproximação à meta. Com as reservas de energia em alta, os “comboios” das equipas dos sprinters meteram-se a velocidade vertiginosa, beneficiando da largura da pista. No entanto, as curvas largas sem referências de trajetória proporcionam excessos. Não há abrandamentos. Um teste à aderência dos pneus, como afirmou Neilson Powless, da EF Education EasyPost.

E foi então que começaram os toques e as quedas. Primeiro, a de Fabio Jakobsen, envolvido com um corredor da Lotto Dstny à entrada de uma curva. Depois, mais uma e outra, incluindo na reta da meta. Pelotão em frangalhos. O que motivou este improvável final tão caótico?

Após a chegada, Alexander Kristoff (Uno-X) defendeu aquela teoria, de que as quedas foram “provavelmente causadas pelo ritmo de corrida muito lento durante quase toda a etapa e as condições favoráveis a altas velocidades, acima de tudo em curva, propiciadas pelo circuito”.

Uma vez que nos centros de cidade ou nas estradas há curvas a 90 graus e rotundas que reduzem a velocidade. E que, apesar desses perigos, dos obstáculos urbanos, os corredores estão mais habituados a eles, têm uma melhor adaptação do que a uma pista de velocidade, apesar da sua grande largura, porque nestas não existem linhas separadoras das faixas de rodagem ou outros pontos de referência.

Peter Sagan discorda do norueguês. “Veja-se na etapa de Paris, na chegada aos Campos Elísios. Também rodamos a baixa velocidade a etapa toda e não há tantas quedas. Existem simplesmente corredores que cometem erros e isso causa quedas. Não escolhemos cair. É como é. São assim os sprints”, defendeu o eslovaco da TotalEnergies, que ultimamente tem caído bastante. Embora não esta terça-feira (classificou-se em 13.º).

Sagan disse mesmo que gostou da chegada neste circuito. E pelo risco… “Gostei deste final, foi muito perigoso e muito rápido! Teve quedas, mas é… sprint”. As quedas foram provocadas pelo circuito, perguntaram-lhe? “Não, houve quem caísse em linha reta. Não teve nada a ver com o circuito. É assim mesmo, são assim os sprints. São perigosos e alguns podem ser muito perigosos. Creio que o percurso era mais perigoso antes de se chegar ao circuito”, declarou.

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Imagens: Soudal-Quick Step Twitter

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