A equipa DSM confirmou que os seus ciclistas utilizarão os sistemas integrados e adaptativos de gestão de pressão dos pneus na Paris-Roubaix deste ano, o que lhes permitirá ajustar a pressão através de comandos instalados no guiador da bicicleta.

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Isto porque, na manhã da passada 2ªfeira, a UCI autorizou oficialmente essa tecnologia. Foi ainda no rescaldo da prova de XCO UCI de Petrópolis que, em comunicado de imprensa, o organismo confirmou que um produto/dispositivo específico, o Scope Atmoz, será permitido nas corridas de estrada.

A empresa holandesa Scope desenvolveu a tecnologia em colaboração com a equipa DSM com o objetivo de permitir aos ciclistas regularem a pressão dos pneus durante o movimento da bicicleta e em tempo real, sendo que tal envolve mesmo o encher e o esvaziar do pneu com uma simples ação num comando instalado no guiador. E isto em pneus tubeless.

O sistema utiliza um depósito de ar alojado no cubo/eixo da roda, depósito este que está ligado a válvulas mecânicas e a um pequeno tubo que estabelece relação com a jante e com o pneu. O referido comando no guiador permite assim ajustar eletronicamente a pressão dos pneus, bem como monitorizá-la com o ciclocomputador.

Autorizado em função do artigo 1.3.004 dos regulamentos da UCI, “o sistema de gestão da pressão dos pneus é controlado por botões no guiador e utiliza válvulas mecânicas para regular o fluxo de ar entre o depósito de ar e o pneu tubeless”. É isto que se pode ler no comunicado da UCI. “O sistema não altera a integridade estrutural da roda e não pode incluir partes móveis ou compressores”, acrescenta o documento.

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É provável que este sistema acrescente algum peso à roda. Contudo, pode gerar ganhos substanciais ao reduzir a resistência da rodagem num evento como a Paris-Roubaix, que tem pisos mistos e de diferentes exigências. Nesta corrida existem muitas partes com pavimento em mau estado, sendo que, nesses troços, os ciclistas poderão baixa a pressão dos pneus. Há um ano, a ciclista Lizzie Deignan venceu a (versão Femmes) da corrida com apenas 33 psi de pressão nos pneus…

Ou seja, se assim acontecer e depois o ciclista puder voltar a aumentar a pressão para rodar nas secções de asfalto normal, então aí sim se notarão ganhos a ter em conta. “Pode haver ganhos de até 30 watts na resistência à rodagem”, está explicado na página Web do sistema Scope.

De acordo com a regra UCI 1.3.006, para ser utilizado em provas profissionais, este sistema deve estar disponível comercialmente também para os ciclistas “recreativos”. E a Scope está a vender online a roda Scope Atmoz a um preço de 3.304 euros…

No ano passado foi colocado à venda um sistema similar, o Gravaá, destinado às vertentes gravel e BTT, sendo que também a White Crow lançou em 2015 uma solução do género, apesar de ser mecânica e não eletrónica.

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Mais info:


Fotos: Ilario Biondi (BettiniPhoto) // Bas Czerwinski (Getty Images) // Scope Cycling

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