Para a temporada de 2026, o sistema de acesso às Taças do Mundo de BTT torna-se ainda mais exigente, retirando margem para erros. E obriga as equipas a provarem em competição que merecem estar presentes em todas as etapas da Taça do Mundo.

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Enquanto os ciclistas atravessam o período de preparação focados na recuperação e na preparação física para uma época que arranca em Maio, as equipas vivem uma fase menos visível mas igualmente decisiva.

É agora que se percebe se o trabalho de uma temporada inteira foi suficiente para garantir o estatuto de WHOOP UCI Mountain Bike World Series Team e, com ele, o acesso a todas as provas do calendário.

Do estatuto elite a um sistema mais fechado

O novo modelo veio substituir o antigo conceito de equipas elite, introduzindo uma hierarquia mais clara e um percurso de progressão mais objetivo. Todas as estruturas são obrigadas a registar-se junto da UCI, estando classificadas como UCI Mountain Bike Team ou WHOOP UCI Mountain Bike World Series Team.

Em cada um dos dois grandes blocos competitivos (Endurance e Gravity) são atribuídos 20 lugares com estatuto World Series. Quinze desses lugares são ocupados pelas equipas melhor classificadas no ranking UCI de equipas, enquanto os cinco restantes são atribuídos através de wildcards válidos para toda a época.

O objetivo é claro: aumentar a competitividade média do pelotão e assegurar que cada prova reúne, de forma consistente, as melhores estruturas do momento.

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Como se constroem os rankings de equipas

O ranking UCI de equipas é calculado a partir dos pontos somados pelos quatro ciclistas mais pontuados de cada estrutura, sem qualquer distinção entre categorias.

Elites masculinos, juniores, sub-23 ou elites femininas entram todos na mesma equação, o que obriga as equipas a pensarem o seu projeto de forma global e não apenas centrada num único atleta ou disciplina.

Outro detalhe relevante é que apenas contam os resultados obtidos em finais, e que os pontos podem ser conquistados em qualquer prova registada pela UCI, não apenas nas rondas da WHOOP UCI Mountain Bike World Series.

Isto alarga o campo de competição e valoriza calendários bem planeados, em que provas fora do circuito principal podem ter um impacto decisivo no futuro da equipa.

Para a época de 2026, o ranking teve como data limite o dia 28 de Outubro de 2025, estabelecendo um corte claro e evitando ajustes de última hora.

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O fim das manobras de pré-época

Uma das alterações mais significativas introduzidas para 2026 prende-se com a forma como os pontos são atribuídos às equipas. Ao contrário do que aconteceu na transição para 2025, os pontos deixam de transitar com os ciclistas quando estes mudam de equipa.

Na prática, isto elimina a possibilidade de reforços estratégicos de última hora com o único objetivo de subir no ranking.

A consequência é direta, o estatuto World Series passa a refletir o desempenho coletivo ao longo de toda a temporada, e não a capacidade financeira ou negocial durante o mercado de transferências. É uma mudança que favorece projetos sustentáveis e penaliza estruturas dependentes de soluções imediatas.

Licenças mais longas para quem prova consistência

Outra novidade importante é a duração das licenças atribuídas. Para 2026, as equipas classificadas entre o primeiro e o décimo lugar do ranking recebem uma licença válida por dois anos, enquanto as equipas entre o 11.º e o 15.º lugar ficam limitadas a uma licença de apenas uma temporada.

Este detalhe introduz uma diferença clara entre quem domina de forma consistente e quem apenas consegue resultados suficientes para se manter no limiar do top 15.

Ainda assim, terminar nessa faixa não equivale automaticamente a alinhar à partida, as equipas têm de aceitar formalmente o convite e concluir todo o processo de registo junto da UCI.

Wildcards e outras formas de chegar à linha de partida

Com três quartos das vagas World Series atribuídas através do ranking, os restantes lugares são preenchidos por wildcards de época completa, decididos em conjunto pela UCI e pela Warner Bros. Discovery Sports.

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Estas escolhas permitem alguma flexibilidade estratégica, sem comprometer a lógica meritocrática do sistema.

Para além disso, continuam a existir wildcards atribuídos prova a prova e a possibilidade de entrada direta através do ranking individual dos ciclistas, garantindo que talentos emergentes ou situações específicas não ficam automaticamente excluídos.

No conjunto, este novo processo de qualificação representa uma mudança profunda na forma como se acede ao topo do BTT mundial. Menos espaço para atalhos, mais peso nos resultados e uma hierarquia mais transparente.


Mais informações:
https://www.ucimtbworldseries.com
Crédito das imagens:
UCI, Oquo, Lazer

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