Num ambiente ainda experimental e com o selo do seu laboratório interno de inovação, a BMC está a testar um novo conceito de bicicleta de BTT XC com rodas de 32 polegadas, uma dimensão de roda que promete levantar debate no mundo do BTT.

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O projeto, batizado de Project Fahrenheit, surgiu da curiosidade técnica da equipa de engenharia da marca suíça, e tem como ponto de partida foi uma BMC Fourstroke em carbono, tamanho M.

Para dar espaço às rodas maiores, a equipa do Impec Lab desmontou parcialmente o quadro original e reconstruiu zonas críticas como o tubo de direção, o eixo pedaleiro e as escoras traseiras, recorrendo a peças maquinadas em alumínio. O objetivo: manter o comportamento da geometria original, mas adaptado à nova roda.

Estas peças foram desenhadas, fresadas e coladas diretamente ao carbono do quadro original. Até a direção e o avanço foram redesenhados de raiz, com uma solução invulgar que fixa o guiador acima e abaixo do tubo de direção, permitindo compensar o aumento do stack provocado pelas rodas maiores.

Componentes adaptados

Para viabilizar o protótipo, foram utilizados aros e pneus 32” feitos à medida, neste caso versões ainda sem marca visível, uma forma de contornar contratos de patrocínio.

A Maxxis já terá moldes prontos para pneus 32 x 2.4″, e outras marcas como a Pirelli e a Duke também parecem estar a preparar modelos para este novo formato.

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Para a suspensão dianteira, a BMC optou por modificar uma suspensão DT Swiss, adicionando extensões nos dropouts que aumentam o comprimento total sem alterar o offset.

O protótipo foi levado para Andorra recentemente, onde foi testado no mesmo circuito utilizado para as provas da Taça do Mundo de XCO. Ali, alguns ciclistas da BMC, com especial atenção para Titouan Carod, da BMC Factory Racing, puderam fazer voltas comparativas com versões 29” e 32” montadas com especificações idênticas, à exceção do tamanho das rodas.

Segundo os engenheiros da marca, os primeiros testes apontam para um ganho de tração em zonas técnicas, especialmente nas secções com raízes ou piso irregular.

A roda traseira maior também parece oferecer mais sustentação quando a suspensão está próxima do fim de curso, algo particularmente relevante em descidas mais agressivas, explica a marca.

Apesar do investimento, a BMC é clara ao afirmar que não existem planos imediatos para produzir uma Fourstroke com rodas de 32”. O projeto está centrado exclusivamente na fase de avaliação: perceber se os benefícios compensam os desafios em termos de geometria, controlo, e sobretudo disponibilidade de componentes.

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Crédito das imagens: Maxime Schmidt

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