Mathieu van der Poel venceu a Milão-Sanremo 2025, uma das edições mais espetaculares da Classíssima. O neerlandês, já vencedor do primeiro Monumento da temporada em 2023, bateu Filippo Ganna, segundo classificado, e Tadej Pogacar, terceiro, num longo e poderoso sprint na célebre Via Roma. Um espetáculo de ciclismo!
Antevia-se e confirmou-se. Pogacar e a UAE Emirates atacaram logo na Cipressa, e desde o sopé. Mas não correu como planeado – como admitiu o diretor geral da equipa dos Emirados, Mauro Gianetti -, porque Isaac del Toro entrou mal posicionado e nunca esteve em condições de render os seus companheiros no trabalho de lançar o ataque do seu líder. Com este, apenas o sempre fiável Tim Wellens e Jhonatan Narvaez…
🔻 Breathtaking. Possibly the greatest 1000m we’ve seen on la Via Roma.
🔻 Mozzafiato. Forse il più grande 1000m che abbiamo visto sulla Via Roma.
⏪ The @continentaltire Ultimo Kilometro ⤵️#MilanoSanremo presented by @CA_Ita pic.twitter.com/u6E2ZMt5ZX
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Assim, depois de o belga ter estilhaçado o pelotão nos primeiros três quilómetros da Cipressa e do equatoriano tê-lo limitado a um pequeno grupo, Pogacar teve, certamente, de antecipar o ataque ou ter de o fazer menos forte do que se tivesse ido mais tempo na roda dos colegas.
🔥 POGI GOES! Only 🇳🇱 Mathieu van der Poel and 🇮🇹 Filippo Ganna can follow!
Also, the trio climbed la Cipressa in 8’45”. #MilanoSanremo presented by @CA_Ita pic.twitter.com/ZOqymAmAsM
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Mas o golpe do esloveno foi potentíssimo e só Mathieu van der Poel, Filippo Ganna e durante algumas centenas de metros Romain Grégoire, que depois cedeu, conseguiram resistir-lhe na roda. O próprio Ganna deslocou duas vezes e esteve praticamente a quebrar, mas recuperou quando Pogacar aliviou o ritmo e Van der Poel não deu seguimento à mesma intensidade.
Assim, o italiano da Ineos cruzou o alto da Cipressa com o duo. E já com o pelotão a mais de 30 segundos, definitivamente arredado da luta pela vitória… e até pelo pódio. Porque na descida e na ligação ao Poggio a vantagem do trio aumentou para cerca de 50 segundos.
HE GOES AGAINNNNNN #MilanoSanremo presented by @CA_Ita pic.twitter.com/SbtqVTerNy
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Então, logo às primeiras da derradeira subida da corrida Pogacar voltou ao ataque, e fortíssimo, com Ganna desde logo a ceder e Van der Poel a agarrar-se sem vacilar. No entanto, o campeão do mundo já não teve a energia revelada na Cipressa e o neerlandês agradeceu, chegando mesmo a contra-atacar e a fazer o esloveno passar alguns sobressaltos para fechar o espaço até ao cume.
🔥 Tadej tried to drop Mathieu
🔥 Mathieu tried to drop TadejStatus Quo at the top. #MilanoSanremo presented by @CA_Ita pic.twitter.com/tB09GBkLy9
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Aqui, Filippo Ganna passou com 15 segundos de atraso e depois de uma descida vertiginosa o italiano e de uma perseguição empolgante, conseguiu alcançar a dupla da frente à entrada do último quilómetros, em condições de disputar a vitória ao sprint.
Neste Mathieu van der Poel, ao antecipar-se, lançando-se de longe (cerca dos 300 metros), não mais foi alcançado até à meta e triunfou à frente de Ganna e de Pogacar, que repete a posição de 2023, e conquistou o sétimo Monumento na sua carreira: três Voltas à Flandres, duas Milão-Sanremo e duas Partis-Roubaix. Que palmarés!
O pelotão chegou 43 segundos depois do trio, liderado pelo australiano Michael Matthews, que foi segundo na edição do ano transato, atrás de Jasper Philipsen, um dos primeiros candidatos a ceder ainda na Cipressa.
Van der Poel: ‘Difícil de acreditar’
Após a conquista de mais um monumento, Van der Poel não conteve a satisfação de vencer uma corrida tão exigente. “Difícil de acreditar… O Pogacar estava muito forte. Senti-me bem na fase final. O início foi terrível, com o frio e a chuva. Pogacar foi o mais forte, na Cipressa esteve incrível. Ele tentou fazer a diferença, mas consegui resistir”.
“No Poggio também se senti bem e mantive-me com o Tadej, e ainda contra-ataque, mas esteve respondeu bem”, explicou.
“Fiz um longo sprint, acho que surpreendi aos 300 metros, creio que que foi a decisão mais correta. Ganhar a Milão-Sanremo é especial, estão cá tantos bons corredores. Sim, estou a muito feliz”, conclui o neerlandês da Alpecin-Deceuninck.
Pogacar: ‘Subidas são curtas’
Por seu turno, Tadej Pogacar era a expressão do desapontamento, após a quinta tentativa frustrada de vencer uma das poucas grandes corridas que ainda não conquistou.
“Não deu, voltou a não ser possível. Tentei tudo, bem o meu melhor, senti-me muito bem! A equipa esteve muito bem, fez um trabalho perfeito. As subidas teriam de ser mais longas para fazer a diferença. Enfim, felicito Van der Poel, porque foi o mais forte no final”.
Crédito da imagem: Milano-Sanremo Twitter – https://x.com/Milano_Sanremo/status/1903477657762779189/photo/1