A Volta a Espanha 2023 arranca já amanhã, sábado, e com um elenco de luxo à partida, tanto a nível internacional como ao nível da representação portuguesa nesta prova espanhola de três semanas.

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O arranque acontece em Barcelona e a 17 de setembro termina em Madrid, como é habitual, após 21 etapas que compõem um percurso total de 3153.8 kms de extensão. Entre estas 21 tiradas, estas cinco mais abaixo são aquelas que achamos que podem “animar” as contas da classificação geral da 78ª edição da prova.

Resumidamente, este ano temos:

  • 4 etapas planas;
  • 2 etapas planas, mas com final em alta altitude;
  • 6 etapas de média montanha;
  • 7 etapas de montanha;
  • 1 etapa de contrarrelógio por equipas;
  • 1 etapa de contrarrelógio individual;
  • 2 dias de descanso;
  • Vencedor 2022: Reemco Evenepoel.

Etapa 1: Barcelona – Barcelona (14,1 kms)

A primeira etapa é o contrarrelógio por equipas a decorrer na cidade de Barcelona. Daí constar nas cinco etapas que podem ser decisivas, porque um mau arranque aqui pode sair caro nesta “dura” Vuelta…

O percurso de 14,1 kms pode não parecer extenso, e não o é, mas analisando de forma mais atenta percebemos que contém alguns pontos nos quais a técnica (e a ambição…) vão ser pontos fulcrais para se extrair o melhor tempo possível. Cuidado com as viragens!

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Com equipas mais “oleadas” e habituadas a trabalhar neste tipo de competição, como é o caso da favorita Jumbo-Visma, este pode ser o palco ideal para obter vantagem sobre as equipas adversárias logo no primeiro dia.

Etapa 3: Súria – Arinsal, Andorra (158,5 kms)

É verdade, das cinco que elegemos duas são logo ao início. Mas, com um final de características bastante duras, é impossível esta etapa não constar na lista! Os 158 kms deste dia são praticamente sempre em ascensão, com os ciclistas a enfrentarem aqui duas subidas que os levam aos 2.000 metros de altitude… Logo à terceira etapa!

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A primeira grande dificuldade, Coll d’Ordeno, tem uma pendente média de 7,7%, com zonas de 10%, isto em 17 kms de subida. Mas após ultrapassarem esta subida, que os leva aos 1.980 metros de altitude, a descida vai ser feita a ritmos elevados, até entrarem na subida final para Súria.

A subida de Súria, embora tenha a mesma pendente média que o Coll d’Ordeno, é muito mais curta, com apenas 8,3 kms de extensão, o que implica que grande parte da subida seja feita a 12/13% de inclinação…

A condição física pré-prova vai ser essencial, porque quem não se apresentar a 100% pode logo aqui perder muito tempo, ao terceiro dia de competição.

Etapa 13: Formigal, Huesca la Magia – Col du Tourmalet (135 kms)

Sim, são apenas 135 kms de extensão, mas que acomodam uns “míseros” 4.000 metros de desnível positivo. A etapa começa imediatamente a subir o Portalet, subida essa que tem 4,4 kms de extensão com uma média de 5,4% de inclinação.

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Após a descida, os ciclistas enfrentam duas grandes dificuldades antes de alcançarem aquela que será a derradeira subida do dia: o Tourmalet. Portanto, antes de aqui chegaram passam por Col d’Aubisque e pelo Col de Spandelles, com pendentes médias acima dos 7 e 8%, respetivamente.

Tourmalet

Esta será uma etapa com espetáculo garantido, e que tem potencial de decidir, ou reduzir, quem realmente irá lutar pela camisola vermelha em Madrid.

Etapa 17: Ribadesella/Ribeseya – Altu de L’Angliru (124,5 kms)

E aqui temos o retorno de uma das míticas subidas mundiais: o Altu de L’Angliru! O problema, ou neste caso, problemas, são as duas impactantes subidas que os ciclistas têm de ultrapassar antes: o Cordal e a Colladiella, com pendentes médias de 9,2 e 7,1%, respetivamente.

No final espera-se que os homens da geral ainda estejam juntos e que as suas forças sejam poupadas para a subida final do L’Angliru. Esta autêntica “parede” tem 12,4 kms com uma pendente média de 9,9%, com zonas de 22 e 24% de inclinação…

Será certamente um dia decisivo nas contas para a classificação geral, que o digam Gilberto Simoni, Roberto Heras, Alberto Contador e Hugh Carthy, antigos vencedores da mítica subida.

Etapa 20: Manzanares El Real – Guadarrama (208 kms)

A etapa 20 é a mais longa desta 78ª edição da Volta a Espanha, e certamente que é a última oportunidade para lutar pela vitória final. É também uma das mais duras, com a altimetria a passar dos 4.000 metros de desnível positivo, apesar de não conter nenhuma contagem de montanha de primeira categoria, apenas de terceira.

O desfecho do dia será imprevisível, o traçado não permite “pausas”, pelo que a corrida será animada, sobretudo se alguma equipa da geral tiver a ousadia de fazer uma etapa do estilo “armadilha”. Esperemos que aqui as diferenças entre os demais não sejam já demasiado grandes…

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Imagens: Vuelta a Espanha

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