Pela primeira vez numa etapa de montanha com final em alto neste Giro, Tadej Pogacar ficou quieto no grupo principal e deixou a sua equipa sossegada, sem ter de trabalhar para controlar a fuga e permitir que o esloveno lutasse pela vitória.

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Mas isso quer dizer apenas que, até ver, o camisola rosa está a cumprir o que afirmou no dia de descanso, na véspera desta 10.ª etapa na terça-feira, a primeira da segunda semana da Volta a Itália: “passar mais à defensiva”, como o próprio disse, sem necessidade de “superar os limites” e sempre o pensamento no Tour, que fará de enfiada, e será conveniente não gastar energia desnecessariamente.

Mas isso não quer dizer que o líder da UAE Emirates esteve satisfeito com essa nova e mais conservadora abordagem à corrida. Aliás, deve considerá-la entediante. Por sua vontade, e logo tivesse as pernas que geralmente tem, estaria sempre ao ataque, a lutar por vitórias. E não longas horas nas rodas dos seus companheiros de equipa, a ritmos baixos em montanha, como o que se viu na aproximação à subida final na última etapa.

A prova de que Pogacar está meio contrariado, foram as suas declarações no final desta etapa, que terminou no alto de uma contagem de 1.ª categoria, onde chegou a mais de 3 minutos do vencedor. “Desta vez deixámos a fuga ganhar muito avanço e assim pela primeira vez todos ficaram satisfeitos”, disse na entrevista rápida.

O líder da classificação geral, com 2.40 minutos de vantagem sobre o segundo classificado, respondia à críticas apontadas à sua equipa em recente etapa, por Romain Bardet, que acusava a formação Emirates de manter a fuga sempre a uma distância que mantinha em constante ameaça e isso levava a que os seus integrantes sentissem os seus esforços vãos…

Bardet, que voltou a integrar a fuga, e desta vez, beneficiou de a UAE não ter perseguido. Embora não tivesse conseguido vencer a etapa, como era o seu principal objetivo, recuperou substancialmente na classificação geral, para a 7ª posição, a 4.57 minutos de Pogacar – que não, ao contrário do que dissera antes do Giro, já não vê o francês como um adversário a ter em conta: “Não o vejo como uma ameaça. Se lhe dermos uma vantagem de 10 minutos, então, sim será”, disse o esloveno.

A finalizar, Pogacar lançou mais uma farpa, agora talvez a espicaçar os seus rivais a animarem a corrida por ele, assim motivando (e justificando) a sua resposta, quando disse que o italiano da Bahrain, Antonio Tiberi, foi o único que, até ao momento, ousou atacá-lo…

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Pogi quer mesmo que haja festa… E nós agradecemos. O pior é que, se decidir voltar a carregar nos pedais, surja quem não aprecie tanto a sua corrida… à parte.


Crédito da imagem: UAE Emirates Twitter – https://twitter.com/TeamEmiratesUAE/status/1790441382278017343/photo/2

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