Quando uma bicicleta de estrada custa mais de 5.000 euros – no caso desta nova incrível Trek Madone SL 7 Gen 7 aqui em teste, 7.149 euros -, o que é imperativo que tenha? Que sensações tem de proporcionar? Mais crucial ainda: que performance tem de “entregar”?

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As respostas são simples e resumem-se ao seguinte: tem de ser uma bicicleta fora de série e com a qual nos sintamos a “voar”. Confessemos, então, que é o que sentimos aos comandos desta Madone de 7ª geração, que foi desenvolvida a pensar na competição. Ponto final.

Bem, não é bem ponto final, pois este nosso teste está apenas a começar; se não tiveres “paciência” para ler tudo até ao fim (prometemos que vale a pena…), podes também ver a vídeo-review acima.

“Se desejas uma bicicleta com performance, aerodinâmica e exclusiva, então a Madone SL 7 foi concebida para ti”, diz a Trek. Temos de concordar que assim é, tal como acontece com modelos topo de gama de outras marcas, refira-se. 

Hoje, o nível de desenvolvimento nas bicicletas das grandes marcas está num patamar fantástico; e depois existem fabricantes que, além de terem um historial de competição muito grande, conseguem surpreender com o know-how e com a tecnologia.

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Trek Madone Gen 7: The making of the ultimate race bike

Era aqui que queríamos chegar, pois esta Madone SL 7 distingue-se precisamente pelo IsoFlow, a tecnologia bem vísivel no quadro da bicicleta e que leva a Trek a afirmar que esta é o seu modelo mais rápido de sempre.

A Trek Madone e o IsoFlow

Todo o quadro da Madone foi de novo revisto à luz do conceito IsoFlow, que está bem patente na colocação dos tubos superiores do triângulo traseiro mais para a frente, o que faz com que o espigão de selim se encontre mais atrás e seja suportado apenas pelo top tube.

Assim, esta secção fica com o aspeto de um losango e possibilita uma controlada flexão do espigão. Diz a Trek que isto aumenta o conforto e assegura uma rigidez superior na roda traseira, para uma melhor performance. E também há um aumento na aerodinâmica.

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Na prática, isto nota-se? Não é fácil dizer categoricamente que sim quando uma bicicleta está a este nível, pois sentimos efetivamente que se trata de uma grande “máquina”, que nos faz andar depressa e sentir bem em todos os momentos.

Mas acreditamos que o IsoFlow contribui muito para isso, pois esta é uma bicicleta confortável (apesar de nos manter sempre numa posição agressiva e de corrida, por assim dizer), que nos “deixa” andar muitas horas sem queixas e ainda nos faz sentir prazer e alguma vaidade, confessamos.

Sublinhamos ainda que todos os aprumos feitos em torno do IsoFlow neste quadro de 7ª geração fazem com que a bicicleta tenha sofrido uma redução de peso significativa, rondando um total 8 kg, isto no tamanho 56. Com pedais e bidons fica com um pouco mais na balança.

Carbono OCLV 500 Series

Não é topo de gama, mas parece (e anda lá muito perto a todos os níveis). Falamos do tipo de carbono que a marca usa no quadro, o OCLV 800 Series, e também nos muitos periféricos que compõem a bicicletas. Ah, e nas rodas, também. Já lá vamos.

O quadro não tem um único cabo à vista na estrutura principal e na zona do guiador, como seria de esperar, e toda a otimização “esculpida” ao longo das várias gerações da bicicleta faz com que seja confortável e ao mesmo tempo compacto e ergonómico, por assim dizer.

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Excelentes sensações sempre que estamos em contacto com esta Trek, assim, até porque em torno do quadro o que não falta são elementos que ajudam a colocar a bicicleta num patamar de qualidade e desempenho elevado.

Componentes Bontrager

O carbono “segue” o quadro até vários outros itens que são determinantes numa bicicleta. A começar pelas rodas… Esta Madone vem “vestida” a preceito com umas belas rodas Bontrager Aeolus Pro 51 em carbono OCLV. Perfil alto, dinâmicas e bastante rígidas, tornando a bicicleta mais leve. Atenção apenas aos dias em que o vento lateral está mais forte…

A acompanhar, nada a dizer dos pneus, que cumprem a sua missão sem sobressalto. São uns Bontrager R3 Hard-Case Lite nas medidas 700 x 25 mm.

Mas há ainda outro “trunfo” em carbono que se distingue nesta Madone: o cockpit. E dizemos cockpit porque é o sistema Bontrager RSL Aero, que combina guiador e avanço de uma forma bastante equilibrada, sem dúvida, bem ao estilo do que a gama RSL faz no catálogo da Trek.

Já enaltecemos este periférico antes, pelo que agora foi o confirmar do quanto este cockpit Bontrager RSL Aero com flare é ergonómico e permite uma aderência perfeita das mãos. Uma nota para o facto de acharmos o guiador um pouco estreito demais, talvez um centímetro a mais de cada lado fosse mais favorável ao conforto em geral…

‘Prazer’ na transmissão

Um conjunto eletrónico é sempre algo bem-vindo em qualquer bicicleta de estrada, e é o que acontece nesta Madone SL 7, que vem equipada com a fiável e reconhecida transmissão Shimano Ultegra Di2 R8100 com tecnologia HyperGlide+.

Um sistema que assegura um manuseio extremamente preciso mesmo em carga superior ou esforço máximo. Admitimos que a eficácia do Di2 é excelente, desde o tacto à rapidez na mudança, e ainda permite afinar a transmissão a gosto através da app para smartphone E-Tube da Shimano, muito intuitiva.

Com um pedaleiro 52/36t e cranques de 172,5 mm, 12 velocidades e uma cassete 11/30t, a relação parece-nos ser a ideal para uma utilização polivalente como aquela a que se destina a bicicleta.

Mesmo em longas descidas notamos um travar constante e imediato.

Em relação ao sistema de travagem, nada a apontar; apenas o excelente tacto a que os Shimano Ultegra já nos habituaram, com comprovada fiabilidade e nunca apresentando sinal de “fadiga” que possa influenciar ou condicionar o resultado da travagem.

Comportamento na estrada

A Madone SL 7 não passa despercebida e dá muito prazer a quem a utiliza. E é bastante polivalente, como referimos acima. Muitos ciclistas que apontam à performance e têm como metas bater os seus próprios KOMs por vezes queixam-se que as suas bicicletas são demasiado “duras” e provocam dores de costas, por exemplo.

Por outro lado, os donos de bicicletas de endurance queixam-se que as suas “máquinas” deviam ser mais reativas quando é hora de colocar força nos cranques e andar mais depressa…

Atendendo a esta realidade, digamos que a Madone SL 7 desta 7ª geração consegue tornar melhor estes dois “mundos”. A Trek concebeu aqui uma bicicleta rápida e ao mesmo tempo confortável, em que rolamos rápido e com o máximo prazer.

Ao mesmo tempo, a bicicleta é esteticamente muito apelativa.

Esta é uma Trek de competição, leve e aerodinâmica. Sobe que nem uma pena, adora falsos declives. Haja pernas para a colocar no patamar em que ela própria gosta de se sentir…

Ficha técnica da Trek Madone SL 7 Gen 7:

Quadro: Carbono OCLV 500 Series, tubos com perfil KVF (Kammtail Virtual Foil) // Forqueta: Madone KVF full carbon // Fita: Bontrager Supertack Perf // Avanço: Trek RCS Pro // Espigão: Trek Madone IsoFlow carbono OCLV // Guiador: Bontrager RSL Aero, carbono OCLV // Pneus: Bontrager R3 Hard-Case Lite, 700 x 25 mm // Rodas: Bontrager Aeolus Pro 51, Carbono OCLV // Transmissão: Shimano Ultegra R8150 Di2 (cassete: Shimano Ultegra R8100, 11-30, 12x; desviador: Shimano Ultegra R8150 Di2; corrente: Shimano XT M8100, 12x; pedaleiro: Shimano Ultegra R8100, 52/36; manetes: Shimano Ultegra R8170) // Travões: Shimano Ultegra (discos de 160 mm) // Selim: Bontrager Aeolus Comp // Peso: 8 kg (no tamanho 56) // Preço: 7.149 euros

Mais info:

Todas as fotos (clica/toca para aumentar):

Pormenores (clica/toca para aumentar):

Neste teste:

  • Texto e teste: Nuno Margaça
  • Fotos e vídeo GoRide: Jorge D. Lopes
  • Rider em ação: Nuno Margaça
  • Outros vídeos: Trek

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