Cinco meses depois de ter sofrido a gravíssima queda no sprint final da primeira etapa da Volta à Polónia de 2020, o holandês Fabio Jakobsen, da Deceuninck-Quickstep, deu a sua primeira conferência de imprensa desde o acidente, durante o estágio que a sua equipa está a realizar em Espanha.

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“É difícil descrever em palavras, mas para mim já é algo inqualificável estar de regresso aos trinos com a equipa”. Foi deste modo que Jakobsen abriu a conversa com os jornalistas. “[A queda] foi uma das piores experiências que tive na minha vida e nas semanas seguintes, mas o que mais importa, agora, é estar de volta, isso deixa-me extremamente feliz”, reforçou o corredor holandês.

Fabio Jakobsen (à esq.), no momento em que é empurrado por Dylan Groenewegen, no sprint da 1.ª etapa da Volta à Polónia 2020 (Foto Tomasz Markowski)

Jakobsen não consegue prever quando poderá voltar à competição, porque terá de se submeter a um procedimento clínico para ser-lhe colocados implantes dentários, mas diz-se otimista em relação à possibilidade de voltar às corridas ainda esta temporada.

“Já estou de volta à bicicleta! Gostaria de te dar uma data, mas a única data que posso dar como certo é a de fevereiro, quando terei a minha próxima cirurgia. Veremos como corre e depois…. se ficar tudo bem, então, talvez um ou dois meses depois possa competir novamente. Se houver complicações, terei de adiar. Mas espero que seja o mais rápido possível. É isso que qualquer atleta deseja quando tem uma lesão”.

Para o jovem de 24 anos, a recuperação tem sido extraordinária. Menos de meio ano apenas da violentíssima queda sofrida à chegada a Katowice, em consequência de ter sido apertado (empurrado) contra as barreiras, a alta velocidade, por Dylan Groenewegen, da Jumbo-Visma. Jakobsen colidiu na estrutura de metal do arco de meta, antes de cair sobre um comissário da UCI que se encontrava atrás das barreiras.

O corredor holandês de 24 anos há cerca de um mês, na sua primeira aparição pública após o acidente

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Jakobsen descreveu os ferimentos que quase lhe custaram a vida: “traumatismo com fratura craneo-encafálica. Fratura do nariz e do palato, este último rasgado. Perda de dez dentes e partes do maxilar superior e inferior fraturadas. Golpes profundos no rosto e numa orelha. Um polegar partido. Contusão no ombro e num pulmão. E o nervo das cordas vocais rasgado”.

“Neste momento, estou a andar de bicicleta de novo. Estou a treinar com os rapazes aqui. Ainda nem todas as voltas que a equipa faz são para mim e às vezes faço um atalho para o hotel, mas a sensação em cima da bicicleta é boa”, contou Jakobsen.

Durante o tempo que esteve parado, outro velocista emergiu Deceuninck-Quickstep: Sam Bennett, que conquistou a camisa verde e duas vitórias em etapas no último Tour. Mais recentemente, o ciclista no ativo com mais vitórias em etapas da grande competição francesa, Mark Cavendish, juntou-se à equipa.

“Estou na equipa com o melhor velocista do Tour de França do ano passado e o melhor velocista do Tour de todos os tempos. É uma grande motivação que eles também me apoiem”, assumiu Jakobsen.

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