Como a fisionomia da mulher é diferente da do homem, é lógico pensar que as dimensões (e as características) de uma bicicleta devem ser diferentes para cada género, certo? Analisemos então este “raciocínio” aplicado a versões específicas de bicicletas para mulheres… Em três diferenças importantes e três pontos que cada bike deve contemplar.

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Há alguns anos, devido a uma espécie de boom das bicicletas, muitas marcas de bicicletas fizeram um esforço e adaptaram o seu trabalho para passarem a disponibilizar modelos específicos para mulheres.

Ou mesmo para lançarem marcas “irmãs” das que já tinham, mas exclusivamente para mulheres. No entanto, será que este crescimento não sofreu recentemente uma redução de “esforço? Estagnou, de certa forma? Há menos opções no que toca a bicicletas para mulheres? Talvez se possa dizer que sim…

Também nos questionamos se o facto de as marcas não terem introduzido mais modelos femininos ao longo do tempo responde única e exclusivamente a um factor económico. Isto porque não se vendem numa quantidade tão grande.

Ou, por outro lado, será que se conclui que não são efetivamente necessários? Vamos analisar a questão. Vejamos as características de alguns quadros e também diferentes “exigências” associadas à anatomia da mulher. Isto para chegarmos à conclusão, em nosso entender, que são necessárias bicicletas específicas para mulheres.

Bicicletas para mulheres: o que torna uma mulher e um homem diferentes?

Uma mulher e um homem têm uma fisionomia diferente, o que à primeira vista nos leva a pensar que as necessidades de cada um conduzem a diferentes características nas bicicletas.

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De certa forma, uma mulher e um homem da mesma altura podem diferir no seguinte:

1. Relação tronco-perna

Os homens costumam ter uma relação tronco-perna diferente das mulheres: estas costumam ter pernas mais longas que os homens e, consequentemente, um tronco mais curto.

2. Distâncias diferentes

A particularidade anterior faz com que as mulheres, em comparação, tenham braços mais curtos que os homens, bem como uma distância menor entre os ombros.

3. Quadris

Também temos que ter em conta que as mulheres têm quadris mais largos quando em comparação com os homens, de uma forma geral.

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E estas diferenças morfológicas, quando falamos em bicicletas, traduzem-se em quê?

Regra geral, o tamanho de uma bicicleta está relacionado com o comprimento da perna do utilizador/ciclista; com base nessa medida e na altura total, é determinada a geometria da bicicleta.

Se tomarmos as dimensões de um homem como padrão, há dimensões do quadro que não corresponderiam perfeitamente à anatomia das mulheres.

Como já mencionámos, se a mulher tem pernas mais longas e um tronco e braços mais curtos, bem como uma largura maior de quadris, é lógico pensar que haverá medidas da bicicleta que, sendo pensadas para o homem, não “encaixam” no corpo da mulher. E vice-versa.

Existe hoje um número significativo de bicicletas que indicam o tamanho na ficha técnica como sendo unissexo. Sendo assim:

  • Estas bicicletas são boas para os homens e não para as mulheres? Ou são boas para mulheres e não para homens?
  • Estas bicicletas são anatomicamente adequadas a mulheres e homens?

Temos quase a certeza que essas bicicletas unissexo, bem como as suas montagens, são concebidas tendo em conta os padrões masculinos…

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Depois de atentarmos nas diferenças entre mulheres e homens, podemos assim tirar conclusões sobre as particularidades que as bicicletas para mulheres devem ter:

1. Reach e front-center

Um tamanho feminino com base no comprimento da perna implicaria uma montagem masculina bem maior, o que não permitiria que a ciclista se posicionasse confortavelmente.

Isto significa que uma bicicleta específica para mulheres deve ter um reach e um front-center mais curto, ou menor.

2. Guiador e avanço

Como também já mencionámos, as mulheres, por norma, têm os braços mais curtos e a largura entre os ombros é menor; logo, numa bicicleta feminina não se deve instalar um guiador extremamente largo ou um avanço relativamente longo.

3. Selins mais largos

Uma largura de quadris maior torna necessário instalar selins um pouco mais largos. É verdade que em disciplinas em que é necessária mais liberdade de movimentos, como o trail ou o enduro, a norma é termos selins bastante largos.

Já noutras vertentes, como o XC ou o ciclismo de estrada, a utilização de selins muito estreitos tem sido uma verdadeira tradição, para não se notar uma redução da fluidez da pedalada.

O selim SD:ON que a Canyon concebeu para bicicletas para mulheres.

No entanto, mais recentemente, os profissionais de XC estão a optar por instalar nas suas bikes selins mais largos, dada a mudança na abordagem competitiva dos tempos que correm.

Por esta razão, diversas marcas já estão a equipar as suas mais recentes bicicletas de XC com selins mais largos, isto para que possam também ser opção a considerar pelo público feminino. Ainda assim, há uma infinidade de opções específicas para mulheres que são mais do que recomendadas.

Em suma, e tal como várias marcas concluem e fazem com mestria, é efetivamente importante que existam bicicletas para mulheres, com características próprias e concebidas em função da anatomia das senhoras.

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