A maioria das corredoras de elite feminina no Campeonato de fundo dos EUA, realizado no sábado em Knoxville, Tennessee, ajoelhou-se durante o Hino Nacional americano para protestar contra a decisão do Supremo sobre o aborto. O protesto começou com uma mensagem no Instagram.

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“Todos em Knoxville, no Campeonato Nacional dos EUA, estamos a organizar um momento de solidariedade pela reversão de ‘Roe vs Wade’. O plano é ajoelhar-se durante o hino nacional. Espalhe a palavra”, escreveu Alexis Ryan (L39ion de Los Angeles).

Como o resto da América, Knoxville acordou na última sexta-feira com a notícia de que o Supremo dos EUA reverteu a decisão no caso ‘Roe vs. Wade’, uma lei de 50 anos que garantia às mulheres o direito ao aborto nos EUA.

“O Campeonato Nacional é um símbolo de patriotismo. E foi obviamente um momento muito trágico para as mulheres neste país o que aconteceu. Acho que, como atletas, somos modelos para as mulheres mais jovens, mas também para o mundo inteiro. Creio que é importante para nós falarmos o que pensamos e fazer uma declaração. Este é o maior evento [de ciclismo] nos Estados Unidos durante todo o ano, por isso fazer uma declaração, apoiar algo que a maioria de nós acredita é muito importante”, disse Ryan à Cycling Weekly.

Ajoelhar-se durante a execução do Hino Nacional dos EUA é um gesto que se tornou um símbolo antirracista contra a desigualdade racial e a brutalidade policial contra cidadãos afroamericanos, iniciado pelo jogador de futebol americano Colin Kaepernick durante a passagem do hino nacional em 2016, e que foi recuperado, em 2020, na sequência da morte do cidadão negro George Floyd, vítima de violência policial em Minneapolis – precisamente sufocado pelo joelho de um agente. Desde então, muitos atletas de diferentes desportos adiram esse gesto em solidariedade.

“Acho muito importante podermos discutir um assunto tão controverso e tão próximo dos sentimentos e do coração de todos. Há tantas mulheres que são anti-aborto e muitas mulheres que são pró-aborto, e não podemos sentar-nos e conversar sobre o assinto sem conflitos… é uma situação muito triste”, disse Emily Newsom (EF Education-TIBCO-SVB) minutos antes do protesto sobre a sua intenção de não se ajoelhar. “Essa incapacidade de falar sobre as coisas. A falta de civilidade é o grande problema”, reforçou a corredora.

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Fotos Cycling Weekly

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