A sprintar em Setúbal ou com uma desafiadora subida no Castelo de Sesimbra, Orluis Aular não se intimida com os diferentes percursos da Clássica da Arrábida e venceu pelo segundo ano consecutivo. É o primeiro ciclista a bisar na curta história da corrida, com a Caja Rural-Seguros RGA a confirmar como gosta desta prova: terceiro triunfo.

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Foi a sexta edição da competição de nível 1.2 UCI. Desta feita partiu-se de Palmela, a meta foi no Castelo de Sesimbra, com passagem por Setúbal. Os três municípios têm apostado nesta clássica com paisagens saídas de autênticos postais e percursos sempre desafiantes, sem esquecer os troços de terra batida.

Nesta chegada no castelo, com uns metros finais bem complicados em subida e empedrado, Jonathan Lastra venceu em 2019. Então a Caja Rural-Seguros-RGA abriu uma contagem que tem agora o campeão venezuelano, Orluis Aular a destacar-se.

“Estou muito feliz. É uma corrida que se adapta muito bem às minhas características. Gosto destes percursos. Temos uma boa equipa e [os colegas] fizeram um grande trabalho durante todo o dia. No final senti-me com boas pernas e sabia que era o mais rápido do pelotão e mostrei isso nos últimos 500 metros”, salientou ao GoRide.

No momento da vitória, Aular não esqueceu o companheiro de equipa, Sergio Román, que recentemente sofreu um acidente grave durante um treino e disse que queria dedicar a vitória ao ciclista espanhol. E num pensamento mais familiar, Aular também dedicou à filha, com o festejo apropriado ao cortar a meta.

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A corrida

De Palmela ao alto do Castelo de Sesimbra foram 182 quilómetros que, desde cedo, se percebeu que equipas como a ProTeam espanhola Caja Rural-Seguros RGA – que contou com o sprinter vianense Iúri Leitão – e a Continental portuguesa Glassdrive-Q8-Anicolor, não iam dar muito espaço aos fugitivos.

Três bem tentaram destacar-se, mas o máximo que Diogo Narciso (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), Diogo Gonçalves (Santa Maria da Feira/Segmento D’Época/Reol) e Pedro Andrade (ABTF Betão-Feirense) conseguiram foi cerca de três minutos de vantagem.

Por esta ordem passaram no primeiro Prémio de Montanha na Arrábida, ao quilómetro 28, mas no segundo, aos 111,5, no Alto de São Paulo, a história da corrida começava a ser outra.

A fuga foi anulada pouco antes, com Diogo Narciso a fazer um esforço final para passar em primeiro naquele Prémio de Montanha e assim garantir a vitória nesta classificação, sem ter de se preocupar em pontuar na passagem em Assenta (170,8). Seguiram-se Frederico Figueiredo e Rafael Reis, ambos da Glassdrive-Q8-Anicolor, que confirmava ao que vinha, depois da equipa ter conquistado a Clássica da Primavera há uma semana, com Mauricio Moreira.

No entanto, a Caja Rural-Seguros RGA esteve sempre muito atenta, com a Kern Pharma – a outra equipa do segundo escalão presente – a também apostar nos últimos quilómetros em colocar uma homem na frente.

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Depois de algumas tentativas de fuga de vários ciclistas, Jon Barrenetxea e Giovanni Carboni, precisamente das duas formações espanholas, adiantaram-se e obrigaram os perseguidores a aumentarem o ritmo.

Nos metros finais, Aular comprovou então como estava forte, levando com ele Alex Jaime… da Kern Pharma! O venezuelano foi o melhor no sprint a dois. A oito segundos ficou o português Francisco Campos (Fonte Nova/Felgueiras), que assim sobe pela segunda vez ao pódio esta temporada, depois de também ter sido terceiro na Prova de Abertura Região de Aveiro.

Narciso venceu a classificação da montanha e o britânico Oliver Rees (Trinity Racing) a da juventude. A Kern Pharma foi a melhor equipa.

Mas a festa maior pertenceu a Caja Rural-Seguros RGA que assim tenta recomeçar a saga de 2022. Há um ano venceu a Clássica da Arrábida para uma semana depois estar em Évora a celebrar a conquista da Volta ao Alentejo com… Orluis Aular!

“Fizemos uma grande preparação e espero estar a 100% para a Volta ao Alentejo também”, salientou o venezuelano.

Classificações:

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Fotografias: João Fonseca Photographer/Federação Portuguesa de Ciclismo

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