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Partilha!Tweet Ciclista sul-africano esteve pela segunda vez a competir em Portugal, país da sua família do lado do pai. E gostaria de ficar por cá, como contou ao GoRide.pt. O apelido não dá muita margem de erro: Tiano da Silva. Entre os corredores da equipa sul-africana ProTouch é impossível resistir à tentação de se perguntar a origem. Portugal, pois claro. Este jovem ciclista esteve pela segunda vez a correr por cá, numa oportunidade de conhecer o país da família do seu pai. O passado dos avós remonta à Amadora e Tiano admite que é sempre especial quando diz que vem competir em terras lusas.PUB “É um momento de orgulho para eles. Eles querem sempre seguir-me e saber que estou aqui é algo grande para eles”, contou Tiano da Silva ao GoRide.pt. O ciclista sul-africano não perdeu a oportunidade para tentar mostrar-se em fugas tanto na Clássica da Arrábida, como na Volta ao Alentejo, como já o tinha feito em 2021. “Ganhar aqui? Seria uma para os livros”, afirmou. Tiano não hesita em dizer: “Gosto de ter esta herança mista.” E contou como antes de viajar para Portugal esteve com a avó que lhe falou um pouco mais sobre o país, realçando como deseja conhecer a terra da família. Recordou como na África do Sul existe uma comunidade portuguesa muito grande, mas entende melhor a forma de estar dos portugueses estando cá e a competir num pelotão que gostaria de pertencer. Correr aqui… Digo sempre que não há uma corrida fácil, uma oportunidade fácil. O nível aqui é muito elevado. O ciclista tenta aproveitar para fazer alguns contactos e mostrar-se às equipas portuguesas. E são dez Continentais, além das de clube. Numa, a JV Perfis Windmob, está Chris Jooste, um compatriota de Tiano: “Vou conversar com ele. É sempre bom ter um sul-africano no estrangeiro”. As diferenças entre competir em Portugal e na África do Sul fazem com que ambicione dar o salto para o país europeu onde diz que enfrentou das corridas mais complicadas que fez no Velho Continente. “Correr aqui… Digo sempre que não há uma corrida fácil, uma oportunidade fácil. O nível aqui é muito elevado. É um dos níveis mais elevados que fiz na Europa. Correr na África do Sul diria que é muito calmo, o nível não é tão elevado. Aqui há muitos ciclistas a lutar por uma vitória”, salientou.PUB Este é Tiano da Silva Perante o desejo de entrar numa equipa portuguesa, convida-se Tiano da Silva a descrever-se: “Sou um ciclista que trabalha muito, estou sempre lá para ajudar a equipa, dou 100% de mim. Considero que sou um polivalente. Deem-me um trabalho e eu faço-o o melhor que posso. Acho que estou a mostrar o meu valor como ciclista em todos os aspetos, como homem de trabalho, estou a melhorar nas subidas e, como mostrei, o meu contrarrelógio é muito bom. Ainda há muito a melhorar e se tenho de convencer uma equipa, digo, invistam em mim, que eu mostrarei o que valho”. No contrarrelógio, Tiano refere-se ao facto de no início de fevereiro ter-se sagrado campeão nacional da especialidade em sub-23. E quanto às subidas: “Como tenho um passado na pista, o meu sprint, a força, está lá, mas acho que se conseguir passar um pouco melhor as subidas mais inclinadas então poderei lá estar no final e um grande resultado chegará”. Trabalhar a acreditar que pode chegar ao World Tour Faz 21 anos a 17 de abril e, como qualquer ciclista, quer chegar ao escalão mais alto da modalidade. Sorri quando é questionado se tem o que é preciso para entrar num mundo tão competitivo e exigente. “Acredito que tenho e é por isso que estou aqui, é para isso que trabalho”, responde. Mas rapidamente acrescenta que de momento não. Há ainda muito trabalho pela frente. “Por isso é que continuo a vir para a Europa para correr e ganhar experiência. Espero que no futuro tudo valha a pena e acredito que as coisas vão acontecer e que vou lá chegar”.PUB Vencer um título nacional no arranque desta temporada foi “muito especial” e uma recompensa do trabalho que realizou na pré-epoca. Não esconde que as suas expetativas estão mais altas em 2022, comparativamente com 2021. “Estou numa boa forma e tenho trabalhado muito. Sim, acho que as expectativas estão mais altas do que no ano passado. Estou ansioso por o que aí vem”, afirmou. [Fim da Qhubeka] Esperemos que surja novamente algo grande e que haja outra vez um grande objetivo para os jovens ciclistas almejar. Tiano da Silva recebeu o convite para estar no Centro Mundial de Ciclismo da UCI em 2020, o pior ano possível, com a pandemia a trocar as voltas a tudo e todos. Acabaram por ser os três meses que esteve em 2019 que o marcaram. “Passar algum tempo lá, ter a oportunidade de aprender com o conhecimento que transmitem, é sempre bom. Estive lá cerca de três meses e aprendi muito. Adoraria voltar”, confessou. O choque do fim da Qhubeka Tiano da Silva está concentrado em agarrar todas as oportunidades que tem para competir na Europa, mostrar-se o mais que pode, realçando que a perda da equipa sul-africana no World Tour foi uma má notícia para a comunidade de ciclismo no país. A Qhubeka – que na passagem pelo escalão máximo teve nomes como Dimension Data e NTT, por exemplo – abanou no final de 2020, mas acabou mesmo por cair um ano depois. Mantém o projeto Continental, mas Tiano da Silva considera que não é a mesma coisa. “É sempre preocupante para o futuro e para o ciclismo sul-africano. Há um ano houve um susto, mas eles conseguiram competir em 2021. Este ano, não conseguiram… Foi um choque para a comunidade de ciclismo. Esperemos que surja novamente algo grande e que haja outra vez um grande objetivo para os jovens ciclistas almejar. É importante ter uma equipa no World Tour”, referiu. Também vais querer ler… Gustavo Veloso, o diretor desportivo: “Está a ser muito gratificante” PUB Imagem principal: Elisabete Silva. Restantes imagens: João Fonseca Photographer.
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